Instituto Herzog publica manifesto contra “recentes ataques à ONU”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O Instituto Vladimir Herzog publicou um manifestou em favor das decisões tomada por comitês das Nações Unidas em face do Brasil, argumentando que o País é signatário de tratados e pactos internacionais e, por isso, precisa cumprir com suas obrigações. Segundo a nota, a defesa do “Sistema ONU” deve ser apoiado e as tentativas de desqualificar o organismo que representa a defesa dos direitos humanos não podem prevalecer.

O texto foi divulgado dia 20 de agosto, 3 dias após o Comitê de Direitos Humanos da ONU demandar do Brasil as “medidas necessárias” para garantir a participação de Lula nas eleições, sob pena de violar o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos.

Leia, abaixo, a nota completa:

O Instituto Vladimir Herzog vem a público manifestar seu apoio total ao “Sistema ONU” e repudiar qualquer tipo de desqualificação e ameaça ao organismo que representa uma das maiores conquistas para a humanidade, um pacto de civilidade que busca de forma harmoniosa caminhos para a paz e o desenvolvimento humano.

A ONU surge, ainda no século XX, em um mundo devastado pela guerra, para promover a paz, os direitos humanos e o desenvolvimento socioeconômico das nações. Para alcançar esses objetivos, criou-se uma série de conselhos e organizações autônomas que formam um sistema multilateral conhecido como “Sistema ONU”.

Nesse contexto, a entidade e todos os países que dela são membros – entre eles o Brasil – adotou, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento fundamental que em 2018 completa 70 anos e que proclama direitos civis, políticos e econômicos básicos e comuns a todos os seres humanos.

A Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que no mês passado condenou o Brasil por não investigar e não esclarecer o assassinato de Vladimir Herzog (1937-1975), também se insere nesse sistema de promoção e proteção aos direitos humanos.

Por mais de 40 anos, o Estado brasileiro não foi capaz de assegurar justiça ao caso. Para que não prevalecesse a impunidade, foi preciso leva-lo à corte da OEA – que, com sua sentença histórica, agora pressiona legitimamente o país para que o crime seja finalmente investigado.

É o “Sistema ONU” que pode nos garantir a punição a graves violações de direitos e disseminar o respeito aos mais altos valores humanos. Questionar a relevância da ONU e das instituições que dela fazem parte, portanto, significa ameaçar conquistas de direitos internacionais e retroceder em entendimentos e avanços históricos de toda a humanidade.

O Instituto Vladimir Herzog não irá se calar diante dos recentes ataques à ONU e a todo seu sistema que luta pela prevalência de ações concretas que, efetivamente, garantam a justiça, a dignidade humana e o respeito a todos os cidadãos. Como signatário das convenções da ONU, o Brasil escolheu fazer parte deste pacto e tem obrigação e responsabilidade de cumprir as decisões e recomendações de seus órgãos.

Precisamos levar adiante, em todos os países do planeta, os valores dos direitos humanos e da democracia, indispensáveis para a construção de um mundo mais justo e digno.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

1 Comentário

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  1. A propósito, tomando como

    A propósito, tomando como mote essa matéria relevante em defesa do Brasil e sua soberania, em detrimento de ações indignas como a que estamos assistindo com o governo e justiça fazendo vista-grossa a uma Entidade do porte da ONU, queria saber se alguém pode pensar como eu sobre aquele samba cantado por Alcione dentro do STF com Carmem Lúica, Dodge e outras autoridades, a dançarem e cantarem como se fossem pessoas comuns, vivendo no país das maravilhas.

    Extraí desse encontro de sambistas uma espécie de deboche à nossa sociedade. Uma falta de respeito tão grande ao nosso povo que parece que tive um pesadelo, e não vi, de fato, essa patacoada.

    Não falta mais nada para a justiça brasileira se apequenar. Ela já chegou ao fundo do poço. E ainda brinca com a nossa cara.

    Alcione se deu mal, pelo que percebi nos diversos comentários da Internet. Essa cantora foi das que mais se alinharam ao boloco contra o impeachment de Dilma. Parecia um mulher politizada. Depois dessa cena, está mais suja que pau de galinheiro em especial porque não vivemos num mundo de brincadeira, mas onde o Maranhão, entre outros estados da Federação, tem muito pouca gente capaz de agora dançar um sabinha qualquer. Porque as pessoas do Maranhão e do Brasil inteiro sobrevivem a duras penas, no desemprego jamais visto, com a fome campeando, as doenças antes extintas voltando com todo gás, mortalidade infantil gerando mais dores nas mães subnutridas, e até gente qualificada recorrendo a UBER e outros aplicativos para não morrerem de fome.  

    Diria a Alcione que se o problema dela foi simples ignorância, falta de uma assessoria boa, que repense seu samba se quiser manter-se hígida, e aceita por aqueles que a sustentam com seus shows (menos eu, que nunca fui sua fã; tenho outras preferências musicais).

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