Nobel da Paz, Esquivel se diz indignado com censura no Senado

Enviado por Edu

Da TV Brasil

Esquivel indignado com “censura” do Senado
 
Ativista de direitos humanos e ganhador do Nobel, Adolfo Pérez Esquivel dá entrevista à exclusiva TV Brasil, que a exibe no sábado (30), às 22h.

Depois de passar pelo Palácio do Planalto, pelo Congresso Nacional e pelo Supremo Tribunal Federal, em visita aos três poderes da República para manifestar preocupação com a situação política do país, o argentino Adolfo Pérez Esquivel – Prêmio Nobel da Paz de 1980 – terminou a quinta-feira nos estúdios da TV Brasil. A entrevista exclusiva vai ao ar no segundo programa “Impeachment e a luta pela democracia.”

Esquivel reagiu com indignação ao saber que a Mesa Diretora do Senado Federal mandara retirar a palavra “golpe” das notas taquigráficas da fala dele no plenário da Casa, ocorrida poucas horas antes de chegar àEmpresa Brasil de Comunicação (EBC), onde foi entrevistado pelos jornalistas Paulo Moreira Leite, da TV Brasil, Júlia Chaib, do Correio Braziliense, e Rubens Valente, da Folha de S.Paulo. “Espero que não me censurem! Eu disse que estão preparando um golpe de Estado.”

Duas vezes preso pela ditadura militar brasileira, que durou de 1964 a 1985, o ativista lembrou que regimes de exceção dominaram quase todo o continente nos anos 70. Segundo ele, há uma retomada do retrocesso. Citou as destituições dos presidentes Manuel Zelaya, de Honduras, em 2009, e Fernando Lugo, do Paraguai, em 2012, e as associou à conjuntura no Brasil. “Dilma Rousseff atuou como atuaram os governantes que a precederam e também os governadores”, observou, sustentando que todos usaram os mesmos mecanismos de que hoje acusam a presidenta. “Para nós, é um golpe de Estado”, sustentou.

Na entrevista, de pouco mais de uma hora, Esquivel lembra que o governo Maurício Macri, na Argentina, se deu por eleições livres, com margem apertada. E que em apenas quatro meses, a política neoliberal que implantou aumentou o número de pobres em 1,4 milhão, de acordo com análise da Universidade Católica Argentina. “Aonde vão essas democracias? O que se pretende com isso?”, questionou.

Em mais um paralelo com o Brasil, Esquivel disse que a sociedade está muito dividida e não pode ser mera espectadora da situação. Tem que ser protagonista. Ressalvou que tirar a presidenta não é a questão, mas sim definir o caminho a ser tomado. “Qual projeto de país propõem?”, indagou, questionando a ameaça de o modelo escolhido pelo povo nas urnas vir a ser trocado logo após a eleição da presidente.

Na entrevista, Esquivel também discorre sobre a mídia, a Operação Lava Jato, a Comissão da Verdade, suas relações com o papa Francisco (argentino, como ele), a esquerda latino-americana, o meio ambiente, a questão dos refugiados mundo afora, a gravidade dos problemas indígenas no Brasil e no continente.

 

Redação

7 Comentários

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  1. gosto muito da

    gosto muito da contextualização das realidades latino-americana e brasileira fetta por ele….

    e da críticaa que faz ao golpé lembrando dos golpes  de hondura e paraguai…

    mas percebeu que  a infamia maior foi essa da censura do senado,

    que revela o espírito cruel  e canalha dese golpe,

    que revela o profundo retrocesso político e  social impregnado nessa loucura

  2. Este vai ser um grande

    Este vai ser um grande problema. O Senado não vai se conformar em simplesmente dar o golpe, vai querer que todos se convençam de que o golpe não foi um golpe. Isso faz com que os senadores sejam bem piores que os aloprados da Câmara, que não estavam nem aí para esse detalhe. Quem tiver estômago fraco, não vai poder assistir ao festival de cinismo e hipocrisia que será a admissão do golpe pelo Senado.

  3. A verdade está nos fatos, nas ações!

    A palavra GOLPE, para os GOLPISTAS é palavrão!

    Aprenderam com Hitler que a repetição de uma mentira PODE LEVAR A ACREDITAR QUE ELA SEJA VERDADEIRA!

    Então, por consequência é preciso REPELIR A CADA INSTANTE A PECHA DE GOLPISTA, PARA NÃO SEREM VISTOS COMO GOLPISTAS!

    A VERDADE EXISTE NOS FATOS E NÃO NECESSARIAMENTE NA INTERPRETAÇÃO DELES!

    “O sol sempre foi o centro de nosso sistema solar, apesar das teorias nem sempre afirmarem essa verdade”

    Por isso, e não menos por isso é possivel ver governadores chamando o PT de quadrilha que assalta o país E ISSO reverberar nas cabeças menos favorecidas a sairem agredindo QUALQUER PESSOA QUE POSSA SER MATERIALIZADA DENTRO DA SIMBOLOGIA DE PETISTA!

    A MÍDIA E OS GOLPISTAS TÊM CONSCIÊNCIA DISTO!

    Por isso A NEGAÇÃO MESMO QUE VIOLENTA É PARA ELES O ANTÍDOTO DO VENENO QUE APLICARAM NO PT!

     

     

    1.  
      Mas, esta é uma reação

       

      Mas, esta é uma reação recorrente no submundo* dos trapaceiros, golpistas et caterva. A bandidagem que assaltou o governo em abril de 64, também chamava a patranha golpista de “Revolução Redentora”, ficavam tiririca da cunha quando nós, o chamava de gorilas golpistas. O mesmo ocorre agora com esse bando de sem vergonhas da Arena, digo, psdb/demo. É até hilário vêr o cafajeste do Cássio Cunha Lima, o corrupto que lidera a súcia demo/tucana no Senado, fazendo seus insustentáveis discursos de ranheta-fingido, repletos de um falso-moralismo descarado. Uma lástima só.

      Orlando

       

      *Submundo. Retirei o hífem indevido.

  4. Assisti à entrevista de

    Assisti à entrevista de Esquivel. Realmente, aos er indagado por PML, o Nobel mostrou desconhecer o fato, quando seu semblante não escondia o espanto. Esse homem saiu daqui mais uma vez impressionado com tanta baixaria vista na política selvagem dos brasileiros. Penso que nosso país nunca ficou tão aqpequenado com nesses últimos tempos. Sumiram todos os líderes políticos, e tudo que antes parecia fazer parte de um figurino de nossa sociedade. 

    Não podeia deixar de dizer que, fora P.M.L., aqueles dois jornalistas que o acompanharam para entrevista Esquivel estavam muito abaixo do nível exigido. A jornalista, então, foi um verdadeiro desastre. A quase nenhuma pergunta o entrevistado soube responder. Ela parecia estar fora da realidade, viajando. Isso me deixou frustrada, pois deixei de dormir pra ver o programa. A Tv Braisl precisa ter mais cuidado quando convidar jornalistas para entrevistar convidados. 

    A propósito, também não tirei os olhos do debate sobre as Leis Trabalhistas, com Florestan e Nassif, enquanto se revesavam os convidados. Todos, incluindo, e sobretudo Belluzo, deram sua cota, e enriqueceram demais o encontro. Agora, aquele advogado, que esqueci o nome, foi de uma pobreza franciscana. Achei muito engraçado quando ele, ao tentar opinar sobre terceirização, entre outras, reportou-se para a manifestação havida na Praia do Flamengo, repelindo a imagem de uma mulher que expunha a bandeira do Brasil com uma foto de Dilma e outra de Che Guevara. Neste momento, Nassif pergunta: “E o que tem a ver isso com o que estamos falando?” – mais ou menos isso aí. O cara deve ter ódiod e petralhas, e não tinha nada para estar ali naquela mesa. 

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