Parlamentares irão à Rússia pedir libertação de ativista brasileira do Greenpeace

Jornal GGN – O grupo de parlamentares que compõe a FPDDH (Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos) e a Frente Parlamentar Ambientalista, com apoio da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) se reuniram nesta quarta-feira (16) para pedir a libertação da brasileira Ana Paula Maciel e de outros 27 ativistas e dois jornalistas do grupo Greenpeace presos na Rússia desde o dia 18 de setembro.

A bióloga gaúcha, de 31 anos, participava de um protesto do grupo Greenpeace na costa noroeste do país, quando foi presa pela guarda costeira da Rússia junto com os outros 29 tripulantes do navio Artic Sunrise, utilizado pela organização ambientalista em suas ações na região.

O protesto era contra uma plataforma da empresa russa Gazprom no Ártico, onde a estatal procura petróleo. Os ativistas queriam denunciar os impactos ambientais da queima de combustíveis fósseis sobre o ecossistema ártico, mas foram presos acusados de pirataria.

 “Até que a Ana Paula e os demais ativistas sejam soltos, nós nos comprometemos a fazer uma série de ações, através da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos, para que a libertação seja garantida. Essas ações envolvem o diálogo não só com o Congresso Nacional, mas também com diversas entidades da sociedade civil. Estamos nos aproximando de uma data emblemática, que completa os 30 dias de prisão dos ativistas, então esse ato é para dizer mais uma vez à sociedade e às autoridades que estamos aprisionados juntos com eles”, defendeu a deputada Erika Kokay, presidente da Frente Parlamentar.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, decidiu sobre o envio de parlamentares à Rússia nesta quarta-feira (23), durante encontro com deputados federais e o diretor de Políticas Públicas do Greenpeace, Sérgio Leitão.

Carta

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) participou do encontro e disse que o presidente do Congresso vai elaborar uma carta para os parlamentares brasileiros entregarem a Valentina Matvienko, “reiterando a preocupação, que é da população brasileira, com essa detenção”.

Além disso, Alencar reclamou das condições em que os 30 detidos do Greenpeace se encontram na cidade portuária de Murmansk, no norte da Rússia. “Eles estão numa região que fica a dois mil quilômetros de Moscou e tem um inverno, que está chegando, rigorosíssimo, terrível. É uma situação dramática”, afirmou.

A deputada Erika Kokay (PT-DF), que também participou da reunião, disse que o esforço do Congresso para a libertação dos ativistas vai se juntar ao do governo brasileiro. “Embora o governo brasileiro tenha ofertado uma segurança e uma garantia ao governo russo de que estaria se responsabilizando para que Ana Paula, em liberdade, pudesse responder à Justiça russa, existe a possibilidade de que ela venha a ficar presa, ainda à espera de julgamento, por volta de um ano”, ressaltou.

A Rússia rejeitou, nesta quarta-feira (23) a arbitragem do Tribunal Internacional dos Direitos do Mar para libertar os ativistas do Greenpeace, cujo barco estaria em águas internacionais quando foi apreendido pela guarda costeira. No entanto, o comitê de investigação russo resolveu atenuar as acusações, que passaram de pirataria para vandalismo, segundo a agência de notícias Itar-Tass.

O Comitê de Investigação russo divulgou nota afirmando ter retirado a acusação de pirataria, e passou a indiciar o grupo por vandalismo. Porém, apesar do anúncio, a nova acusação não foi ainda formalizada. O Greenpeace Internacional rechaça a acusação de pirataria. “Vamos contestar veementemente as acusações de vandalismo, assim como fizemos com as acusações de pirataria. Ambas são fantasiosas, sem qualquer relação com a realidade. Os ativistas protestaram pacificamente contra os planos da empresa Gazprom de explorar petróleo no Ártico, e devem ser libertados”, disse a nota divulgada ontem pelo Greenpeace.

A campanha global pela libertação do grupo já recebeu o apoio de mais de 1,7 milhão de pessoas que escreveram para embaixadas russas. As manifestações de apoio também têm chegado da esfera política.

Na União Europeia, mais de 90 membros do Parlamento Europeu assinaram uma nota de solidariedade pedindo a imediata libertação dos ativistas. Os parlamentares, de 20 países, também reivindicaram que a extração de petróleo no Ártico seja banida.

Com informações do Greenpeace

Redação

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