Segundo brasileiro condenado na Indonésia ainda sem perspectivas de perdão

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – A Indonésia não interrompe a escalada de execuções e o segundo brasileiro condenado por tráfico deverá ser fuzilado. O surfista Rodrigo Gularte, que tentou entrar noi país com 6 quilos de cocaína em suas pranchas, ao que tudo indica, deverá ser fuzilado em fevereiro. Há poucos dias, o brasileiro Marco Archer Cardoso foi executado, mesmo com tantas intervenções do governo brasileiro. O governo da Indonésia não cede. Leia a matéria do Estadão.

Gularte recebeu oito visitas da mãe; prima chegou sábado à Indonésia

do Estadão

Indonésia nega em definitivo pedido de clemência de brasileiro detido por tráfico

Data da execução ainda não foi definida; Rodrigo Gularte foi condenado em 2005 por entrar no país com seis quilos de cocaína

Um segundo brasileiro detido por tráfico na Indonésia será fuzilado, conforme informaram nesta terça-feira, 20, as autoridades do país asiático, após negarem em definitivo pedido de clemência. Rodrigo Gularte, de 42 anos, foi condenado à morte em 2005 por entrar no país com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Indonésia, a data de execução ainda não foi definida. No sábado, o brasileiro Marco Archer Cardoso foi executado por narcotráfico, apesar da série de pedidos de clemência do governo brasileiro.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

6 Comentários

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  1. RUY CASTRO
    Pena de vida
    RIO

    RUY CASTRO

    Pena de vida

    RIO DE JANEIRO – A execução do brasileiro Marco, condenado à morte por tráfico de drogas segundo leis constituídas de um Estado soberano, a Indonésia, provocou “consternação e indignação” na presidente Dilma. Consternação e indignação que não demonstrou diante dos estrangeiros degolados pelas leis de exceção de um não-Estado, o Estado Islâmico, com quem, para constrangimento internacional, ela propôs “dialogar”. Houvesse um embaixador brasileiro junto aos degoladores, Dilma o teria chamado de volta?

    Assim como não se pode ser a favor da pena de morte, vale perguntar se Dilma se consterna ou fica indignada pelas multidões de brasileiros condenados à pena de vida –haverá outra maneira de definir a situação dos habitantes das cracolândias? Se a presidente nunca passou perto desses aglomerados subumanos, existe um a menos de dois quilômetros do Palácio do Planalto, em Brasília, e com o número regulamentar de zumbis, estropiados, grávidas e crianças. Dilma deveria inspecioná-lo para ter uma amostra de como vivem pessoas afetadas pelo produto que Marco vendia na Indonésia e tantos vendem por aqui.

    Uma alternativa seria visitar alguma clínica séria de tratamento de dependência química. Há várias no Rio, em São Paulo e, espero, em Brasília. Nelas, uma das primeiras lições é a da quebra da prepotência –a consciência de que se é impotente diante da droga e que a única saída é ficar longe dela.

    Num áudio que circulou pela internet às vésperas da execução, Marco parece confiante de que será libertado e voltará ao Brasil para dizer “aos jovens” que a droga só leva “à prisão ou à morte”. Ou seja, a longa prisão não o curara da prepotência –continuava a se sentir dono de seu destino e capaz de salvar toda uma geração com sua mensagem.

    Que sua triste morte sirva ao menos de veículo para essa mensagem.

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    1. É mentira que a Presidente

      É mentira que a Presidente Dilma não tenha repudiado as execuções do ISIS.

      Ele está supondo que se hovesse um Embaixador, Dilma não o chamaria de volta.

      Está jogando nas costas da Presidente o problema de drogas no Brasil, problema esse que vem de décadas e que o mundo inteiro debate como combatê-lo.

      Por último, não vi nenhum artigo indignado do sr. Ruy Castro sobre a ausência de responsáveis no caso do famoso helicóptero do pó, serve qualquer coisa para criticar a Presidente, o importante é agradar o patrão, nem que para isso tenha que abrir mão do senso crítico.

      1. vc é mal informado ,cego ou

        vc é mal informado ,cego ou não lê nada contra o governo Dilma?

           Uma quarta alternativa: ”Eu não sabia” Largamente usada pelo giverno desde os tempos do mensalão.

            Chamo a atenção que ”eu não sabia” está com prazo de validade vencido.

  2. Nem na Indonésia a guerra às drogas funciona

    “O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira é uma das 64 pessoas (das quais 47 estrangeiros) que estão no corredor da morte por tráfico de drogas na Indonésia. Entre eles há uma inglesa de 58 anos, uma holandesa e dois australianos. Além do brasileiro, outras cinco pessoas devem ir para o paredão neste fim de semana.

    Uma punição tão rígida contra o tráfico talvez leve muita gente a pensar que, pelo menos na Indonésia, os jovens estão livres das drogas. Não é verdade.

    A Indonésia tem tantos problemas de drogas quanto o Brasil – e até piores. Se por aqui há ruas cheias de craqueiros, por lá o problema é o putaw, uma prima pobre da heroína. É comum os jovens a consumirem sobre o teto dos trens superlotados de Jacarta. A dose sair por R$ 12.

    O agravante é que o barato dura mais se essa droga for injetada. E seringas entre drogados, sabe como é. O compartilhamento de seringas causa 59% dos casos de Aids na Indonésia, um dos países da Ásia onde a doença avança com mais rapidez. Em algumas prisões (há no país presídios só para traficantes e consumidores) a incidência de Aids chega a 25%.

    Apesar do endurecimento da lei e da imposição de pena de morte para traficantes, não se pode dizer que o uso de drogas está diminuindo. Segundo a agência anti-drogas do país, só entre 2012 e 2014 o consumo aumentou 25%, para 4,5 milhões de usuários de drogas ilegais. “Nos últimos cinco anos, a fabricação doméstica de estimulantes à base de anfetaminas aumentou para atender a demanda crescente por ecstasy”, diz o escritório da ONU sobre Drogas e Crime. As praias de Bali, apinhadas de turistas estrangeiros e policiais corruptos, são um  dos grandes mercados de ecstasy no mundo. 

    Como no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, a guerra às drogas na Indonésia tem um resultado pequeno e cria uma série de consequências não-intencionais. O cerco da polícia aos traficantes diminui a oferta de drogas, aumentando o preço. O problema é que, como economistas já explicaram há algum tempo,  a demanda por drogas é inelástica: não diminui com o preço. Viciados, por definição, consomem mesmo se o preço aumentar. Por isso é comum se prostituírem e cometerem pequenos roubos para bancar o vício.

    A morte do brasileiro e outros traficantes neste fim de semana não resolve – e talvez até agrave – o problema de drogas na Indonésia.”
    (Leandro Narloch)

  3. Urge a diplomacia brasileira

    Urge a diplomacia brasileira tomar iniciativas mais sérias contra o governo indonesio. É mais um cidadão brasileiro que corre o risco de ser assassinado por um Estado totalitário. Talvez a intervenção do ex-presidente Lula surta mais efeito em razão de seu prestígio no continente asiático.

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