Reportagem mostra como opera um grupo de WhatsApp que viabiliza abortos clandestinos

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil
 
 
Jornal GGN – A BBC Brasil divulgou nesta quarta (6) uma reportagem especial que mostra como opera um grupo no WhatsApp que viabiliza o aborto clandestino a mulheres, em sua maioria jovens, que querem interromper a gravidez e temem os riscos e a criminalização do ato.
 
Segundo a matéria, o grupo é administrado por mulheres que vendem remédios abortivos que são usados nos hospitais, mas cuja comercialização ao público é ilegal no Brasil. Os medicamentos são dosados a depender do estágio da gravidez e o preço pode variar de R$ 900 a R$ 1,5 mil. As compradoras recebem uma espécie de guia com orientações para o procedimento e também são acompanhadas por mulheres destacadas pela administração do grupo para essa função. 
 
A BCC diz ter acompanhado o grupo por cerca de 5 meses e constatou que a maioria das integrantes são jovens de 18 a 25 anos que alegam falta de condições financeiras e psicológicas para a maternidade. Algumas relatam que a gestão foi fruto de estupro e revelam que mesmo sabendo que, nestes casos, estão sob proteção da lei, elas sentem vergonha de expêr o abuso e optam pela via clandestina.
 
Nas contas da reportagem, cerca de 20 grávidas entram no grupo a cada mês. Uma das duas administradoras do grupo afirmou que 300 abortos foram realizados em três anos.
 
“A legislação brasileira prevê pena de um a quatro anos de prisão para quem provoca aborto com o consentimento da gestante”, destacou a BBC. No Brasil, ainda segundo a reportagem, 500 mil abortos são feitos por ano de maneira clandestina. 
 
SUPREMO E CONGRESSO
 
Na Câmara, tramita um projeto de lei que enrigesse ainda mais as condições para se ter um aborto legalizado no Brasil. Deputados querem estender o direito à vida ao feto desde as primeiras semanas de gravidez, o que pode prejudicar o aborto em situações já permitidas por lei: estupro, risco de vida para a gestante ou anencefalia. 
 
No Supremo Tribunal Federal, uma ação pede que o aborto seja descriminalizado em qualquer situação até o final do primeiro trimestre de gestação (12 semanas).
 
Na quinta (5), o site do STF divulgou a lista de debatedores que irão participar de uma audiência pública sobre o tema, entre os dias 3 e 6 de agosto. Leia aqui.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. Reportagem mostra como opera um grupo de WhatsApp que viabiliza

    Horripilante, não consigo entender como não se consegue desbaratar essa quadrilha de vendedores assassinos de abortivos!

  2. Para que a BBC faz uma matéria dessas?

    Para tornar ainda mais difícil a vida das mulheres? Na Europa elas podem ter aborto legal, porque a BBC nao faz matérias sobre assuntos ingleses?

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