Outro menor é encontrado preso a poste no Rio de Janeiro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Mais um caso de agressão e intolerância está sendo confirmado no Rio de Janeiro. Um jovem menor, de 16 anos, foi amarrado a um poste, na zona oeste da cidade, depois de supostamente furtar um trailer. Segundo informações preliminares, ele teria sido espancado e, em seguida, amarrado ao poste, nesta madrugada.

A agressão ocorreu na Estrada da Posse, próximo à Praça São Vitor, em Campo Grande. Os policiais teriam encontrado o jovem e o levado ao Hospital Estadual Rocha Faria para exames e medicação. Depois de liberado, o menor foi encaminhado à 35ª Delegacia da Polícia juntamente com o proprietário do trailer para prestar depoimento.

Em fevereiro deste ano, caso semelhante teve grande repercussão. Um menor de 15 anos foi espancado e preso pelo pescoço a um poste, por uma trava de bicicleta, nu. Um grupo de “justiceiros” foi quem agrediu o menor negro, no bairro Catete, na zona sul do Rio de Janeiro.

Com informações de Agência Brasil e O Estado de S.Paulo.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Que horror, meu Deus !

    Será que essa gente pensa que está fazendo Justiça ? Devem assistir ao indecente programa Cidade Alerta, da asqueroso Marcelo Resende, que, insistentemente faz clamores de justiçamento contra menores, sempre contra os menores, e isso numa emissora que se diz religiosa e cristã, a TV Record. Ontem estava a dizer que Haddad lutou para manter a Controlar, quando foi o oposto. Além de terrorista, o indecente é mentiroso, oculta todas mazelas da SSP/SP, é um programa de campanha publicitária do PSDB, colabora e estimula barbáries desse tipo. 

  2. projeto PPP para soterrar os postes da política

    Outro menor é encontrado preso a poste no Rio de Janeiro

    … mais um motivo degradante ultrajante, nas hostes políticas cariocas, por supuesto, para apoiarmos, aqui em sampa, o projeto ppp inovador do prefeito haddad de soterrar toda fiação elétrica, fibra óptica, comunicação, poleiro suporte não autorizado de aves, pipas, tênis etc e tal, c.o.n.s.e.q.u.e.n.t.e.m.e.n.t.e, eliminando das ruas praças logradouros boulevards periferia sem-calçada a figura pública antiquíssima [ da época do lampião de gás da inezita ] do poste político ou do poste na política…

     

  3. Barbosismo

    A justiça com as próprias começou com Joaquim Barbosa, isso é expressão da cultura barbosista, como disse Marx, o Judiciádrio faz parte da superestrutura  que fomenta as formas de pensar das massas. Barbosa faz justiça  com as próprias mãos ao manter réus reféns de sua insanidade quando deveriam estar sob segurança do Estado

  4. Sete pontos sobre a onda de

    Sete pontos sobre a onda de justiçamento  no Rio de Janeiro

    1-Tem um alvo específico: bandidos que praticam roubos nas ruas. Todos os bandidos? Não, preferencialmente os que praticam pequenos furtos,  os chamados na linguagem popular de “pés de chinelo”. Geralmente menor de idade, aquele que puxa um cordão, sai correndo e seja o que Deus quiser. A vítima grita, o atrapalhado “mete o pé”,  até levar uma banda e nêgo voar em cima pra linchar.

    2- Menores ou maiores não importa, são potencialmente perigosos. Pois estão com medo e, na hora em que estão praticando o crime, podem acabar fazendo uma besteira muito maior, como inúmeros  casos que já vimos por aí. Assim, compreendo a revolta de uma parcela da sociedade que já não aguenta mais, os que tem filhos pequenos e saem as ruas apavorados. O medo paralisa mas tb pode levar ao extremo.

    3- Por princípio, sou contra o linchamento desses meninos, por ser contrário a responder a violência com violência. Desde que não seja no instinto da defesa, o que obviamente é outra coisa.  Ainda se os ”justiceiros” demonstrassem a mesma disposição para “meter essa bronca” pra cima de assaltante de banco, eu seria contra. Ladrões de banco, banqueiros ladrões ou qualquer ser humano, ninguém pode sofrer penas desse tipo porque um grupo de pessoas assim resolveu fazer.

    4- Nesse sentido, não consigo mesmo entender aqueles que condenam a ação dos “justiceiros”, que se dizem defensores dos Direitos Humanos, mas apoiam incondicionalmente os que estão nas ruas depredando banca de trabalhador, chutando cabeça de policial, incendiando ônibus, etc. Dos que arbitram sobre a prática da violência, de acordo com a conveniência do que, segundo seu juízo, é certo ou errado. Isso também não é fazer justiça com as próprias mãos? Então a ação política  visando um mundo melhor deve ser compreendida mas a daqueles que querem pacificar o seu bairro não?! Ora, ambos não estariam, de uma certa maneira, questionando a ineficiência do poder público?

    5– Por fim, tem a questão não menos importante que é o fato desse tipo de ação ser contraproducente. Nos anos 80, após “a gratificação faroeste” ser instituída no governo Moreira Franco, a polícia., no lugar de prender a bandidagem, “passava o cerol” e ficava por isso mesmo. Havia uma expectativa de que a violência iria reduzir no Rio de Janeiro. O resultado é que o bandido passou a ir pra rua ainda mais bem armado – pois sabia que se “perdesse” no asfalto “já era” pra ele – descontando na população essa adrenalina da guerra insana que se instaurava.

    6- No caso do justiçamento, por mais que possa, num primeiro momento, parecer servir de lição, no fundo não vai surtir o efeito desejado pelos que praticam e apoiam. O garoto que arranca um cordão, que puxa um celular, quando chega lá na área onde mora é esculachado, leva uma sova da malandragem por não ter se dado bem e ainda ter apanhado de playboy (é assim que a banda toca e até pior) Da próxima vez, vem ainda mais violentos, dispostos a tudo.Ou seja, reforça o ciclo da violêncvia no lugar de estancà-la, como pretende-se.

     Bater, espancar , amarrar, pendurar de  cabeça pra baixo, qualquer que seja o espetáculo que se queira produzir para servir de lição, terá o mesmo eifto da água para aqueles bonecos no filme Gremlin. O moleque de rua não vai deixar de roubar porque aqui ou ali a coisa tá ficando feia pra ele. Não vai migrar pra Copacabana porque no Flamengo o bicho tá pegando. Ele rouba no desespero, muitas vezes entupido de droga, não sabe nem em que bairro está. O menino do crime dos Detonautas tinha quatorze anos e não sabia que existia marcação de horas, não tinha sequer a noção de manhã, tarde e noite. Para ele, era claro ou escuro. Se drogava desde os seis anos, era quase um selvagem.

    A sociedade pode até achar que utilizando esse tipo de código medieval resolverá a questão , mas a questão é que o outro lado simplesmente não conseguirá entender o recado.

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