Natalie Portman desiste de premiação em Israel

Foto da Harper’s

Enviado por Felipe A. P. L. Costa

Natalie Portman desiste de premiação em Israel

por Andrew Pulver [1]

Natalie Portman desistiu de uma grande cerimônia de premiação que ocorreria em Israel, citando sua “aflição” com os recentes acontecimentos no país.

Portman, que nasceu em Jerusalém e tem dupla cidadania, israelense e estadunidense, foi indicada em novembro como merecedora do Prêmio Gênesis 2018, um prêmio anual para “conquistas notáveis por indivíduos que atingiram a excelência e o reconhecimento internacional no campo profissional que escolheram e que encarnam o caráter do povo judeu”.

No entanto, Portman informou à Fundação Prêmio Gênesis que não irá a Israel para a cerimônia, que foi cancelada.

O representante de Portman disse: “[R]ecentes eventos em Israel a angustiaram profundamente e ela não se sente à vontade para participar de qualquer evento público em Israel”, e que “ela, em sã consciência, não quer levar adiante a cerimônia”.

Nenhum evento específico foi mencionado, porém a recente resposta militar às manifestações de palestinos na Faixa de Gaza foi condenada em todo o mundo.

O gesto acarretou uma imediata condenação do Likud, partido que governa Israel. Oren Hazan, membro do Knesset [Parlamento] exigiu que as autoridades revogassem a cidadania dela, enquanto a ministra da Cultura, Miri Regev, referindo-se à campanha Boicote, Desinvestimento e Sanções, afirmou que ela havia “caído como fruta madura nas mãos dos partidários da BDS”.

Portman vai efetivamente se juntar às fileiras daqueles que “relacionam a história de sucesso de Israel e a maravilha do renascimento a uma história de trevas e trevas”, disse Regev, em referência à adaptação cinematográfica que ela [Portman] fez da autobiografia do escritor israelense Amos Oz, Uma história de amor e trevas, de 2002.

Porém, Rachel Azaria, integrante do partido de centro Kulanu, que faz parte do governo de coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, disse que o cancelamento de Portman deveria ser uma “luz de advertência” para Israel.

“Ela está falando para muitos judeus nos EUA, em especial a geração mais jovem”. Escreveu Azaria no Twitter. “Perdê-los pode ser um preço alto demais”.

Como israelense, Portman tem procurado evitar a política, embora ela tenha expressado críticas ao atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, dizendo, em 2015, que estava “muito chateada e decepcionada que ele tenha sido reeleito” e que achou “os comentários racistas dele horríveis”.

Nota

[1] Artigo original, ‘Natalie Portman pulls out of Israel award due to ‘distressing recent events’ there’, publicado no The Guardian, em 20/4/2018. Tradução de F. Ponce de León, do blogue Poesia contra a guerra.

Redação

5 Comentários

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  1. Já Caetano Veloso e Gilberto Gil…

    …se recusaram, a convite de Roger Waters, ex-integrante do Pink Floyd, a cancelar seus shows em Usrael. No caso de Caetano Veloso, um dos seus argumentos foi de que teria o direito de cometer seus próprios erros.

    Enquanto isso, Netanyahu exerce seus podres poderes para massacrar palestinos.

  2. Vergonha sobre Israel

    Israel a cada ano, adota governos e posturas que facilmente se confundem com a tirania que a um dia foram submetidos!

    Por medo ou covardia, segregaram outro povo. Submetem diariamente à humilhação das revistas, ao sarcasmo dos jovens soldados, ao trabalho precário.

    Retiram os direitos de explorarem o próprio mar, o trabalho, as relações com outros países.

    E diante de tanto mal, quando sofrem a reação desesperada de uns poucos, amplia a opressão com o requinte de destruir seus lares, retirar os poucos direitos.

    Que país é este, que gente é esta tão cruel, sem contemplação com outros irmãos.

    Que a vergonha recaia sobre Israel e malditos sejam seus filhos, até que se cubram de cinzas e espiem sua vergonha.

    Parabéns Ms Portman por não apoiar um estado terrorista. Eu acuso!

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