“Mas é Carnaval, vadia!”, por Leonardo Sakamoto

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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“Mas é Carnaval, vadia!” – 5 coisas que fazem de você um idiota na folia

por Leonardo Sakamoto

Dedicado ao rapaz que não aceitou um “não” em um bloco de carnaval, na tarde deste sábado (6), provocando ira, raiva e vergonha alheia em quem observava a cena:

1) O significado de “não” é “não”. Não é “talvez”, muito menos “quem sabe” ou ainda “insiste que pode rolar”. Um “não” não te diminui como pessoa, faz parte da vida. Mas deixar de aceitá-lo, faz de você um idiota.

2) Usar frases como “Onde você acha que vai vestida assim?”, “A culpa não é minha, olha como você tá vestida!”, “Se saiu de casa assim, é porque está pedindo”, “Mas é carnaval, vadia!”, “Quem está aqui sozinha é porque quer isso” e “Me dá um beijo que eu te solto” faz de você um idiota.

3) Chamar mulheres, em qualquer circunstância, de “prostitutas” e “vadias” como xingamento genérico para qualquer comportamento em desacordo com seus planos de “conquista” faz de você um idiota. E tratar as prostitutas com respeito diferente daquele dispendido a qualquer outra trabalhadora também faz de você um idiota.

4) Segurar mulheres pelos cabelos, braços, pescoço, cintura ou qualquer outra parte do corpo sem que ela tenha lhe dado expressa autorização para tanto faz de você um idiota.

5) Achar que assédio ou violência sexuais são “brincadeira de carnaval” e “molecagem” faz de você e de quem passar a mão na sua cabeça pelo ato um idiota. Tratar mulheres transexuais que estão na folia com o desrespeito que você não dá às demais faz de você um idiota. Achar que carnaval é passeio em açougue de carne faz de você um idiota.

Seus amigos podem te chamar de “frouxo” se compreender essas sugestões. O que faz deles um bando de idiotas e de você, um cara legal que sabe viver em sociedade, respeitando a dignidade da outra pessoa.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

1 Comentário

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  1. Libertinagem, vs Dignidade

    Hoje em dia, os carnavais inocentes, dos tempos antigos, praticamente se extinguiu.

    Hoje, embalados sob bebidas, a maioria procura no carnaval, a libertinagem desvairada, e a degradação moral, e a decadência dos costumes…

    Nos tempos onde mulher só fazia sexo se fosse casada, não havia muito risco de uma moça ser abusada, mas hoje, infelizmente, confunde-se cada vez mais sexo com desrespeito.

    Talvez, por isto mesmo, por eu ser uma pessoa “dos tempos antigos” nunca gostei de carnaval.

    Nos outros países, quase sem excessão, eles olham para o Brasil com horror, diante da nudez disseminada, e imoralidade. Não estou falando apenas de países conservadores, como países arabes. Mesmo na Europa, carnaval, se comemora com muita roupa, e respeito.

    Infelizmente, também nisto a midia tratou de disseminar a imoralidade sem limites, televisionando a nudez carnavalesca como algo corriqueiro e até natural. Mercadejando a Dignidade humana, como algo sem valor.

    Dizia Lênin:

    “Quando quisermos destruir uma nação, deveremos destruir a sua moral. Assim, ela cairá em nossas mãos como um fruto imaturo”. A receita de Lenin, carregada de cínico realismo, sintetiza a tática adotada por todos os sistemas de dominação humana. Uma sociedade narcotizada pelo erotismo é presa fácil dos interesses ideológicos, políticos e econômicos.

     

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