Um ano da morte de Danilo López e Federico Salazar

Jornal GGN – Danilo López e Federico Salazar eram jornalistas. Os dois foram assassinados em Suchitepéquez, Guatemala, no dia 10 de março de 2015. Segundo o órgão investigador do crime, entre os seis suspeitos estão um deputado federal da Frente de Convergencia Nacional (FCN) e dois membros da Polícia Nacional Civil (PNC). 

A Procuradoria de Direitos Humanos do Ministério Público da Guatemala registrou 145 denúncias de agressão contra jornalistas: 131 em 2015 e 14 esse ano. Os homens são os mais agredidos e junho de 2015 foi o mês que se notificaram mais denúncias. Veja aqui mais informações sobre o caso.

do Blog Jornalismo nas Américas

Promotoria especial assume caso de dois jornalistas assassinados há um ano na Guatemala

A Promotoria Geral do Ministério Público da Guatemala decidiu passar os casos dos jornalistas Danilo López, correspondente do Prensa Libre, e Federico Salazar, da Rádio Nuevo Mundo, assassinados em 10 de março de 2015, para a Promotoria Especial Contra Impunidade (FECI), com o objetivo de agilizar as investigações, informou o portal do Prensa Libre.

Segundo o Prensa Libre, até o momento seis suspeitos foram detidos, entre eles dois agentes da policia civil nacional. Supostamente, um deputado do partido governista Frente de Convergência Nacional (FCN) e outros funcionários públicos estariam envolvidos, disse o portal de notícias.

“O grande desafio ainda existe – de encontrar os autores intelectuais – e talvez por isso tenha ocorrido a a decisão da Promotora (Geral do Ministério Público, Thelma Aldana). Pelo que tenho entendido, há uma queixa preliminar levantada contra um dos deputados que anteriormente foi prefeito, e isso também complica o caso”, disse ao Prensa Libre a presidente da Associação de Jornalistas da Guatemala (APG) e diretora do Centro de Informes sobre Guatemala (Cerigua), Ileana Alamilla Bustamante.

Nesse sentido, um dos objetivos principais da FECI é apoiar o Ministério Público e a Comissão Internacional contra Impunidade na Guatemala, CICIG, na investigação de casos de alto impacto. Ou seja, enviam à FECI as denúncias contra organizações criminais que possam gerar impunidade e desestabilizar assim o regime político legal vigente.

Antes de sua morte, López recebeu em várias ocasiões ameaças contra sua vida e sofreu agressões físicas, assinalou Cerigua. Durante seu trabalho como correspondente do Prensa Libre, ele publicou várias reportagens referentes a irregularidades no gasto público e pouca fiscalização do uso de recursos estatais por funcionários no departamento de Suchitepéquez.

“Suchitepéquez é um departamento em que há muita corrupção”, havia declarado o correspondente em um texto publicado por sua ex-editora no Prensa Libre no ano de sua morte.

Os jornalistas Danilo López, de 38 anos, e Federico Salazar, de 32 anos, foram mortos há um ano no parque central da cidade de Mazatenango, em frente ao prédio do governo departamental em Suchitepéquez. O diário espanhol El País informou na época que o ataque ocorreu durante o dia, enquanto os jornalistas cobriam um ato estatal pelo Dia Internacional da Mulher.

No ataque em que morreram os jornalistas, um terceiro repórter da rede local Canal 30, Marvin Túnchez, também foi baleado, mas sobreviveu. Túnchez declarou na época ao diário guatemalteco Publinews que o homem que disparou se aproximou diretamente de Danilo López, e que ele e Federico Salazar foram vítimas colaterais.

O Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) considerou que o assassinato de López teve como causa seu trabalho jornalístico, classificando a Guatemala como um dos países mais mortais para jornalistas em 2015.

Redação

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