Psiquiatria e racismo, por Ramalho

Psiquiatria e racismo

Por Ramalho 12

Os EUA são no mundo o país em que a psiquiatria ocupa mais espaço. A psiquiatria, além de ser pseudociência, ou talvez por isto, é atavicamente racista. Assim, é natural que um americano, James Watson no caso, dada a influência da psiquiatria na sociedade americana, se pronuncie em favor do racismo (aliás, Watson tem um filho esquizofrênico, objeto, provavelmente, da psiquiatria, com a qual o pai teve provavelmente de interagir).

A história do racismo psiquiátrico vem de longe. As mais recentes irrupções racistas psiquiátricas aconteceram na Alemanha nazista, na África do Sul e nos EUA, embora o racismo psiquiátrico seja mais antigo. Os episódios de assassinato de “incapazes”, de judeus, de ciganos, de dissidentes, de negros, e/ou o confinamento de pessoas dessas categorias, como na extinta URSS, tiveram sempre o apoio “teórico” (uma teoria sem qualquer fundamento científico) de psiquiatras e de, eventualmente, psicólogos.

Eis adiante dois vídeos que tratam da conexão da psiquiatria com o Holocausto e com o Racismo.

Observação: os vídeos cujos links ponho a seguir foram produzidos por uma instituição denominada Comissão dos Cidadãos para os Direitos Humanos (CCHR) que foi cofundada pela Igreja da Cientologia. Bem sei que essa igreja é alvo de controvérsias, assim como o são quase todas as igrejas – católica, evangélica, islamítica, espírita, umbandista etc.-, mas recomenda a boa lógica que se analise criticamente argumentos e dados, e não se caia, ao criticar, na falácia do argumentum ad hominem. Portanto, experimente assistir criticamente aos vídeos, confira os dados, as autoridades que depõem e tire suas conclusões. Lembre-se: ninguém está totalmente a salvo da psiquiatria.

Psiquiatria e Holocausto

https://www.youtube.com/watch?v=6NX5m0aV7DA height:394]

[video:https://www.youtube.com/watch?v=9F0MDqGv8Lw height:394

Redação

5 Comentários

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  1. Confusão

    Verei os vídeos quando tiver maior tempo livre, porém já de antemão faço reparo às afirmações do texto: não se pode confundir ciência com má ciência.

    Tanto no Nazismo como em outras épocas históricas houve ciência mal feita para corroborar teses políticas.

    Médicos nazistas diziam que alemães eram mais inteligentes que outros povos por possuírem cérebros maiores; porém não explicavam que os mesmos eram tirados de pessoas de estaturas diferentes, daí as diferenças.

    Não se pode invalidar toda a medicina por um exemplo estúpido desses.

    1. Psiquiatria não é ciência

      Psiquiatria não é má ciência, psiquiatria é má não-ciência

       

      Ramalho

      (Este texto é basicamente um resumo do artigo

      “Unfalsifiability in psychiatry”, de César Tort

      com excertos do livro “How to become

      a schizophrenic

      ” de John Modrow.)

       

      A psiquiatria, segundo a epistemologia de Karl Popper, é pseudociência porque sua hipótese fundamental é irrefutável e, também, porque finge usar metodologia científica. Tem, apenas, aparência de ciência. Enquadra-se na mesma categoria da astrologia, frenologia e ufologia, dentre outras pseudociências. Em relação a estas, porém, tem péssimos agravantes: suas intervenções estigmatizam, cerceiam a liberdade, podem causar doenças incuráveis e até morte. Ademais disto, são caras e não curam os transtornos mais importantes que tratariam, como a esquizofrenia.

      Karl Popper, epistemólogo considerado por muitos o mais influente filósofo da ciência do século XX, estabeleceu critério de demarcação entre ciência e não ciência, e que é o seguinte: qualquer teoria científica é falseável (falsificável, refutável).

      Falseabilidade é a propriedade de uma teoria poder ser refutada (provada ser falsa). Por exemplo, a afirmação “todos os corvos são pretos” é científica, pois pode ser refutada (falseada) pela descoberta de um corvo branco, por exemplo. Analogamente, a afirmação “a força aplicada a uma mola é proporcional à sua elongação” (Lei de Hooke) pode ser falseada pela descoberta de uma mola em que tal não ocorra. Já a afirmação da psiquiatria de que “não há marcador biológico para a esquizofrenia, mas haverá no futuro” não é falseável, é irrefutável cientificamente (de se observar que a falseabilidade é falseável).

      Como refutar a afirmação de que haverá marcador biológico no futuro para a esquizofrenia? Tal afirmação é manifestação de fé, e manifestação de fé não pode ser refutada cientificamente. A refutação de argumento de fé se faz com argumento de fé, como, por exemplo, não haverá no futuro marcador biológico para a esquizofrenia. Nestes termos, o debate, como se vê, se dá sem qualquer evidência que sustente as posições antagônicas. Haverá marcador biológico no futuro para a esquizofrenia é proposição irrefutável, não é falseável, não há como provar sua falsidade.

      Os que afirmam que não há marcador biológico para a esquizofrenia, e, também, para o TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade) e, ainda, para outros transtornos mentais, e que afirmam, além disso, que têm fé de que no futuro haverá tais marcadores são, nada mais, nada menos, do que autoridades psiquiátricas.

      Nancy Andreasen, editora do American Journal of Psychiatry, a publicação psiquiátrica mais influente do mundo, em seu livro Brave New Brain, publicado em 2001, diz que “não foi encontrada qualquer patologia fisiológica por trás de transtornos mentais … não há nenhum teste laboratorial que determine quem é mentalmente doente e quem não é”.

      Rodrigo Muñoz, ex-presidente da Associação Psiquiátrica Americana declara, “… estamos gradualmente avançando para o ponto em que seremos capazes de localizar com precisão mudanças funcionais e estruturais no cérebro que estejam relacionadas com a esquizofrenia”.

      A Associação Psiquiátrica Americana afirma oficialmente que “A ciência cerebral não avançou a ponto de cientistas ou clínicos poderem apontar lesões patológicas facilmente discerníveis ou anormalidades genéticas que em si e por si sirvam de biomarcadoras confiáveis ou preditivas de determinado transtorno mental ou transtornos mentais como um grupo … Será provavelmente provado que transtornos mentais representam transtornos de comunicação intracelular; ou interrupção de circuito neural”.

      Sobre o TDAH, diz a Novartis, fabricante de Ritalina, nome comercial de droga (metilfenidato) usada por psiquiatras para “tratar” o TDAH: “a etiologia específica desta síndrome é desconhecida e não há teste diagnóstico específico”.

      Em síntese, não há marcador biológico para, ao menos, os principais transtornos mentais, mas há fé inabalável de que tal marcador será descoberto no futuro, e isto dito pela própria psiquiatria.

      Mesmo sem qualquer marcador biológico, a psiquiatria, por ter fé de que no futuro haverá tal marcador, “trata” transtornos mentais como se fossem doenças biológicas. Faz isso com base em sub-hipóteses jamais provadas (e que não podem sê-lo porque não há marcadores biológicos para elas), como as muitas sub-hipóteses relativas a esquizofrenia (da dopamina, da taraxeina, da ceruloplasmina, da adrenalina adrenocromo, do odor peculiar, da serotonina, da endorfina, do defeito genético etc.) quase todas abandonadas pela própria psiquiatria (en passant, mencione-se que a sub-hipótese da dopamina é a da moda).

      A hipótese fundamental da psiquiatria da qual sub-hipóteses derivam, usada em última análise pela psiquiatria para explicar a administração de drogas a pacientes psiquiátricos, não é, portanto, científica, por isso, a psiquiatria também não é. Assim, a psiquiatria, sob a ótica epistemológica de Popper, não é ciência. Além disso, como finge usar método científico, a psiquiatria é pseudociência (vale mencionar que, se algum marcador biológico for encontrado para um transtorno mental, o não mais transtorno ou síndrome, mas, agora, doença, passa para o âmbito da neurologia).

      Quanto aos malefícios da psiquiatria e suas drogas, o depoimento a seguir de um ex-esquizofrênico, o americano John Modrow, reconhecido por muitos como autoridade mundial em esquizofrenia, fala por si: “… sei por experiência pessoal que ser rotulado como esquizofrênico pode causar centenas de vezes mais sofrimento do que a assim chamada ‘doença’ em si mesma. Ser rotulado como esquizofrênico pode levar a encarceramento e a ter inoculadas compulsoriamente em seu corpo drogas neurotóxicas potentes que frequentemente causam doenças cerebrais irreversíveis como discinesia tardia, demência tardia e psicose de supersensibilidade. Isso pode levar a pessoa a devastação psicológica total – por ser doutrinada com a ideia completamente desmoralizante de que é deficiente, biologicamente inferior, com mente incuravelmente doente. Finalmente, pode levá-la a ser vista e tratada pelos outros com se não fosse completamente humana …”.

      John Modrow relata ainda que “… Os sintomas desta doença [a síndrome neuroléptica maligna] induzida por droga [neurolépticos, drogas ministradas por psiquiatras] incluem febre, rigidez muscular, ou tremor; hipertensão arterial, pulso rápido, sudorese, incontinência excretora, confusão mental e número elevado de glóbulos brancos. Estimativas da taxa de mortalidade desta doença [induzida por neurolépticos ministrados por psiquiatras] variam de 20 a 30 por cento”.

      Também de John Modrow, ainda em “How to become a schizophrenic”, sobre os custos das intervenções psiquiátricas: “Na imprensa popular de hoje em dia, encontram-se frequentemente alegações de que os neurolépticos mais novos chamados ‘atípicos’ – e.g., clozapina, risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona – têm muito menos efeitos colaterais e são muito mais eficazes no tratamento da esquizofrenia do que as drogas neurolépticas mais velhas. Contudo, este não é certamente o caso, pois, como Robert Whitaker relata em seu livro recente ‘Mad in America’, não somente os estudos ‘científicos’ que se propõem a provar a segurança e efetividade superiores destas novas drogas são financiados pelas empresas farmacêuticas e manipulados para fazer com estas drogas pareçam melhores do que realmente são, mas, também, tais estudos foram ghost-written por empresas de relações-públicas contratadas pelas companhias farmacêuticas aos quais aqueles pesquisadores dos estudos meramente afixaram seus nomes! Como as patentes das drogas neurolépticas mais antigas expiraram, elas não são mais tão rentáveis quanto os neurolépticos mais recentes. Por exemplo, enquanto um neuroléptico mais antigo como clorpromazina pode custar menos do que US$ 10 por mês, drogas mais novas como risperidona e olanzapina custam US$ 240 e US$ 300 por mês respectivamente [números do início dos anos 2000]. Consequentemente, se pode facilmente ver por que aquelas companhias farmacêuticas tinham enorme interesse em nos manter acreditando que os novos neurolépticos são superiores às drogas mais antigas!”

      É notório que a psiquiatria e psiquiatras declaram unissonamente que várias síndromes das quais “tratam”, como a esquizofrenia por exemplo, não teriam cura.

      Tudo visto, o que se tem é que a psiquiatria não é ciência, faz mal aos pacientes, é cara e não cura, mas essas asserções são refutáveis. A psiquiatria, portanto, merece ser mais e melhor discutida.

  2. Problema de fonte

    Apesar do oportuno prólogo – sobre a necessidade de conhecer o video a despeito da origem de quem o produziu – imaginar que uma ciência (e não alguns de seus cientistas) pode ser tida por racista é um rematado absurdo. 

    Absurdo que ganha potência avassaladora se, inevitável, sabemos que uma religião, e uma religião particularmente problemática (a chamada cientologia) colabora com a produtora da matéria. 

    Ora, a estigmatização dos despossuídos, doentes, deficientes etc. é um fato inconteste. Que a legitimação de ideias escabrosas não raro requerem aval “científico”, também. 

    Por razões próximas do óvio, a psiquiatria é ramo do saber humano que se presta com maior facilidade ao triste papel. 

    Nada disso deve ser desconhecido. Porém, a partir daí condenar todo um conjunto complexo de saberes é algo temerário. 

    Apenas para efeito de exemplificação, como enquadar na  crítica uma pessoa como a Doutora Nise da Silveira, valente opositora do descaminho manicomial?

     

  3. Psiquiatria não é toda a medicina

    Perdão, Sergio Ribeiro, o que está em questão é a psiquiatria; não, a medicina. Muitos argumentam mesmo que psiquiatria não é medicina, pois psiquiatria não é ciência.

  4. A mídia monopolista no Brasil

    A mídia monopolista no Brasil tem sido muito bem sucedida num trabalho que é uma espécie  de eugenia com o objetivo de acabar com uma raça, a raça do PT.

     

    Outra coisa:  Se é para matar doidos, o primeiro da lista teria que ser o próprio Hitler, não?

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