Sonia Guajajara rebate discurso “por minorias” de senadora governista

A líder indígena Sônia Guajajara rebateu e desconstruiu o discurso da senadora Soraya Thronicke (PSL-MS), sobre medidas do governo Bolsonaro

Jornal GGN – A líder indígena Sônia Guajajara rebateu e desconstruiu o discurso da senadora Soraya Thronicke (PSL-MS), sobre medidas do governo Bolsonaro em favor de minorias e de territórios indígenas, nesta sexta-feira (14), no Senado. Vídeo sugerido por Almeida:

 

Redação

6 Comentários

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  1. Sonia Guajarara não precisa de defensores. É extraordinária em seu discurso.
    Já a senadora é culturalmente desqualificada e absolutamente insensível quando ela diz que “usa o índio”…
    Por outro lado, há um terrível alerta embutido no discurso da Sonia Guajajara quando ela diz que as terras indígenas são, sim, da União, mas os indígenas a ocupam em USUFRUTO.
    Se por um lado o índio tem uma relação generosa e de reconhecimento com a terra, por outro lado ele é, traído pelo civilizado por conta dessa mesma filosofia.
    Como o índio não acredita que a terra deva ser apropriada, ele não precisa receber a propriedade da terra em que habita, assim raciocina o “homem branco” cheio de alegria.
    Sobre o USUFRUTO.
    O instituto legal do USUFRUTO pode ser entendido como um direito que se concede a outrem, normalmente a título gratuito, de usar e ocupar um bem enquanto viver ou enquanto interessar ao instituidor da doação, sem contudo, transferir ao outro a propriedade do bem.
    Trocando em miúdos enquanto nós mortais comuns compramos um lote e temos a propriedade dele para uso, abuso, fruição e direito de alienação- o pleno domínio – podendo reclamar esse direito até mesmo contra o estado, que se atentar contra ele terá que nos indenizar, o índio pode a qualquer tempo ser expulso ou despejado sem qualquer direito do espaço que ocupa se a União assim o desejar.
    Nesse caso, o usufruto das terras indígenas é uma promessa de extermínio SEM qualquer direito de defesa.

  2. Sonia Guajajara não precisa de defensores. É extraordinária em seu discurso.
    Já a senadora é culturalmente desqualificada e absolutamente insensível quando ela diz que “usa o índio”…
    Por outro lado, há um terrível alerta embutido no discurso da Sonia Guajajara quando ela diz que as terras indígenas são, sim, da União, mas os indígenas a ocupam em USUFRUTO.
    Se por um lado o índio tem uma relação generosa e de reconhecimento com a terra, por outro lado ele é traído pelo “civilizado ” por conta dessa mesma filosofia.
    Como o índio não acredita que a terra deva ser apropriada, ele não precisa receber a propriedade da terra em que habita, assim raciocina o “homem branco” cheio de alegria.
    Sobre o USUFRUTO.
    O instituto legal do USUFRUTO pode ser entendido como um direito que se concede a outrem, normalmente a título gratuito, de usar e ocupar um bem enquanto viver ou enquanto interessar ao instituidor da doação, sem contudo, transferir ao outro a propriedade do bem.
    Trocando em miúdos enquanto nós mortais comuns compramos um lote e temos a propriedade dele para uso, abuso, fruição e direito de alienação- o pleno domínio – podendo reclamar esse direito até mesmo contra o estado, que se atentar contra ele terá que nos indenizar, o índio pode a qualquer tempo ser expulso ou despejado sem qualquer direito do espaço que ocupa se a União assim o desejar.
    Nesse caso, o usufruto das terras indígenas é uma promessa de extermínio SEM qualquer direito de defesa.

  3. MARAVILHOSO!
    Almeida, que sugeriu o vídeo, obrigadíssima.
    Eu admiro esta guerreira Guajajara, e sua habilidade de falar com clareza sobre assuntos complexos, desde que a vi pela primeira vez em um evento anti-golpe realizado no RJ (assisti pela internet) – na ocasião ela criticou o desenvolvimentismo do governo progressista de centro-esquerda do PT, na presença de Lula, mas acho que ele não se sentiu ofendido porque ambos são guerreiros da mesma estirpe.
    Alguém pode, pelo amor dos deuses, traduzir e legendar este vídeo para o inglês e divulgar para o mundo todo?
    Como pode uma imbecil ser senadora e uma líder com essa visão e capacidade de comunicação não ter um cargo de representação popular?
    Uma aula sobre a diferença entre a visão capitalista que nos está levando à morte como experiência cósmica e planetária e a visão dos povos originários em todos os cantos do mundo, abraçada por todos os que lidam com a Natureza e com os diferentes modos de vida de maneira realmente “esclarecida” e sofisticada, baseada no reconhecimento da nossa ignorância primordial e constitutiva, redutível mas nunca definitivamente superada – da recusa orgulhosa dessa condição se alimenta a arrogância, o medo e a revanche do sistema de ganância que é o capitalista -, da nossa dependência em relação aos sistemas naturais e soberanos de sustentação da vida que devem guiar a forma como nos organizamos intra-espécie.
    Minha reverência à coragem da líder Sonia Guajajara, à sua capacidade de falar na língua do povo sobre o que o povo sabe mas nem sempre encontra como por em palavras e tem um êxtase de gol quando ouve (me vi comemorando várias vezes como se fosse uma partida de futebol das antigas, a cada drible, a cada passe perfeito, a cada desarme no/a adversário/a traíra e firulento/a, e no final com o gol de placa “nós não vamos perder nossas vidas para o agronegócio”; “fecham-se as cortinas”, mas o jogo continua…), com alta densidade crítico-epistemológica, rs, sobre as falácias dessa gente empertigada e covarde, de não se intimidar num território feito para deixar o povo desconfortável, distante e deslocado – não é só dos territórios físicos que querem expulsar indígenas e marginalizado/as em geral -, por falar o que poucos têm coragem e lavar a alma num domingo chuvoso, rs.

    OBRIGADA.

    Jorge Ben Jor – Filho Maravilha
    https://www.youtube.com/watch?v=RXqfj88I-p8

    Sampa/SP, 14/04/2019 – 16:11

  4. Depois dessa surra, a senadora bolsonarista do agronegócio envenenado deveria renunciar, ou mínimo, pedir desculpas a aguerida Guajajara.

  5. Alguém já disse que o cidadão urbano de classe média capitalista e ocidental vive bem melhor do que um rei de uma tribo no meio da selva africana. Como se a expressão “viver bem” significasse as mesmas coisas para aquele burguês e para o rei…

    Pergunta se o burguês quer levantar a bunda do sofá para ser aclamado e querido por proteger seu povo, se sente essa responsabilidade. O burguês pouco enxerga além da própria individualidade, mal roça o sentido de coletividade. E quando enxerga é para tirar da coletividade benefício para si mesmo… Agora pergunta para o rei africano se ele topa passar o resto da vida entre o escritório e sua casa, se quer passar suas noites com a bunda colada no sofá, se acha legal viver competindo por milímetros de poder nos estacionamentos de supermercados, nas reuniões em que deveria trabalhar cooperando e não competindo…

    Se a intenção for alcançar marcos civilizatórios e humanos, há que se admitir, respeitar, acatar e até admirar a diversidade, o fato de que há muitas formas de se viver. Esse negócio de querer padronizar a humanidade é um projeto desumano.

  6. Inacreditável a capacidade de Sônia Guajajara de transmitir seu ponto de vista, clareza, objetividade e beleza. PARABÉNS, mil PARABÉNS Sônia. É obrigada a quem nós permitiu essa oportunidade.

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