Fala “quilombolas não servem nem pra procriar” leva Bolsonaro à condenação

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
 
Jornal GGN – Após afirmar que os quilombolas “nem para procriar servem”, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foi condenado por danos morais, em ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro.
 
Durante uma palestra no Clube Hebraica, no Rio, no dia 3 de abril deste ano, Bolsonaro “ofendeu e depreciou a população negra e os indivíduos pertencentes às comunidades quilombolas, bem como incitou a discriminação contra esses povos”, informaram os procuradores da República Ana Padilha e Renato Machado.
 
Em sua defesa, o deputado defendeu que estava ali para “expor as suas ideologias para o público em geral” e que foi convidado pela Hebraica para isso. Ainda, sustentou que ele “goza de imunidade parlamentar, sendo inviolável, civil e penalmente, por qualquer de suas opiniões palavras e votos”. A Justiça Federal mostrou que não. 
 
No evento, o deputado contou que visitou uma comunidade quilombola. “O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas”, disse à plateia. “[Quilombolas] não fazem nada, eu acho que nem pra procriador servem mais”, ofendeu, ainda, o parlamentar.
 
Para os procuradores, Jair Bolsonaro usou expressões injuriosas, preconceituosas e discriminatórias com o objetivo de ofender, ridicularizar, maltratar e desumanizar as comunidades e a população negra.
 
Por isso, defenderam a necessidade da condenação com uma multa de R$ 300 mil por danos morais. Apesar de acatar à ação civil pública, considerando que Bolsonaro cometeu danos morais, a juíza federa Frana Elizabeth Mendes rebaixou a multa para R$ 50 mil. Bolsonaro disse que vai recorrer da condenação.
 
Leia, abaixo, a íntegra da decisão da juíza:
 
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Ele deveria responder pelo crime de racismo no âmbito criminal

    Ele deveria responder pelo crime de racismo no âmbito criminal, e não na esfera cível com um valor tão baixo. O Ministério Público tinha que oferecer uma denúncia com base no art. 20 da Lei 7.718/89, que trata dos crimes de racismo:

    ” Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

    Pena: reclusão de um a três anos e multa.”

     

  2. Palmas para ele

    Bolsonaro quer atrair o voto dos racistas e está conseguindo através desse tipo de estripulia. Ele sabe que dos progressistas não consegue nenhum voto, então ele luta com as ferramentas que tem em mão, e disso ele entende muito: disseminar o ódio.

  3. Bolsonazi

    A verve nazista desse animal só o coloca em fria.

    Falador, se diz orgulhoso de ter sido militar, mas do que os militares mais prezam ele não aprendeu nada: Honradez e disciplina.

    Não passa de um falastrão estúpido.

  4. A missão do racista é uma

    A missão do racista é uma missão suicida, principalmente disfarçado de ”opinião”. Expondo a verdadeira face da direita, expondo covardes da esquerda que não enfrentam, racismo só causa tumultos e agita todos os lados pra quem estiver acordado. Coisinhas como Danilo Gentili por exemplo precisou dar passo pra trás pois quase perdeu o emprego. Só lamento quem estiver dormindo. É desse que eu tenho medo.

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