Força-tarefa cadastra 1.315 imigrantes ilegais no Acre em quatro dias

Desde 2010, quando um terremoto matou 220 mil pessoas no Haiti e deixou 1,5 milhão de desabrigados, o Acre se tornou destino de rotas de imigração ilegal. Cerca de 30 pessoas chegam ao Estado por dia, depois de sair de Porto Príncipe de navio, ir para o Panamá, de lá para o Equador e depois para o Peru. Entram no Brasil pelo município de Brasileia, no Acre, atraídos pelas notícias do bom desempenho da economia brasileira frente à crise internacional. Foto: EFE

A maioria dos imigrantes ilegais vem do Haiti, mas o Estado tem recebido também muitas pessoas vindas da África. Os imigrantes fogem de situações de extrema miséria em seus países e são desembarcados num Estado que tem pouca oferta de trabalho e condições muito limitadas de atendimento a um grande contingente de novos habitantes. O governo federal constituiu uma força-tarefa para desafogar o Estado no primeiro atendimento a esse imigrantes.

Abaixo, o balanço dos primeiros quatro dias de força-tarefa do governo federal no Acre
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Da Agência Brasil

Em quatro dias, força-tarefa do governo cadastra 1.315 imigrantes ilegais no Acre

Brasília – Em quatro dias da implementação de ações emergenciais, por uma força-tarefa de profissionais do governo federal, aos haitianos e demais imigrantes ilegais que estão abrigados em Brasileia, no Acre, foram cadastradas 1.315 pessoas. Todos receberam atendimento médico, inclusive vacinação, e aguardam o andamento do processo de legalização para que possam trabalhar no país.

Os dados foram colhidos pelo senador Jorge Viana (PT-AC) com o governo acriano e são informações oficiais de representantes da força-tarefa. Pelos números, do total de imigrantes cadastrados, 1.193 receberam protocolos de refúgio. Oitocentos e setenta e seis imigrantes já têm CPF e 1.048 estão aptos para trabalhar no Brasil.

Pelas informações colhidas, a média de novos imigrantes que chegam ao Acre é de 30 pessoas por dia, a grande maioria haitianos. Também estão no abrigo de Brasileia cidadãos de Bangladesh, da Nigéria, do Senegal e da República Dominicana.

Os técnicos dos diversos órgão do Executivo informam que a força-tarefa já atingiu sua meta de regularização. Segundo os dados colhidos, a maioria dos imigrantes é homem, em uma proporção de nove para cada mulher que está na cidade. A faixa etária dos imigrantes varia entre 25 e 35 anos. A maior parte dos homens são casados, com família ainda no Haiti. Os solteiros têm filhos, irmãos, tios ou outros familiares no país de origem.

O perfil traçado dos haitianos refugiados revela que “a esmagadora maioria” tem ensino fundamental incompleto, alguns são analfabetos, e poucos têm segundo grau incompleto ou concluído. Somente “três ou quatro” haitianos com formação de ensino superior foram cadastrados pela força-tarefa.

Os profissionais de saúde enviados pelo governo, em parceria com os do governo acriano, aplicaram 2.225 doses de vacinas contra febre amarela, hepatite, tétano e difteria em 919 imigrantes. As informações oficiais dão conta de que duas pessoas foram internadas no centro de saúde local com diagnóstico de pneumonia e outras cinco estão em observação com suspeita da doença.

A Defesa Civil, por sua vez, finalizou as ações emergenciais de assistência e socorro aos imigrantes de todas as nacionalidades. Como parte dessas ações foi contratado serviço para ampliação do abrigo e levantamento de novas tendas em Brasileia. Os representantes da Defesa Civil do estado iniciaram procedimentos para aquisição de colchões, medicamentos, equipamentos, instalações de banhos, ‘kits’ de limpeza, higiene e lavanderia.

O Ministério do Trabalho e Emprego integra a força-tarefa com a missão de intermediar, com o empresariado nacional, a contratação dessa mão de obra. Dos imigrantes que estão em Brasileia, 225 foram cadastrados no Sistema Nacional de Empregos (Sine).

Os dados mostram que 47 haitianos partiram para o Paraná e 48 estão em Santa Catarina, dos quais seis para trabalhar em Criciúma. A estimativa da Polícia Rodoviária Federal é que 50 haitianos partiram do Acre por conta própria.

Redação

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