Vitrine de loja traz garoto negro pendurado pelos pés

negros pendurados

Do Mama Terra

Garoto negro pendurado pelos pés, em propaganda para crianças em loja da “Reserva” no Shopping Rio-Sul”
 
por Marcos Romão

UM modelito de jovem negro pendurado pelos pés amarrados por cordas, está exposto na loja da Cadeia RESERVA no Shopping do Rio Sul.

Sos Racismo Brasil recebeu a informação de Douglas Soares de um caso de racismo em propaganda na loja Reserva, no Shopping Rio Sul no Rio de Janeiro, junto com a foto do crime e um comentário:

“RESERVA-mau gosto pra montar vitrines e mandar mensagens.”

O Sos informa que já está encaminhando para o ministério público e para os grupos e instituições de direitos humanos e antirracistas do Rio para, que esta empresa seja notificada e assuma a responsabilidade civil por seus atos racistas, com o agravante de se estar dirigindo a um público infantil com uma imagem, que lembra os linchamentos públicos de jovens negros em todo o Brasil.

 

Redação

24 Comentários

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  1. Ainda há hipócritas

    Ainda há hipócritas defendendo que a melhor maneira de combater o machismo é não falando de sua existência. Como se isso fosse possível. Aos sonhadores talvez sim.

    1. Que tal…

      Meninada carioca, que tal um rolêzinho neste Shopping, e uma pedradas nesta vitrine apológica-discriminatória ? Quem sabe assim, desperta a conciência destes lojistas desrespeitosos com as etnias ? 

  2. Duas coisas, ambas fáceis de entender

    1) Fácil de entender o mote: a liquidação é forte, virou tudo (inclusive os preços) de cabeça pra baixo. No site da marca estão usando o mesmo mote, com anúncios de ponta-cabeça, mas sem nenhum boneco;

    2) Fácil de entender porque penduram um boneco negro pelos pés e nem se tocam da mensagem, da imagem: o racismo está tão entranhado e hoje há uma grita tão grande da Direita pra impor que qualquer alegação de racismo é mimimi, que quem montou a vitrine não viu problema algum. Nem deve ter se tocado do quanto a imagem é escrota (como alguém comentou, lembra os linchamentos e enforcamentos de negros nos EUA).

    É nisso que dá ler o livro do Ali Kamel e acreditar. É nisso que dá ficar curtindo e compartilhando postagem do facebook de playboyzinho rico e de patricinha branca, que juram que não existe racismo nem preconceito no Brasil. É nisso que dá ficar fazendo discursinho de “sou superior a isso”, achando que a melhor forma de combater o racismo é ignorando os racistas. Taí o resultado: total perda de limites, de pudores, total falta de noção.

  3. Prá ver a que ponto chegou a

    Prá ver a que ponto chegou a “midiotia” no País e a relatividade das conquistas sociais, quanto a seus resultados: Manhã de hoje, minha empregada me entrega o jornal e comenta: ” O Brasil tá uma vergonha; precisa tirar logo essa Dilma,  prender o Lula e toda essa cambada de ladrões do PT” .  Se entrevistarem o boneco negro da foto, com certeza êle dirá a mesma coisa. 

  4. Será que donos da loja pensou…

    Que se colocasse os manequins negros de cabeça para baixo íria? Agora vai fazer sucesso, mas só que  judicialmente.

  5. tudo está de cabeça pra

    tudo está de cabeça pra baixo, inclusive a frase em vermelho.  O manequim, esse é o nome, não possui boca e olhos. Como o manequim é negro, entao é racismo coloca-lo de cabeça pra baixo? Ai me pergunto se fossem manequins marrons, ou verdes seria apologia ao racismo?

    Se houvessem dois manequins um “branco” na posição sentada e um “negro” na posição ereta, seria racismo porque o manequim sentado seria o branco dono da fazenda e o em pé seria o empregado ou escravo?

    Essa gritaria torna o mundo chato, porque de tanto que se grita “olha o lobo”, ninguem liga quando ele aparece. A gritaria contra coisas que não são racistas (não vou discutir se a propaganda foi inteligente, porque ai sim há motivos pra discutir), tira o foco daquelas que realmente são.

    Por fim, desconheço e seria o caso de alguem apontar, aonde e quantos cidadãos cuja cor da pele seja negra tenham sido pendurados de cabeça pra baixo no Brasil. E se alguem lembrar os EUA, deveria lembrar que homens e mulheres com a cor da pele negra eram enforcados pelo pescoço e não pelos pés.

    Olhando os comentarios vi que alguem postou uma foto de uma loja com idéia identica, tudo virado ao contrario e os manequins de cabaça pra baixo, são manequins brancos. Não recordo de ter visto gritaria.

     

    1. Ingenuidade Semiótica!

      Caro Sr. Marco A.

      A sua ingenuidade semiótica confirma o porquê dos meios de comunicação terem ainda tanta repercussão em corações e mentes da opinião pública.

      Nenhuma mensagem ou mídia opera no vácuo, mas imersa num contexto, cultura etc.

      Se os manequins fossem verdes, marrons, amarelos… e se…

      E “se” habitualmente os manequins da loja são pretos…

      Se a comunicação está imersa na sociedade não exite o “se”: numa cidade onde a Zona Sul se organiza em grupos de linchamento para acorrentar menores negros como “justiciamento”, esses manequins passam a ter um significado inequívoco, ainda mais no corte social onde está este shopping e seus clientes.

      Casos como esse são sincrônicos a atual atmosfera política e social.

      Saia da superficialidade dos signos (branco, amarelo etc.) e veja esses manequins como seres vivos imersos numa sociedade. Se não fosse assim, que sentido teria colocar bonecos numa vitrine? Manequins não são “se” mas “como se fossem” – esse é o sentido que sempre foram os manequins na história da moda.

      A força do manequim é representar uma tendência real na sociedade e cultura… Nesse caso, um triste termômetro do que se passa nesse país.

       

      1. Não sei se também sou um

        Não sei se também sou um ingênuo semiótico mas tenho sérias dúvidas quanto ao significado inequívoco.

        A questão que me vem diz respeito ao grau de consciência daquele que idealizou os manequins e, dadas as possibilidades, se não seria também um justiçamento tachar de imediato a loja de racista, ou mesmo o próprio idealizador dos manequins se tivessem colocado seu nome na nota.

        Alias, se alguém por ignorância semiótica criar alguma espécie de signo que possua algum significado racista, como tratar tal caso? A mesma condenação que damos aos racistas criminosos, em que presente o dolo?

        Não é muito possível que aquele que vive na superficialidade dos signos, no caso o Marco A., seja um potencial racista?

        O racismo está arraigado na sociedade brasileira, vem em vários tons e pra mim é tudo bem nebuloso.

      2. A verdade que incomoda… mas tem que ser encarada de frente.

        Sr Wilson Ferreira, o problema da sociedade “civilizada” brasileira é que cerca de 50 milhões de seus cidadãos adultos são analfabetos absolutos ou funcionais, então, não identificam nenhuma deformação nessas publicidades esdrúxulas.

  6. Vindo do Hulk que andou no

    Vindo do Hulk que andou no meu jato as minhas custas, ahhhh sou mineiro, então paguei impostos, então pelo menos uma gota do querosene que foi usado por ele e os amigos do aécio saíram do meu bolso.

  7. Os manequins da loja Reserva

    Os manequins da loja Reserva sempre foram esses (cor preta). Ou alguém imaginou que eles compraram especialmente para colocar nessa posição?

     

  8. Uma simples pesquisa no

    Uma simples pesquisa no Google imagens vai mostrar que todos os manequins da loja são pretos e que não é a primeira vez que colocam manequins de ponta cabeça. Esta montagem em particular ficou escrota e dá margem para interpretação errada? Sim, mas é bastante plausível que quem fez isso não tenha observado essa conotação.

    Reflitam. Afinal, o que esta loja quer senão vender roupas? Por que fariam, propositadamente, uma propaganda racista expondo as próprias roupas da marca? Não faz sentido algum.

    Seria muito mais honesto e polido da pessoa que tirou a foto conversar primeiro com algum gerente da loja sobre isso antes de sair por aí gritando “racismo!” na internet.

  9. Fico imaginando
    Se um dia alguém fizer uma vitrine com um manequim negro, sendo servido por outros brancos uniformizados, será acusado de racismo pela ironia- atenção, os manequins da loja são pintados de preto e não com cor semelhante aos negros.

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