PMs que atiraram em jovem na Favela do Moinho são afastados

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Moradores protestam contra a ação da Polícia Militar que deixou um jovem morto. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Jornal GGN – Segundo o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), os policiais militares que atiraram em Leandro de Souza Santos, de 18 anos, na Favela do Moinho, em São Paulo, foram afastados de suas funções e transferidos para serviços administrativos. A informação foi confirmada pela Polícia Militar (PM).
 
O caso ocorreu na terça-feira passada (27), durante ação da Rota, batalhão de elite da PM Paulista na comunidade, que fica na região central da capital paulista. Leandro foi socorrido e levado para o Hospital Santa Casa, mas ele morreu na entrada do pronto-socorro. 
 
A Secretaria de Segurança Pública afirmou que a afastamento dos PMs tem o objetivo de “preservar os dois policiais militares envolvidos na ocorrência, bem como a lisura do processo investigativo”. 

 
Na última sexta (30), a Corregedoria da PM abriu inquérito para investigar os policiais, e quatro testemunhas já prestaram depoimento. Elas disseram que os PMs ficaram mais de uma hora dentro da casa com o jovem, onde ele foi atingido por disparos de armas de fogo.
 
Ariel de Castro Alves, advogado e coordenador da Comissão da Infância e Juventude do Condepe, afirma que há diversos indícios de tortura e execução. Os irmãos do rapaz dizem que foram agredidos pelos PMs ao tentar entrar na casa. 
 
“Os PMs não deixaram as quatro testemunhas entrarem na casa. Disseram que nada ia acontecer com Leandro, mas, quando chegou a maca, os familiares se desesperaram. Depois tiraram a maca com ele em cima, numa manta térmica fechada”, disse o advogado. 
 
Segundo as testemunhas, o corpo do rapaz tinha vários hematomas e escoriações no rosto, joelho e pulsos, além de dentes quebrados. 
 
O advogado também afirma que a preservação do local do crime em caso de mortes envolvendo policiais, que é um resolução da Secretaria de Segurança Pública (SSP), não foi respeitada. “O jovem pode ter morrido no local, na casa, segundo os relatos das testemunhas na Corregedoria, mas o corpo foi retirado para um suposto socorro à vítima”.
 
Alves aponta o também não houve preservação do local do crime e de objetos que poderiam se relacionar com o delito. “Cápsulas de disparos de arma de fogo e um martelo ensanguentado ficaram expostos”, disse. 
 
A Corregedoria também recebeu vídeos do momento em que os PMs estavam na casa com Leandro. As quatro testemunhas dizem que todos os policiais estavam sem tarjetas de identificação nas fardas.
 
Com informações da Agência Brasil
 
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Redação

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