Por unanimidade, Senado aprova nova Lei de Migração

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Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
 
Jornal GGN – O projeto que revoga o Estatuto do Estrangeiro e institui a nova Lei de Migração foi aprovado na noite de ontem (18) por unanimidade no plenário do Senado Federal. Agora, o projeto segue para a sanção presidencial.
 
Para a ONG Conectas, a aprovação coloca o país em uma posição de vanguarda no debate mundial sobre as migrações. O Estatuto do Estrangeiro, instituído durante o regime militar, era considerado discriminatório e anacrônico, e a nova legislação aborda o tema sob o viés dos direitos humanos, e não mais da segurança nacional. 
 
O projeto é de autoria de Aloysio Nunes (PSDB-SP), hoje ministro das Relações Exteriores. Setores da extrema-direita chegaram a criticar a proposta, afirmando que ela era um ataque à segurança do país porque abriria as portas para grupos terroristas.

 
Nunes respondeu afirmando que “muita mentira vem sendo divulgada” sobre a lei, dizendo também que o projeto é um marco no processo de integração entre os povos. 
 
“Em tempos como os de hoje, em que muros voltam a ser levantados, o Brasil mostra ao mundo que se recusa a andar para trás. Participa da inevitável globalização econômica, mas balizado pela proteção à soberania nacional e pelos princípios básicos e universais da dignidade da pessoa humana”, escreveu o ministro em sua página no Facebook.
 
Assine
 
Leia mais sobre as mudanças trazidas pela nova Lei de Migração abaixo: 
 
Da ONG Conectas
 
Nova Lei de Migração é aprovada no Congresso
 
Projeto desburocratiza trâmites de regularização e garante direitos iguais aos migrantes

O plenário do Senado aprovou na noite de hoje (18/4), por unanimidade, o projeto Substitutivo da Câmara dos Deputados 7/2016, que revoga o Estatuto do Estrangeiro, criado durante a ditadura militar, e institui a nova Lei de Migração.
 
De autoria do então senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), hoje ministro das relações exteriores, a proposta abandona a visão de que o migrante é uma ameaça à segurança nacional e passa a tratar o tema sob a perspectiva dos direitos humanos. O projeto segue agora para sanção do presidente Michel Temer.
 
“A aprovação de hoje é um passo decisivo para colocar o Brasil em uma posição de referência e vanguarda no debate global sobre migrações. O Estatuto do Estrangeiro não é apenas anacrônico, mas também discriminatório. Sua substituição era urgente e o Congresso acertou em aprovar uma lei que garante igualdade em direitos e proteção às pessoas que chegam ao país em busca de uma vida melhor”, afirma Camila Asano, coordenadora de Política Externa da Conectas Direitos Humanos.
 
Na semana passada (9/4), mais de 80 organizações da sociedade civil divulgaram nota pública reforçando seu apoio à proposta. Segundo o documento, a nova lei “é coerente com uma sociedade mais justa, livre e democrática” e “moderniza o sistema de recepção e registro das pessoas migrantes”. A nota reforça, ainda, que o projeto é resultado de um amplo processo de debate público e responde a demandas históricas das entidades.
 
Clique aqui para ler a íntegra da nota pública.
 
Entre as principais mudanças introduzidas pela nova Lei de Migração estão a desburocratização do processo de regularização migratória e institucionalização da política de vistos humanitários, hoje provisória e aplicada apenas aos sírios e haitianos. Essa iniciativa permite que pessoas em situação de risco possam chegar de forma segura no Brasil e, uma vez aqui, solicitar refúgio ou outra forma de proteção humanitária internacional.
 
O texto garante aos migrantes, entre outras coisas, o direito de participar de protestos e sindicatos de ter acesso a serviços de educação e saúde. A nova lei também acaba com a criminalização por razões migratórias – o que significa que nenhum migrante poderá perder sua liberdade por simplesmente estar em situação irregular. 
 
Tasso Jereissati (PSDB-CE), relator do projeto no Senado, fez alterações para ampliar o acesso à Justiça e o direito de defesa dos migrantes. O artigo 60, por exemplo, que elenca situações em que a expulsão é vedada, ganhou redação mais abrangente em relação à versão original do texto – o trecho havia sido suprimido pelos deputados.

“Esperamos que o presidente Michel Temer sancione o projeto sem enfraquecer o texto, que responde a uma demanda histórica da sociedade civil brasileira e respeita as normas e parâmetros internacionais de direitos humanos”, completa Asano.
 
Se for confirmada pelo Planalto, a nova lei entra em vigor seis meses após sua publicação no Diário Oficial.
 


Veja o que muda com a nova lei:
 

Estatuto do Estrangeiro (1980) Lei de Migração (2017)
Inconstitucional e desatualizada em relação à normativa internacional. Respeita os princípios da Constituição de 1988 e os tratados internacionais ratificados pelo Brasil.
 
Entende o migrante como ameaça à segurança nacional (artigo 2). Entende o migrante como sujeito de direitos (artigos 3 e 4).
 
Proíbe aos migrantes direitos como o de participar em protestos e de se filiar a sindicatos. (artigos 106 e 107). Elimina a discriminação e garante aos migrantes os mesmos direitos humanos assegurados aos brasileiros (artigo 4).
 
É discriminatório e economicamente seletivo porque dá preferência à “mão de obra especializada”  (artigo 16). Institui o repúdio e a prevenção à xenofobia, ao racismo e outras formas de discriminação como princípios da política migratória brasileira (artigo 3).
 
Dificulta a regularização de migrantes em território nacional (artigo 38). Desburocratiza os procedimentos de regularização migratória e prevê anistia aos migrantes que já se encontram em território nacional (artigos 3 e 119).
 
Criminaliza a migração de pelos menos maneiras: 
1) não garante ampla defesa para os migrantes e autoriza a prisão para fins de deportação, além da expulsão de pessoas em situação irregular – inclusive em casos de mendicância (artigos 57, 61, 62 e 66);
2) não garante acesso à justiça e ao devido processo legal;
Rege-se pelo princípio da não-criminalização da migração:
1) garante o devido processo legal para migrantes em vias de deportação ou migrantes que estão nas fronteiras, impedidos de entrar no país (artigos 47 e 49);
2) institui o amplo acesso à justiça e à assistência jurídica integral gratuita (artigo 4);
 
Não prevê vistos de acolhida humanitária. Prevê a concessão de visto humanitário para migrantes que necessitam de acolhida especial, como é caso dos haitianos e sírios (artigo 4).
 
Não prevê aos migrantes acesso a políticas públicas e direitos sociais, o que dificulta sua integração na sociedade brasileira. Prevê a formulação e o acesso a políticas públicas (artigo 4).
 

 

Redação

9 Comentários

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  1. É raro mas às vezes algo de

    É raro mas às vezes algo de bom aparece no horizonte. Dessa vez Aloysio e os senadores acertaram! Mas bem que poderiam acertar muito mais sobre tantos outros temas espinhosos como as infames contra-reformas trabalhista e previdenciária.

  2. Brasil não dura ate 2018
    Cara como o povo e cego não ve que esta sedo aprovada uma lei que se tornara do Fim do brasil. Por que? tirando o mar de rosas que eles botaram na lei os espinhos dela são um crime contra todos os brasileiros!!! ela deixa qualquer traficante, bandido, criminoso.. etc entra aqui sem problemas… a polícia federal nada pode fazer… as “ONGS” que vao fiscalizar os imigrantes procurando um lugar pra se esconder… nada contra os imigrantes, mas o brasil vai da prioridade para quem vem de fora ainda mais nessa crise… isso ai e pior que rouba dinheiro do povo!!! acordem pra verdade antes tarde do que nunca!!!

    1. Lei de migração

      Absurdooooooo,  criado por uma mente psicopata e aprovado por u bando de dementes,  que nos fará escravos de estrangeiros. 

  3. Não houve unanimidade, que significa consenso geral

    Para fazer justiça à Verdade e a boa informação, V. Sa, criador deste artigo, deveria se ater à realidade dos fatos e não afirmar que houve unanimidade, porque o cidadão bem informado sabe o significado desse termo, bem como também não houve consenso geral na votação da famigerada Lei da Migração.

  4. ABSURDO!!!!!!!!!

    É só ver o que está acontecendo na Alemanha, Suécia e outros países da Europa. É lastimável que isto tenha sido aprovado.

    Europa está um TERRORRRRR.

    Por mais que os próprios muçulmanos escancarem ao dizer que o Islã dominará o mundo, ainda tem que os traga de braços abertos.

    A solução, única por sinal, é deixar o Brasil.

  5. A Pergunta é  será que se os
    A Pergunta é  será que se os emigrantes fossem todos Capitalistas Cristãos  este bando de zumbis petralhas comunistas  mercenários lesa pátria traidores   estariam unanimes. o que estes vermes pretendem  é atentar trocar o povo Brasileiro por um outro povo para invadir o Brasil e é claro sustentar o poder em uma ditadura comunista terrorista , proibindo o cristianismo no Brasil e implantando novos inquilinos islâmicos e fazerem o memo o que os lideres discípulos do diabo fazem em seus países de origem , usar a fé islâmica para promoverem terrorismo , não somente com os insurgentes povo Brasileiro , mas após com o próprio povo que confessarem  a fé islâmica no Brasil . Simples assim ! esta quadrilha criminosa não mede esforços para destruir o Brasil e o povo Brasileiro , o que eles querem é poder , mesmo que para isso tenham que trocar parte do povo Brasileiro por um bando de Zumbis islâmicos , que cegamente seguem seus lideres guias de cegos que usam do nome de Deus em vão .

     

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