Os números e o perfil das agressões sexuais

Sugerido por Vânia

Da Carta Capital

Isso é com você, sim

Homens costumam dizer que o estuprador e o agressor é sempre o outro. Quem é “o outro”?

Nádia Lapa

Em qualquer texto que qualquer feminista escreva sobre o comportamento dos homens, vai vir alguém (homem) dizendo “eu não faço isso”.

Pode ser sobre um assunto menos importante, como só abrir a porta do carro para mulheres bonitas*. “Eu, não, eu faço isso com todo mundo, sou gentil!”

A revolta fica ainda mais óbvia quando falamos sobre assuntos difíceis de lidar, como estupro, assédio sexual, violência doméstica.

“Esses homens têm que ser castrados/mortos/trucidados/nãosãohomens/sãoanimais”, exclamam, furiosamente.

Fica impossível não imaginar, afinal, onde estão esses caras que agridem, que estupram, que assediam. Se todos dizem que não o são, quem são?

São seus amigos, seus parceiros de boteco, seus pais, seus irmãos, seus chefes, seus padrinhos de casamento. Ou você.

Sim, agressores de mulheres não têm uma cara, uma classe, um jeito específico. É mais fácil imaginar o maníaco do parque, serial killer (e estuprador) de mulheres, com aquele olhar bizarro e amedrontador. Eu não sou esse cara! Eu não sou esse cara!, bradam os comentaristas em qualquer post.

Quem é?

Alguém é. E não são poucos. Segundo estatísticas da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), uma mulher é estuprada a cada 12 segundos no Brasil. No Rio de Janeiro, são registrados 17 casos ao dia (lembrando que crimes sexuais têm subnotificação absurda). Para quem está chocado com o caso da garota de oito anos que morreu na “lua de mel” com o “marido” de 40 anos, a ONU aponta que até 2020 teremos 120 milhões (é, milhões) de child brides, garotas que são vendidas para o casamento.

Quem são esses homens?

É impossível que seja um só cara. Imaginem um estuprador que todos os dias ataca as 15 vítimas de violência sexual que procuram atendimento no Hospital Pérola Byington, na zona central de São Paulo. Só um cara. Irreal, não? Eles são muitos, e estão por aí, misturados com a gente, em todos os lugares. Por isso também o assédio na rua é tão agressivo; uma mulher não sabe quando aquela “cantada” vai virar coisa pior. Torna-se duplamente agressivo quando comentaristas dizem que estamos inventando, que é frescura, que somos puritanas.

Escrevo sobre sexo, sexualidade e feminismo há dois anos no blog Cem Homens. Todos os dias recebo e-mails de mulheres que foram violentadas física, sexual e emocionalmente. Todos os dias, mesmo. Não é jeito de falar. Todos os dias. O último post publicado é um relato de uma vítima (e nos comentários há várias outras mulheres narrando coisas semelhantes). Posso contar numa mão quantas dessas histórias têm como criminoso um cara desconhecido. Um “maníaco do parque”.

As narrativas envolvem quase sempre amigos, namorados, maridos, pais, padrastos, primos. A violência nem sempre é óbvia; os agressores dificilmente colocam uma arma na cabeça dessas mulheres. Grande parte das vezes, a ação começa consensual, e em determinado momento, a mulher não quer mais se engajar naquilo. Seja porque perdeu o tesão, seja porque é uma prática que não curte, seja porque ela simplesmente não quis mais. E o cara insiste, insiste, insiste e a mulher se sente obrigada a ir em frente.

Há muitos relatos, também, de homens que tiram a camisinha durante o coito, sem avisar a parceira. Outros, “aproveitaram” que a mulher dormia para passar a mão no corpo dela – alguns chegam ao absurdo de penetrá-la. Se formos falar de bebida, então, os relatos se multiplicam em progressão geométrica. “Dar um vinhozinho para amolecer a garota” é prática constante, até estimulada. Pois bem: isso é estupro.

Portanto, minha intenção no post de hoje é fazer com que algum homem, pelo menos uns dois ou três, percebam que o problema não é “o outro”. Talvez seja você, se você pratica algum dos atos acima (insiste, assedia, passa a mão em desconhecidas ou mulheres adormecidas, embebeda garotas ou se aproveita do estado alcoolico dela). Possivelmente “o outro” é algum cara que você conhece. Pode ser o homem sentado na baia ao lado. E que você precisa, sim, fazer algo.

Tenha certeza de uma coisa: você conhece não uma, nem duas mulheres que foram estupradas. Uma a cada cinco mulheres já sofreu violência. Faça as contas. São muitas mulheres, e o problema está, também, sinto dizer (sinto mesmo), em você.

*a questão cavalheirismo versus gentileza é um assunto muito desimportante, ao contrário do que pregam os antifeministas. Feministas reconhecemos que gentileza é ótimo, agradecemos, mas cavalheirismo nos trata como imbecis e incapazes. Portanto, passamos. Pelo menos as autoras deste blog.

Redação

70 Comentários

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  1. Esta clara constatação

    Esta clara constatação abordada no texto demonstra que com todo o crescimento que colocou o Brasil entre as dez maiores economias do mundo desde os governos militares ainda somos um povo subdesenvolvido.

    É uma das provas mais claras que desenvolvimento está longe do conceito crescimento.

    Tudo passa pela cidadania, que pensamos ter e que talvez nunca tenhamos tido em toda a nossa história.

    Tudo passa pela distribuição de riqueza, equilíbrio social, educação e cultura.

    Itens que foram piorados dos governos militares até o de FHC.

  2. “Segundo estatísticas da

    “Segundo estatísticas da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), uma mulher é estuprada a cada 12 segundos no Brasil. No Rio de Janeiro, são registrados 17 casos ao dia (lembrando que crimes sexuais têm subnotificação absurda).”

    A india não fica atrás.

    Alguém sabe sobre estes índices na Rússia e na China?

    Crescemos e não nos desenvolvemos.

    1. Um estupro a cada 12

      Um estupro a cada 12 segundos?

      365 dias x 24 horas x 60 minutos x 60 segundos = 31.536.000 segundos / 12 = 2.628.000 crimes envolvendo violência sexual por ano… você acredita nisso?

       

       

       

      1. Partindo do ponto que os

        Partindo do ponto que os números sejam isso mesmo, e supondo que cada caso seja realizado por um homem diferente, teríamos um em cada 35 homens brasileiros entre os estupradores de um determinado ano.

        Não me parece uma proporção sensata para a autora generalizar como se fosse um comportamento típico do sexo masculino …e sim uma anomalia.

        1. este número da ministra menecucci é…

          …tão confiável quanto ao das 200.000 mulheres que morriam por ano devido aos abortos ilegais.

  3. É um texto sem noção, que

    É um texto sem noção, que mistura tudo.

    Ora, é claro que todos conhecem alguem que é criminoso ou em potencial, todos somos, inclusive mulheres também. E daí ?

    Mistura desde um estupro de fato com apenas encostar a mao em quem está dormindo.

    É a melhor maneira de tumultuar e  não resolver o problema real.

  4. No fora de pauta…

    … fiz um comentário meio agressivo. Agora vai um ponderado.

    Muitas das práticas citadas pela Lapa são comuns aos gêneros. Quem não conhece uma ou mais amigas ou parentes que agem exatamente assim.

    Às comentaristas do blog: vocês nunca insistiram com o(a) parceiro (a)? Nem um única vez?

    No fim de noite quando o “gatinho” interessante já está alguns drinques a mais que o recomendável e continua só?

    Qual a diferença entre o cara que retira o preservativo durante o coito e a mulher que dá o golpe da barriga mentindo que está tomando regularmente o anticoncepcional?

    Quando o parceiro está dormindo ele se torna intocável para as mulheres? Por maior que seja o desejo elas preservam o sono do sujeito?

    As práticas de violência sexual soft que são citadas ocorrem em via de mão dupla, todos sabem disso. A ideologia feministas mantém uma dualidade puta/vestal, dependendo do interesse da mulher, quantos aos homens são sempre estupradores… num casal com o mesmo nível de embriaguez quem comeu quem?

    A descaracterização do estupro é extremamente grave, somente uma Menicucci da vida para dizer que ocorrem mais de 2.600.000 casos de violência sexual por ano no Brasil… considerando o rol de acusações, para situações semelhantes quantos homens também foram vítimas?

    A questão cavalheirismo x gentileza extrapola a boçalidade da autora. Porém devido a postura feminazi isto está mudando, graças a Deus. Este traço da civilização, com forte fundamentação nas regras dos cavaleiros medievais, deve ser realmente abandonado. Em caso de necessidade que a natureza privilegie o mais forte e rápido. Nada de repetir aberrações como a ocorrida no naufrágico do titanic.

    Na primeira classe salvaram-se 97% das mulheres, contra 33% dos homens; na segunda, 86% das mulheres e 8% dos homens; na terceira, 46% das mulheres e 16% dos homens, e na tripulação 87% das mulheres e 22 % dos homens.

    Então meus caros, caso esteja caminhando junto a uma mulher e de repente aparecer um cachorro com hábitos nada amigáveis, por favor não o enfrente para protege-la, como elas não são imbecis e nem incapazes: cada um por si! Se não for um cachorro, mas um carro, não a empurre para a calçada, pule você…

     

     

  5. Quem já não viu mulheres a

    Quem já não viu mulheres a tratar filhos com irresponsabilidade, grosseria e, mesmo, violência? Quem já não leu sobre cuidadoras de idoso que agridem idosos, sobre babás que esmurram crianças? Sobre dondocas que largam filhos com empregados para frequentar festas e salões de embelezamento? Sobre feministas que põem o emprego adiante dos filhos (e que, por isto, são tão benquistas por capitalistas)? São conhecidos os casos de doces mulheres que comercializam, com a ajuda de uma legislação estúpida, o útero, subtraindo dinheiro daqueles dos quais extraíram espermatozóides e do filho assim gerado uma vida feliz, visto por elas como efeito colateral menor da operação comercial (uma prática generalizada que peremeia todas as camadas sociais, tem até apresentadora de TV que lançou mão do expediente). Isto sem se falar das que comercializam a vagina, o ânus e a boca, aqui e no exterior.

    Uma das integrantes de um conjunto musical, creio que “As Frenéticas”, declarou que embora estivesse com filho recém nascido, com menos de dois meses de idade na época, se bem me lembro, não deixaria de ir ao Chile para uma série de concertos. O filho, ora, o filho que esperasse, ou se danasse.

    Apesar desses fatos notórios que depõem contra as mulheres, não se vive a dizer que elas, e em especial, você mulher que teve o descuido de ler “estas mal traçadas linhas”, sejam monstros. Não são. Ao contrário, costuma-se dizer que as mulheres são reservas de carinho e perdão, um evidente exagero também (mas há mulher que acredita nisso, como deve ser o caso da autora do artigo).

    Mulheres e homens padecem de inúmeros desvios morais, para o bem e para o mal, e um gênero não é intrinsicamente melhor moralmente do que o outro.

    O modelo maniqueísta onde a mulher é o Bem e o homem o Mal é estúpido. Dizendo de outra maneira, a fantasia paranóica de que mulheres, tomadas como categoria, são boas e que homens são maus é completamente mentecapta, reducionista e arrogante se defendida por mulher.

    É difícil de acreditar, ao ler-se baboseiras como a que a autora do artigo comete, que se está no século XXI.

  6. Por que o feminicídio não diminuiu depois da Maria da Penha

    http://www.cartacapital.com.br/blogs/feminismo-pra-que/porque-o-feminicidio-nao-diminuiu-depois-da-maria-da-penha-4204.html

    Quarta-feira passada, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou os resultados de uma pesquisa sobre o número de feminicídios após a vigência da Lei Maria da Penha. O resultado assusta: 15 mulheres são mortas por dia no Brasil, uma a cada uma hora e meia. É a chamada violência de gênero, aquela perpetrada contra mulheres em razão de elas serem… mulheres.

    A situação é tão grave que a CPMI de Violência Contra a Mulher previu, no relatório final, a inclusão do feminicídio como qualificadora no crime de homicídio. Muitas vezes tratados pela imprensa como “crimes passionais”, 40% dos casos têm parceiros ou ex-parceiros como assassinos. A porcentagem corrobora o achado por outra pesquisa divulgada recentemente e sobre a qual falei aqui no blog, a Percepção da sociedade sobre violência e assassinato de mulheres, do Instituto Patrícia Galvão. Nela, 50% dos entrevistados apontaram que o domicílio é o lugar no qual as mulheres se sentem mais inseguras. Faz todo sentido, quando se junta os resultados das duas pesquisas. Quem se sentiria confortável em casa, se o algoz mora lá?

    A situação é grave e, não, não se mata por paixão, mas sim por poder, controle. “Se ela não pode ser minha, não será de mais ninguém”, pensam – e agem – os criminosos. O Ipea apontou que não houve diminuição dos números de feminicídio depois da vigência da Lei Maria da Penha. Foi o suficiente para que a lei fosse criticada, como se a aplicação da mesma ocorresse nos termos previstos.

    Infelizmente não é. São recorrentes os casos em que as mulheres registraram diversas ocorrências policiais contra ex-parceiros, mas nada é feito. As medidas protetivas, que incluem a estipulação de distância mínima entre agressor e vítima, tal qual os filmes americanos, não funcionam. As casas de acolhimento não existem em número suficiente, e a mulher agredida não tem para onde ir, sendo obrigada a permanecer junto ao agressor ou procurar a família, cujo endereço o parceiro conhece bem. A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República está construindo uma casa de passagem em cada capital brasileira. Iniciativa ótima, mas como resolver o problema oferecendo apenas 20 camas para cidades com milhões de habitantes?

    Um dos grandes avanços da Lei Maria da Penha é o reconhecimento de que existe violência doméstica, tema que não era sequer falado profundamente antes do advento da lei. Se ela funcionasse direito, seria espetacular, mas ainda assim não seria suficiente – a mudança deve ser cultural, estrutural, encarando o fato incontornável de que mulheres somos gente.

    Um articulista da Folha, Hélio Schwarstman, atacou duramente a Lei, aparentemente desconhecendo o fato de que as medidas protetivas não funcionam porque “não há efetivo” para garantir a segurança das mulheres já agredidas anteriormente. Ele também culpabiliza mulheres pela própria agressão sofrida, e arremata com a desculpa de que os homens são mais fortes, por isso matam mais.

    Fico pensando na própria Maria da Penha, eletrocutada e atingida por disparos de arma de fogo. Que tipo de força física é necessária para empunhar uma arma? Não arranjemos desculpas. O que mata mulheres é a misoginia, é a objetificação dos nossos corpos, a desumanização a que somos submetidas a todo instante. Uma lei, por melhor que seja, não é capaz de mudar a mentalidade e a cultura de um povo.

     

     

    1. Realmente, só criar lei não

      Realmente, só criar lei não resolve essa questão assim como muitas outras.

      Por sinal, não sei se teve algum outro estado que adotou um programa similar ao do RS:

       

      Fonte: http://www.sul21.com.br/jornal/todas-as-noticias/geral/em-um-ano-de-atuacao-patrulha-maria-da-penha-atendeu-quase-2-mil-mulheres-no-rs/

      Em um ano de atuação, Patrulha Maria da Penha atendeu quase 2 mil mulheres no RS

         

      Da Redação

      A Patrulha Maria da Penha no Rio Grande do Sul completa um ano neste domingo (20), já tendo atendido 1.971 mulheres. Entre outubro de 2012 e setembro de 2013, 537 vítimas passaram a ser acompanhadas de maneira especial, não tendo sido registrada nenhuma morte no grupo. Também foram registrados 109 prisões de homens por descumprimento da medida protetiva.

      Além disso, foram realizados 549 atendimentos por violência sexual na Sala Lilás e 5 atendimentos em casos de aborto. Também foram realizadas 254 perícias psíquicas, 548 atendimentos psicossociais e outros 5.179 exames de lesões e outras perícias, totalizando 6.645 atendimentos para a mulher.

      O projeto, elaborado pela Secretaria da Segurança Pública do RS, é pioneiro no Brasil. A Patrulha faz visitas regulares às casasa das mulheres e presta o atendimento necessário no pós-delito. A Patrulha atua nos Territórios de Paz de Porto Alegre, Canoas, Esteio e também em Charqueadas. Agora, a SSP vai lançar o primeiro Observatório da Violência Contra a Mulher, no Departamento de Gestão, junto a Divisão de Estatística. Sua criação permitirá o recebimento e o tratamento de dados gerados pelos órgãos ligados a pasta, observatórios municipais, bem como de outras secretarias, órgãos e instituições produtoras de conhecimento.

  7. Ah, a Nádia Lapa? Ah, certo,

    Ah, a Nádia Lapa? Ah, certo, a “feminista”. Aquela que contabiliza relacionamentos e nega a alteridade. As imagens de violência que ela usa indigna ou são “pura poesia” para quem tem predisposição para “um dos lados”. Julius Streicher fazia o mesmo.

  8. Teste o seu machismo

    Imagine que você tem um grupo de pessoas e quer descobrir quantos são alérgicos a uma substância. Pois bem, você pinga uma gotinha na mão de cada um. Quem reagir à substância, ficar com coceira ou inchaço, é porque é alérgico. Por definição. Ser alérgico é isso: reagir a essa substância.

    Pensem no feminismo como essa substância. Se você é exposto ao feminismo e fica com inchaço ou coceira na mão, se sente incomodado e patrulhado, precisa mudar seu modo de agir e de falar, então é porque seu modo de falar e de agir eram machistas. Machismo é isso. Não tem outra definição.

    Se você acha que não, está em denegação. Mas a coceira na sua pele não te deixa mentir.

    http://papodehomem.com.br/feminismo#feminismo5

    1. Vânia , na boa. Acho que você

      Vânia , na boa. Acho que você escreve coisas muito interessantes nesse espaço de comentários, mas nessa você entrou num reducionismo incrível.

       “Ser alérgico é isso: reagir a essa substância. “

      Pois bem, se eu escrever aqui que toda mulher gosta de apanhar e você reagir indignada contra o que eu escrevi, significa que você gosta de apanhar por ter reagido ao comentário?

      Você é inteligente o suficiente para saber que não.

      A autora do texto pode ser muito infleuente entre as feministas, mas este texto, o seu e o dela, são de um reducionismo “felicianico”, ok?

       

       

  9. http://papodehomem.com.br/fem

    4. O machismo mata

     

    Afirmar que as feministas são tão ruins quanto os machistas é como dizer que vítimas que clamam por justiça são tão incômodas quanto os criminosos.

    A principal diferença entre o machismo e o feminismo é bem simples: o feminismo pode ter todos os defeitos do mundo, mas ele nunca matou ninguém. O machismo mata. Todos os dias.

    Dez mulheres são assassinadas* por dia no Brasil, colocando-o no 12º lugar no ranking mundial de homicídios contra a mulher. Uma em cada cinco mulheres já sofreu violência de parte de um homem, em 80% dos casos o seu próprio parceiro. Em 2011, o ABC paulista teve um estupro (reportado!) por dia. Na cidade de São Paulo, uma mulher é agredida a cada sete minutos.

    A solução está, literalmente, na mão dos homens.

    Não basta simplesmente não estuprar: é preciso não alimentar a cultura do estupro.

    A violência contra a mulher não acontece num vácuo mas ela é possibilitada por todo um contexto de piadas machistas, de objetificação feminina, de controle do corpo da mulher. Quem cria esse contexto somos todos nós, homens e também mulheres.

    Somos todos cúmplices.

    *essa estatística é antiga. hoje o machismo mata mais que antes. E tem gente que acha que feminismo não é mais necessário… 

    5. Não minimize a dor do outro

     

    Quando um amigo bate com o carro e se machuca gravemente, você…

     – minimiza o acidente dizendo que milhares de outras pessoas batem de carro todos os anos?

    – dá um esporro nele por não estar usando cinto?

    – menospreza, dizendo, “ah, aposto que você estava correndo”?

    – Puxa a questão pra você, choramingando “pior fui eu que caí de bicicleta”?

    Se você não faz isso com seu amigo que bateu com o carro (estaria indo rápido demais?), que foi assaltado na rua (será que deu mole?) ou que tem câncer de pulmão (quem mandou fumar?), por que fala coisas semelhantes quando as mulheres reclamam das muitas violências que sofrem?

    O PapodeHomem publicou um relato da Paula Abreu sobre seu estupro.

    Muitos leitores, sem conhecer nem a Paula e nem os detalhes do fato, tomados de uma ansiedade latente para exculpar o estuprador, começaram imediatamente a minimizar a gravidade do crime como também a buscar maneiras de culpá-la:  ela deve ter provocado, estava vestida de forma inadequada, tinha se colocando em situação de risco porque bebeu, jamais deveria ter ido à casa do homem, etc etc.

    Em um texto sobre cantadas de rua agressivas (veja o vídeo abaixo), dezenas de mulheres confirmaram que esse tipo de comportamento é invasivo e faz com que andem sempre com medo. Incrivelmente, em resposta, muitos homens disseram variações de:

    Olha, essa coisa aí que você sente na pele e que diz que te incomoda e te apavora, eu, que nunca senti isso na pele, estou dizendo que é pura frescura sua, que isso não tem nada de mais!

    Machismo é isso: achar que você, homem, é quem vai determinar o que assusta ou não as mulheres. Achar que você sabe, mais do que elas mesmas, a verdadeira gravidade dos problemas que as afligem.

    Se você nunca fez diálise e tem os rins perfeitos, não critique seu pobre amigo que reclama de ter que filtrar o sangue todo dia.

    Tenha empatia pela dor do outro — especialmente se for uma dor que você nunca experimentou e, teoricamente, nunca experimentará.

    http://papodehomem.com.br/feminismo#feminismo5

     

    1. Vânia…

      Há mais de trinta anos quando muitos juízes ainda aceitavam a esdrúxula aberração doutrinária da legítima defesa da honra a taxa de homicídios femininos era a metade da atual.  Nestas décadas o machismo aumentou ou diminui? Claro que ainda existem monstros espalhados por aí que consideram as mulheres como propriedades, mas o número de mortes motivadas especificamente por isso aumentou ou diminuiu?

      Vendo as estatísticas brasileiras dos homicídios o que mais salta aos olhos é que nos últimos quarenta anos o que vem acontecendo é o aumento das mortes pela relativização da vida humana. O homem, no sentido de espécie, foi esquartejado no nosso país.

      As feministas consideram que todas morreram pela passionalidade possessiva, mesmo com a liberalização dos costumes e o arejamento que já ocorreu nas cabeças de muitos trogloditas. A taxa ter saltado de 2,3/100.000 para 4,4/100.000 entre 1980 e 2010 representa quase 100% de acréscimo ou mais 2,1/100.000 mulheres mortas.

      O movimento gay lista anualmente entre 200  e 300 casos que atribui a homofobia, mesmo que o autor do assassinato seja o namorado da vítima.

      Nesse período aumentaram também as taxas de homicídios para as crianças e adolescentes e para os homens adultos. No caso deste último, o macho predador da espécie, a elevação foi de 9,4/100.000 para 21,8/100,000, a taxa superou o dobro e passaram a morrer mais 12,4/100.000 homens. Divida 12,4/100.000 por 2,1/100.000 e veja quantos homens a mais passaram a morrer em relação as mulheres…

      A violência explodiu no Brasil, mas ao invés de agir no geral cada grupo vê-se como o mais prejudicado. O que está em jogo é a vida humana, não a de um grupo específico. Matam-se homens, mulheres, crianças, jovens, adultos, idosos, gays, héteros, brancos, pardos, negros, indígenas, amaraleos, pobres, ricos, remediados, sãos e deficientes. As respostas que deveríamos procurar são:

      Por quê tantos brasileiros são vítimas de assassinatos?

      O quê devemos fazer para reduzir estas taxas de mortes violentas superiores a muitas regiões em guerra?

      No entanto o quê vemos? A compartimentalização de cada um dos grupos buscando motivações diferenciadas, como se a não apuração e a não punição das mortes em geral não fizessem parte da solução.

      O aumento do volume de mortes deu-se, na minha opinião, porque tornou-se barato assassinar. Do mesmo modo que alguém espanca um gay, uma mulher ou um negro até a morte, um motorista branco héterossexual esmaga outro devido a uma fechada no trânsito. Um morreu porque alguém discriminava a sua orientação sexual, outra devido ao ciúme possessivo, o seguinte porque um racista o considerava um ser inferior e o último porque mudou de faixa e não deu seta. Esta é a realidade do Brasil. Isto ninguém pode negar. A legislação permissiva, a inoperância policial, o garantismo excessivo do judiciário e a militância compartimentalizada são os responsáveis pela situação que se agravou na última década e tende a ficar ainda pior. Uma vida é uma vida, todas possuem igual valor, não importa nenhum rótulo utilizado para diferenciar um crime de outro, mas isto é mero detalhe para quem se guia por valorações políticas e não humanas. A punição deve ser dura para o autor, indepedente da sua motivação ou do segmento social ao qual pertence a vítima.

      1. Onde vossa mercê leu isso,

        Onde vossa mercê leu isso, sinhá? Uma coisa é a essência da psicologia masculina, a outra são as suas patologias adquiridas.

  10. Numa boa?
    Vejo muita gente

    Numa boa?

    Vejo muita gente falando que feministas são chatas, mas mesmo que isto fosse verdade, e fossem cometidos excessos no caminho, é uma “chatice” necessária. Antes de existir agressores de mulheres, estupradores, protagonistas de crimes passionais, existe uma cultura que – a despeito de todas as conquistas femininas nas últimas décadas/séculos – ainda persiste, de fulanizar, ou “objetizar” (caramba, que palavra feia) a mulher.

    O sujeito aprendeu desde criança que namorada, esposa, ficante, etcétera, por ter consentido ficar com ele, ou fazer sexo com ele uma vez que seja, agora é propriedade, e é prerrogativa dele usar de uma forcinha aqui, uma coação moral ali, para obter o que quer. Com este tipo de cultura, era permitido assassinar mulheres pra “lavar a honra” no passado e, apesar de grandes avanços terem sido realizados, resquícios disto ainda existem.

    Eu não acho que mulheres são santas, púdicas, tampouco o demônio na terra. Ser humano é ser humano, e tem gente péssima e gente boa em todos os gêneros. Os exemplos dados pelos colegas comentaristas (mulher que chama de frouxo ou broxa homem que nega fogo, mulher que dá o “golpe” da barriga, e etc.) existem aos montes. 

    Só que é bem óbvio que a cultura dominante ainda na nossa sociedade tende a legitimar muito mais a violência perpetrada de homens contra mulheres do que o contrário. Isto reflete na violência de gênero, e não é surpresa nenhuma que mulheres sejam as principais vítimas de violência de gênero.

    Então, acho que a luta das feministas não é convencer a todos que homens são cretinos e mulheres são santas.

    Creio que a bandeira delas esteja muito mais voltada a acabar com uma cultura de violência simbólica contra as mulheres que antece a violência de fato. E esta luta é bem legítima.

     

    1. Do blog Papo de homem

      24. Aprenda a hora de ficar calado

       

      Não diga às mulheres o que fazer.

      Nada pode ser mais intrinsecamente machista do que você, homem,  ó tão feminista e ó tão razoável, querendo dizer às feministas como devem se comportar. Que seriam mais ouvidas se fossem menos agressivas. Que deveriam ser mais dóceis. Que não entende porque estão brigando logo com você que é tããão fofo, tão feminista, tão amigo!

      Bem, deixa eu bater uma real:

      Se você, homem, a essa altura do campeonato, ainda se acha no direito de dizer pras mulheres como devem se comportar; se acha que cabe a você determinar qual é a melhor maneira do feminismo alcançar seus objetivos; se acha mesmo que é aceitável esse tipo de comentário ao mesmo tempo autoritário e condescendente, então, meu amigo, você não entendeu nada.

      Mas tem conserto: fecha essa boca, abre esse ouvidos.

      Para um homem, simplesmente ouvir as mulheres, sem interpelar grosseiramente nem minimizar as agressões sofridas, já é grande parte do processo.

      Boa sorte.

      http://papodehomem.com.br/feminismo/#feminismo24

      1. Poxa Vânia, eu escrevo

        Poxa Vânia, eu escrevo concordando (no geral) com o texto trazido por você, e na sua resposta há o conselho de “aprender a hora de ficar calado”? rs

        Não entendi se você quis dizer que eu falei besteira ou se é por outra razão.

        1. Oi

          Oi Arthur,

          Me desculpe se, eventualmente, eu te interpretei mal. Mas, tenho a meu favor (se é que eu te interpretei mal) o fato de o Daniel Q. (pelo histórico que conhecemos aqui, um jovem bastante conservador – velhos conservadores por aqui é comum) ter concordado com você, apesar dele próprio ter sido um dos primeiros homens (dentre praticamente todos os que comentaram este post) a condenar o texto e sua autora.

          Onde está (ou estaria) a “ambiguidade” do seu (Arthur) comentário?

          Por Arthur: “Então, acho que a luta das feministas não é convencer a todos que homens são cretinos e mulheres são santas.”

          Como nos ensina o Alex Castro: “Se você, homem, a essa altura do campeonato, ainda se acha no direito de dizer pras mulheres como devem se comportar; se acha que cabe a você determinar qual é a melhor maneira do feminismo alcançar seus objetivos; se acha mesmo que é aceitável esse tipo de comentário ao mesmo tempo autoritário e condescendente, então, meu amigo, você não entendeu nada.” 

          Arthur, você diz depois da minha resposta: “Poxa Vânia, eu escrevo concordando (no geral) com o texto trazido por você, e na sua resposta há o conselho de “aprender a hora de ficar calado”? rs

          O comentário do Daniel Q. aprovando esse seu comentário (Arthur), logo em seguida dele próprio ter reprovado o texto da autora (Nadia), vem nos mostrar, mais uma vez, que o Alex Castro sabe o que fala:  “Mesmo que nunca tenha feito nada de errado, todo homem se beneficia da estrutura de dominação criada pelo machismo. Sempre que escrevo sobre feminismo, escuto uma variação do mesmo comentário abaixo: 

          (…) Preciso compartilhar isso, Alex. Acho engraçado, mas existe um fenômeno que me deixa putíssima. A mulher fala, fala, fala, e o cara resiste, treta, discorda. Daí basta um outro homem falar- e a mesmíssima coisa! – pra ele se prestar a ouvir, entender, concorda (…)

          Cada vez que eu, um escritor, sou levado a sério por falar algo que, se eu fosse escritora, teria caído em ouvidos surdos, estou me beneficiando do machismo estrutural da nossa sociedade, querendo ou não.” [21. A inocência dos homens]

          Enfim, Arthur, respondo a você, e não aos outros, pq acho que posso ter realmente te interpretado mal. Quanto aos demais, nem preciso me dar ao trabalho de responder. O que eles apresentam são contra-argumentos totalmente datados e por demais rebatidos. Pra quem precisa, basta uma pesquisa relativamante fácil e rápida para saber mais sobre feminismo. Da minha parte, basta copiar e colar as respostas que já estão prontas. Cansa ficar voltando 20 casas o tempo todo.

          De todo modo. Valeu pela delicadeza.

            

          1. Vânia,
            O clima neste tópico

            Vânia,

            O clima neste tópico ficou meio tenso e entendo a sua reação. Houve um mal-entendido. Eu não tive a intenção de dizer pelo que as feministas deveriam lutar, só escrevi o que constatei, pois para rechaçar o texto que você compartilhou, muitos argumentaram “ah, mas mulher também faz isso, mulher também faz aquilo”. 

            Eu acho que este tipo de argumentação desvirtua o assunto, pois o que está em questão não é nem discutir quem é mais bonzinho ou mau-caráter, se homem ou mulher, mas uma cultura que legitima a violência do homem contra a mulher.

            Quando um homem trai, ele cometeu um “erro”, um desvio besta, perdoável. Quando mulher trai, é rameira, biscate, vagabunda, e este tipo de violência simbólica acaba “legitimando” (aos olhos do agressor) a violência de companheiros e ex-companheiros contra a mulher.

            Então, o sentido do que escrevi foi algo como “observando os textos que li de feministas, das conversas que tive com feministas, percebi que elas não querem provar que são melhores que os homens, mas sim lutar por direitos iguais”.

            Isto é muito diferente de escrever “Eu, Arthur, acho que as feministas devem ser assim e assado, fazer isso ou aquilo”.

            Este assunto é interessante, e concordo que o ambiente para um debate em termos mais civilizados está inviabilizado neste tópico. 

            Abraço

          2. Valeu

            Obrigada pela resposta, Arthur.

            Infelizmente, é sempre assim. Todo e qualquer (desculpe a redundância, mas ela se faz necessária) tópico sobre combate ao machismo aqui cai nisso que você viu. Fato é que a proporção de homens do blog é muito maior que a de mulheres. E eles caem matando (rs) sem o menor pudor. O que não deixa de denotar um comportamento covarde além de machista (um encoraja o outro a descer a lenha nas feministas/mulheres).

            Como eu disse num comentário lá “em cima”, no mínimo esse tipo de post – os comentários do post, pra ser mais exata – mostra a necessidade de combater e denunciar o machismo. Chega a ser inacreditável a falta de noção dos caras, como eles se entregam e demonstram exatamente o contrário do que falam da boca pra fora, nessas parcas linhas.

    2. Voce tem razão no

      Voce tem razão no essencial.

      E é justamente por isso que este tipo de texto só prejudica a própria causa que dizem tentar defender.

  11. Tenha certeza de uma coisa:

    Tenha certeza de uma coisa: você conhece não uma, nem duas mulheres que foram estupradas. Uma a cada cinco mulheres já sofreu violência. Faça as contas. São muitas mulheres, e o problema está, também, sinto dizer (sinto mesmo), em você.

     

    Nesse ponto o  texto tem uma distorção da informação, querendo passar a ideia que uma em cada cinco mulheres foi estuprada, quando esse 1/5 seria que já sofreu ALGUM TIPO (não necessariamente sexual) de violência segundo dados da Fundação Perseu Abramo. Não devemos minimizar a dor alheia, mas também precisamos trabalhar com dados REAIS e CORRETOS, até para que o problema possa ser adequadamento compreendido e tratado.

     

    Fonte: http://www.fpa.org.br/wp-content/uploads/cap5.pdf

     

    E olhando rapidamente alguns dados nesse relatório, me surpreendi com um em específico, focado na violência contra crianças no lar:  

     

    Entre as mulheres, 75% acreditam que para educar os filhos, uns tapas de vez em quando é necessário, entre os homens o número é 59%. Mesmo entra aquelas que nunca levaram um tapa, a violência é considerando justificável por pouco mais que a metade (53%), enquanto no caso dos homens que nunca levaram um tapa dos pais, o número é de 29%.

     

    Ah, e do ponto de vista prático, a coisa também não é bonita. Entre as mulheres, somente 15% nunca deu um tapa num filho. Entre os homens 42%. E olhando aqueles que nunca apanharam dos pais, 71% dos homens não batem, já entre as mulheres, esse número cai para 42%.

      1. Não deixa de ser violência.

        Não deixa de ser violência. Por sinal, a criança em questão é tão ou mais indefesa que uma mulher que leva um tapa de um homem e nem por isso justificaria um argumento na linha “um tapinha não dói”. 

        E esse ato (da mãe ou pai) só ajuda a eternizar a noção de que a violência pode ser uma solução legítima para resolver problemas.

    1. Perguntar não ofende.

      É engraçado de se ler. Mas a Condoleeza Rice e a Angela Merkel são sinais de progresso? Crítica não é espinafrar, mas reconhecer o alcance de qualquer discurso. O resto é oportunismo, mentira, censura (como a Nádia Lapa usa em seu blog “opinativo”) e ideologia.

  12. Todos os homens nasceram de

    Todos os homens nasceram de uma mulher. Em sua grande maioria foram criados e educados por mulheres machistas. Tudo isso é mesmo um barulhão. E aí, Jair?!

    1. Em sua grande maioria

      Foram criados e educados em uma sociedade machista que reproduz o machismo e passa essa função para mulheres, que aí são machistas também.

      A superação desse equívoco de milênios está se dando de umas décadas para cá.

  13. Feminismo e Violência

    Feministas não gostam de sofrer críticas. Criticam, mas não aceitam crítica. Analogamente a pastores radicais de certas seitas que criticam os que não seguem estritamente seus ditames, mas que, quando criticados, acusam o crítico de ser manifestação do diabo, satanás, cão etc., feministas acusam os críticos de suas ideias de machistas (o equivalente do Mal). São fundamentalistas radicais que põem de um lado o feminismo (eles e elas mesmos), e que é o Bem; e de outro, o machismo (os outros), o Mal.

    Movimento que se presume conduzido por pessoas inteligentes, paradoxalmente, lança mão de instrumentos intelectuais como maniqueísmo (reconhecidamente visão ultrapassada da realidade) e argumento contra o homem (falácia retórica), instrumentos que levam necessariamente à interdição do debate. Como se vê aqui mesmo na thread, a resposta de feministas (ao menos, parecem ser) às críticas a ideias feministas são pôr em suspeita o crítico, tachando-o de violento, estuprador, assassino, ou seja, de machista (lembra a tática de certos líderes religiosos, embora o feminismo não seja religião e não se assente em dogmas sustentados na fé). Os argumentos das críticas ao feminismo, bem, isto não interessa ao “movimento”.

    Tenho críticas a muitas ideias feministas, às consequências das aplicações dessas ideias e não sou machista. Porém, a contragosto de alguns do “movimento”, declaro-me como pertencendo ao gênero masculino, sinto muito. Por exemplo, critico a ideia feminista de que bom é se deixar explorar pelo capital – o que aumenta a procura por posições de trabalho causando como consequência o aviltamento geral dos salários – sob o pretexto de que assim a mulher “se realiza”. Essa ideia feminista é ridícula: ganham com ela os capitalistas, perdem os filhos dessas mulheres e essas mulheres (basta ver as doenças que acometem tais mulheres e que não acometem as que não têm esse estilo “moderno e bom” de vida).

    A ideia feminista de que passar bons valores a filhos vale menos do que a “realização pessoal” paga com a própria mais valia ao patrão é cruel. Boa parte da dissolução moral que infesta a Sociedade decorre disto, pois sem verdadeiras mães, o que sobra são filhos egoístas, cínicos, violentos e, quem sabe?, misóginos. As mulheres são também culpadas da misoginia, e, se Freud vale alguma coisa, a misoginia é vingança contra maternidade de pobre qualidade de que o filho foi vítima.

    A ideia feminista da liberação sexual feminina, aproximando-a da liberdade sexual masculina, introjetada pelas classes sociais menos aquinhoadas em razão da propaganda maciça feita pelas conspícuas lideres feministas, e que preconiza que o lugar da mulher não é na cozinha (mas seria em baile funk) tem produzido, nas favelas e cortiços (embora também nas classes altas, mas nelas as meninas podem abortar com segurança), mães de 15, 14, 13, 12 anos de idade; ou mutiladas nos abortos precários; ou mães cadáveres; ou recém-nascidos jogados no lixo. Os filhos dessas mães crianças, frutos da ideologia feminista, se sobreviverem, não serão bons cidadãos em sua maioria.

    Tenho muito mais críticas a ideias feministas, porém, como sou grosseiro, afinal, serei tachado de machista mesmo, manifestação do Mal, pararei por aqui. Fazer o quê? Ainda assim, não posso deixar de mencionar taxa de mortalidade por crime violento de que são vítimas jovens negros em comparação com a das mulheres. Como o Jorge Nogueira menciona, a taxa de mulheres mortas vítimas da violência em 2010 é de 4,4 mulheres por 100.000 (se bem entendi o que ele escreveu). Tal taxa é muito menor do que, por exemplo a taxa de jovens negros mortos vítimas da violência (69,6 por 100.000 habitantes – em http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/11/29/mapa-da-violencia-2012-mostra-pandemia-de-mortes-de-jovens-negros-diz-professor.htm). Claro que tanto uma quanto outra deveriam se 0 (zero), mas não se pode, como querem algumas feministas, afirmar que as mulheres são vítimas preferenciais da violência, não são.

    A violência é fenômeno generalizado em nossa sociedade, não é específico contra as mulheres, não são elas as maiores vítimas, e as mulheres têm responsabilidade considerável por esta violência que nos assola. As mulheres, menos do que vítimas, são causadoras da violência, são parte do problema.

  14. Do blog Papo de homem

    21. A inocência dos homens

     

    As mulheres são tão responsáveis quanto os homens pela perpetuação da cultura machista, é verdade. Com uma grande diferença: só os homens se beneficiam.

    Nenhum homem é inocente dos crimes do machismo.

    Mesmo que nunca tenha feito nada de errado, todo homem se beneficia da estrutura de dominação criada pelo machismo.

    Sempre que escrevo sobre feminismo, escuto uma variação do mesmo comentário abaixo:

    Preciso compartilhar isso, Alex. Acho engraçado, mas existe um fenômeno que me deixa putíssima. A mulher fala, fala, fala, e o cara resiste, treta, discorda. Daí basta um outro homem falar- e a mesmíssima coisa! – pra ele se prestar a ouvir, entender, concordar…

    Cada vez que eu, um escritor, sou levado a sério por falar algo que, se eu fosse escritora, teria caído em ouvidos surdos, estou me beneficiando do machismo estrutural da nossa sociedade, querendo ou não.

    Tanto homens quanto mulheres introjetam o machismo, mas se apropriam dele de forma assimétrica: para os homens, algumas desvantagens e várias vantagens; para as mulheres, praticamente só desvantagem.

    Uma das grandes diferenças entre homem e mulher está justamente na vasta gama de privilégios desfrutados pelos homens, muitas vezes sem nem se dar conta de que são privilégios.

    Se você pergunta a um homem quando foi a última vez que sentiu medo de morrer, vai ouvir alguma história sobre uma aventura ou um quase crime acontecida meses ou anos antes; se pergunta para uma mulher, ela vai contar algo que aconteceu hoje de manhã ou ontem à noite. Para nós homens, andar pela vida sem medo de morrer ou de ser estuprado é uma coisa tão normal que nem nos damos conta. Mas, do ponto de vista de uma mulher, esse é justamente um dos maiores privilégios masculinos.

    A pergunta é simples: você está no time dos que receberam mais do que a média e, portanto, pode abrir mão de algumas regalias em prol de quem não teve as mesmas oportunidades? Ou recebeu menos do que média e, portanto, ainda precisa de todas as vantagens que puder agarrar?

    O que acha? Quem é você?

    Será que nós, homens, podemos abrir mão de alguns dos privilégios, regalias e direitos que adquirimos ao longo de milênios de patriarcado ou será que vamos nos aferrar com unhas e dentes ao mundo de nossos avôs?

    Não basta simplesmente não ser machista: como a sociedade se estrutura de forma machista, é necessário agir individual e estruturalmente para abrir mão destes privilégios.

    Se a vida fosse um videogame, ser homem, branco hétero seria com certeza o nível de dificuldade mais baixo.

    Como funciona o machismo.

    Como funciona o machismo.

     

  15. Do blog Papo de homem

    24. Aprenda a hora de ficar calado

     

    Não diga às mulheres o que fazer.

    Nada pode ser mais intrinsecamente machista do que você, homem,  ó tão feminista e ó tão razoável, querendo dizer às feministas como devem se comportar. Que seriam mais ouvidas se fossem menos agressivas. Que deveriam ser mais dóceis. Que não entende porque estão brigando logo com você que é tããão fofo, tão feminista, tão amigo!

    Bem, deixa eu bater uma real:

    Se você, homem, a essa altura do campeonato, ainda se acha no direito de dizer pras mulheres como devem se comportar; se acha que cabe a você determinar qual é a melhor maneira do feminismo alcançar seus objetivos; se acha mesmo que é aceitável esse tipo de comentário ao mesmo tempo autoritário e condescendente, então, meu amigo, você não entendeu nada.

    Mas tem conserto: fecha essa boca, abre esse ouvidos.

    Para um homem, simplesmente ouvir as mulheres, sem interpelar grosseiramente nem minimizar as agressões sofridas, já é grande parte do processo.

    Boa sorte.

    http://papodehomem.com.br/feminismo/#feminismo24

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  16. Vânia, a black bloc do Nassif

    Cara Vania, esses exageros “black blocs’ que voce comete só atrapalham a necessária divulgação desses fatos graves que relata. A violencia, sexual ou não, contra as mulheres a gente está vendo, está quase um epidemia.

    Mas quando voce fala que o cara que tenta amolecer a mulher com vinho está cometendo estupro, dá vontade de parar de ler. Eu já fiz isso, mas não quis estuprá-la, juro! A bebida faz parte do jogo da sedução, assim como a dança. Como diria Baco. Inclusive acho que era mais para combater minha timidez do que “amaciá-la”

    Terei que ser preso? Voce me depredaria? E essa história de quase criminalizar o cavalheirismo também só prejudica sua denuncia. Muito cara vai pensar, “essa feminista xiita está inventando esse números de mulheres assassinadas”.

    Não acho que o machismo tem aumentado. A tese do Rebolla talvez seja mais certeira para explicar esses números. A violencia tem explodido de maneira geral. Se pegar o número de negros assassinados, pode-se atribuir ao racismo, mas também ao fato de que são estes que por razões históricas, mas se envolvam com crimes violentos. E o sujeito que mata outro no trânsito? É preconceito contra quem dirigi mal? Concordo com Rebolla, é a banalização da morte

    1. Muito bom Juliano. O melhor

      Muito bom Juliano. O melhor comentário do post.

      A questão é que muitas não querem igualdade, querem confronto. E ainda escolhem os alvos errados.

      1. A parte da bebida no

        A parte da bebida no comentário dele achei “forte”. Seria um meio de transformar um “não” num “sim”. Então poderia sim, ser vista como uma maneira de concretizar uma violência sexual “sem violência”.

        Da minha parte, não bebo e nem incentivo que outras pessoas adotem tal hábito.

        1. A partir dái deduz-se que as

          A partir dái deduz-se que as mulheres não tenham autonomia e não queiram fazer uso de bebida alcoólica. Os homens são sádicos ou aproveitadores da inocência pueril de todas as mulheres que se deixam levar pelo malvado ser do gênero masculino. Pelo jeito em bares e restaurantes só homens fazem uso de bebidas alcoólicas as mulheres bebem suco ou chá.

          Calma lá a violência contra a mulher existe sim, dentro de casa, das universidades, etc. Mas para que haja violência precisa existir o uso da força sobre o outro. Pelo que está no texto, qualquer mulher que tenha tomado um cálice de vinho é um ser vulnerável, que se tiver concentido ter relação sexual será necessariamente vítima de um agressor.

          Tudo tem que ter um meio termo. O Jullian Assange está sendo acusado de estupro por ter tido relação sexual sem camisinha.

          É aí que  as coisas vão chegar? Vamos criar a paranóia americana em que as pessoas vão para o bar e não se paqueram com medo de um proceso por assédio sexual?

    2. Não vi exagero nenhum.

      E o que conta, sempre, é a discussão na sociedade. Que felizmente será menos machista ao longo do tempo, e haver muita discussão sobre isso, e sempre apenas em uma direção, é sinal inequívoco disso.

      Os colegas poderiam se perguntar por que não surgem blogs, matérias, mídias destinados a defender o machismo. Tirando aquela coisa assustadora do “Homens de bem”.

      Por que os comentários machistas ou homofóbicos nunca viram posts?

      O que se vê nos comentários em muitos posts não é debate, é um mero exercício de resistência a mudança.

      Que pode até apontar para a gravidade da situação real (confirmando justamente os posts), mas que não representa para onde se irá.

       

       

       

  17. se um homem…

    se um homem bate em sua parceira mulher configura um crime de gênero…

    então uma mulher que bate em sua parceira mulher é o que?

    eu me recuso a carregar uma cruz. Sou homem e tenho tanto gênero quanto qualque mulher por aí, quanto qualquer gay homem ou mulher, quanto qualquer transexual ou o que seja.

    O machismo não esté nesta pessoa ou naquela, assim como o capitalismo não está no bolso deste ou daquela senhora. Se continuarmos a achar que os cidadãos tem de ser “purificados” de seus pecados sociais não avançaremos em nada na construção de novas relações igualitárias, relaçõe essas que independem do fato de se eu sou homem ou mulher, gay ou hetero, branco ou preto.

    Agressão entre casais é tragédia para quem quer que seja. Se há mais mulheres vítimas, deve ser dado mais foco e mais instrumentos para elas se defendam (seja com a força física, seja com a ajuda do resto da sociedade), a resposta não deve ser a demonização de todos os homens.

  18. Do blog Papo de homem

    12. Essas feministas radicais…!

     

    Se existe uma atitude que você gostava de ter, uma palavra que você gostava de usar, e hoje você não pode mais por causa das feministas… Se o discurso feminista te incomoda, se você se sente patrulhado pelas “feminazis mal-comidas”, se você mudou seu comportamento por causa disso…

    Então, sim, talvez sem nem saber, talvez contra a sua vontade, vamos encarar os fatos, faça um pouco de autorreflexão, seja o advogado do diabo de si mesmo… e admita:

    Não é porque elas são chatas, histéricas ou radicais. Provavelmente, os seus comentários e atitudes é que eram machistas.

    Mas não precisa ficar assustado: tem cura.

    Sugiro um exercício em auto-questionamento:

    Por que será que essa besteirinha que eu falo suuuuuper na boa incomoda tantas mulheres? Ok, é possível que elas sejam umas feminazis patrulheiras mal-comidas (sic sic sic!), mas também pode ser, quem sabe, que o problema seja comigo. Hmmm. *mão no queixo* Talvez as coisas que eu acho mais normais sejam altamente ofensivas para muitas pessoas. Talvez seria melhor se eu ouvisse mais os outros. Talvez eu devesse aproveitar essa oportunidade para refletir sobre mim mesmo, meu comportamento, minhas prioridades, minha vida…

    Entendo sua posição. É muito difícil ser subitamente acusado de machista. (E de racista, e de homófobo, etc.)

    (Para te ajudar nesse momento tão difícil: Como agir ao ser chamado de machista, racista, homofóbico – Um guia para nós todos)

    Infelizmente, nesse momento, sob pressão, muitos homens simplesmente piram. Ao invés de simplesmente baixar as orelhas, enfiar o rabo entre as pernas e ouvir, começam a cagar pela boca.

    Nada pode ser mais constrangedor do que ver um homem, até então sensível e sensato, se defendendo de acusações de machismo seja dando carteirada (“não posso ser machista porque escrevi isso ou fiz aquilo”) ou, pior ainda, acusando as feministas de serem extremadas, exageradas, radicais.

    Vamos combinar: se o feminismo é a busca por direitos iguais para as mulheres, então é impossível ser feminista radical. Se você acha que homens e mulheres devem ter direitos iguais, então você acha que homens e mulheres devem ter direitos iguais. Não existem gradações: não dá pra ser moderadamente a favor de direitos iguais ou radicalmente a favor de direitos iguais.

    Feminista radical não existe. Ao reclamar da patrulha das feministas radicais, por mais delicadamente que seja, você está apenas expondo seu machismo. E todo mundo está vendo.

    (Alguém que defenda que as mulheres devem estar acima dos homens não é uma feminista: é uma female supremacist, ou femista, ou misandrista, e isso é outra história, outra tara, outra loucura. Não tem nada a ver com feminismo, nem com nada que o  feminismo representa. Aliás, não sei nem se existem, pois nunca vi essa posição ser defendida a sério por ninguém.)

    Tudo explicado!

    Tudo explicado!

     

    1. Vânia, acompanha seus

      Vânia, acompanha seus comentários há bastante tempo no blog. E gostaria que você me esclarecesse.

      Um homem vai a uma festa e bebe uma mulher vai a mesma festa e bebe os dois se conhecem e saem e naquela mesma noite tem relação sexual.

      Isso é estupro?

       

       

       

      1. Putz…

        Vou te perguntar outra coisa.

        Se você, supostamente hetero, cair num boa noite cinderela e for “comido” por outro homem, isso será consensual ou abuso?

        Entendeu a diferença entre tomar uns drinks pra relaxar – em comum acordo – e ser entorpecido com a finalidade de ser usado?

  19. “AQUELA MULHER LUTOU MUITO PARA NÃO MORRER”

    http://escrevalolaescreva.blogspot.com/2013/10/aquela-mulher-lutou-muito-para-nao.html

     

    “AQUELA MULHER LUTOU MUITO PARA NÃO MORRER”

    por lola aronovich Estou sem tempo, mas não posso deixar de registrar essa notícia pavorosa. O crime, daqueles bem típicos que a mídia chama de “passional” — em vez de chamar pelo nome correto, que é feminicídio — aconteceu no dia 13 de outubro. Francisco das Chagas Filho, ou Alan Terceiro, como é conhecido, 47 anos, ex-vereador em Fortaleza pelo PTdoB, atual suplente, matou a facadas a ex-mulher, a pedagoga Andréia Jucá, 39 anos. O assassinato aconteceu dentro da casa, no bairro Rodolfo Teófilo, numa tranquila tarde de domingo.Nada de novo no front: a estatística que conheço é que 28% das mulheres assassinadas são mortas dentro de casa, o que reforça a violência doméstica (entre os homens, este índice é de menos de 10%). Mas há estatísticas que dizem que 40% das vítimas de feminicídio morrem em casa. Faz um mês, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) lançou um estudo provando que a Lei Maria da Penha sozinha, sem a infraestrutura necessária, não é suficiente para conter os feminicídios. 15 mulheres continuam sendo mortas por dia no Brasil. São mais de 5 mil mortes por ano, 50 mil vítimas nos últimos dez anos. Essas mulheres são mortas por serem mulheres. Em 40% dos casos, o assassino é o companheiro (só 6% dos assassinatos de homens são cometidos pela companheira). Alan Terceiro e Andréia ficaram juntos durante 18 anos e tinham três filhos menores de idade. Haviam se separado um mês antes. Como tantos homens que veem a mulher como posse, Alan não aceitam a separação. Ele premeditou o crime: levou os três filhos ao shopping e depois voltou à casa, alegando ter esquecido a carteira. Andrea recebeu vinte golpes de faca. “Sou pessoa de bem e fui traído”, disse o ex-vereador após ser preso em flagrante.Como sempre, essa não foi a primeira agressão de Alan à mulher. As brigas eram frequentes. Segundo uma vizinha, “Numa das últimas brigas que eles tiveram, [Andréia] gritou muito por socorro. Os filhos deles estavam lá e houve muita quebradeira”. Vizinhos chocadosMas o que mais me chocou foi a notícia que saiu hoje, que mostra bem o desespero dos vizinhos naquela tarde. Andréia não foi morta passivamente. Ela lutou, gritou por socorro. A rua foi tomada por berros, e os vizinhos ligaram para o 190. A primeira ligação foi registrada às 14:14. A operadora escreve que há uma “briga de família” e uma “mulher gritando por socorro”. Ela tenta mandar uma viatura pra lá, mas todas estão indisponíveis (embora haja um posto policial próximo daquela rua). A mesma vizinha liga de novo, e de novo (no total, foram cinco ligações só dela), dois minutos depois. Desta vez um operador registra: “solicitante pede, muito nervosa, uma viatura. Ela informa que a vizinha está gritando por socorro”. Ele registra também que há outras ligações denunciando o mesmo crime em andamento. Numa dessas ligações, um outro vizinho alerta para “uma briga de casal próxima ao número 1190” e “pede uma viatura para local, pois o marido está batendo muito na mulher”. Depois, para o jornal, o vizinho diz: ““a covardia de Alan Terceiro transformou aquele domingo quieto num dia de terror. Aquela mulher lutou muito para não morrer”.A vizinha que ligou cinco vezes para o 190 sai gritando pela rua. Só depois do silêncio na casa de Andréia, os vizinhos decidem arrombar a porta. A polícia chega a tempo de impedir que Alan seja linchado.A Segurança Pública alega que levou 23 minutos para chegar ao local. Segundo os vizinhos, foi mais de 40. Até quando?
    E isso que o Ceará é um dos estados que matam menos mulheres… Ele está na 7a posição entre estados com a menor taxa de femicídios. São “apenas” 5,26 mulheres mortas por cada grupo de 100 mil. No Brasil, uma mulher é morta a cada hora e meia. 19% das mortes acontecem no domingo.

     

    1. Você tem certeza?

      Allan

      Os percentuais citados são confiáveis 28% ou 40% das mulheres assassinadas são pelos “companheiros” e 6% dos homens pelas “companheiras”?

      Por quê se for isto mesmo:

      Mulheres 4,4/100.000 –  40% 1,76/100.000

      Homens 21,8/100.000 – 6% 1,30/100.000

      1,76/100.000 x 1,30/100.000, neste caso os homicídios pelos parceiros seriam: a cada 135 mulheres mortas por seus “maridos” teremos 100 homens mortos por suas “esposas”.

      “São mais de 5 mil mortes por ano, 50 mil vítimas nos últimos dez anos. Essas mulheres são mortas por serem mulheres.” Dizer que a totalidade das mulheres morrem devido ao sexo, gênero é o escambau É MENTIRA!

       

       

  20. Ops!

    Como se suspeitava, para feministas, quem tem críticas ao feminismo, ou a feministas, é machista, e estamos conversados (onde machista significa seguidor do mal absoluto, criminoso em potencial, mal a ser extirpado). Isto está dito explicitamente por aí. A feminista que diz isto não seria, ops, pelo autoritarismo, machista?

  21.  Segundo estatísticas da

    Texto:

     Segundo estatísticas da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), uma mulher é estuprada a cada 12 segundos no Brasil. 

     

    Abaixo a realidade:

    Fonte: http://www.spm.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2013/08/02-08-lei-de-atendimento-no-sus-e-ato-de-respeito-as-vitimas-de-violencia-sexual-diz-ministra-eleonora

    A ministra frisa que considera a violência sexual uma das formas mais graves e que o Brasil tem um dos piores índices de violência contra mulheres e meninas. “É alarmante o número de crianças e adolescentes abusadas e exploradas sexualmente. Estima-se que, a cada 12 segundos, uma mulher é estuprada no Brasil”, disse. De 2009 a 2012, os estupros notificados cresceram 157%, e entre janeiro e junho do ano passado, 5.312 pessoas sofreram algum tipo de violência sexual.

    Agora ESTIMATIVA virou ESTATÍSTICA… 

    E ainda fica a dúvida que de como chegaram nesse número (1 a cada 12 segundos), pois é 200 vezes maior que os notificados, que obviamente não são a totalidade dos casos que ocorrem.

    E curioso que na parte de números oficiais fala em pessoas, ou seja, entrariam aí até membros do sexo masculino, possivelmente menores, então não dá para tratar a questão da violência sexual como uma “mera” questão de gênero como as feministas querem.

    1. Para complicar ainda mais a

      Para complicar ainda mais a coisa, tem a nota oficial que originou a notícia que citei acima:

      http://www.spm.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2013/08/01-08-2013-nota-da-ministra-eleonora-menicucci-sobre-a-sancao-do-plc-03-2013-1

      Nessa tem  o seguinte trecho: 

      O Brasil apresenta um dos piores índices de violência contra mulheres e meninas. É alarmante o número de crianças e adolescentes abusadas e exploradas sexualmente. Estima-se que, a cada 12 segundos, uma mulher sofre violência no Brasil. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública indicam que em cinco anos os registros de estupro no Brasil aumentaram em 168%: as ocorrências subiram de 15.351 em 2005 para 41.294 em 2010. Segundo o Ministério da Saúde, de 2009 a 2012, os estupros notificados cresceram 157%; e somente entre janeiro e junho de 2012, ao menos 5.312 pessoas sofreram algum tipo de violência sexual. 

      Reparem que na parte dos 12 segundos fala em violência de forma GENÉRICA, e não somente violência sexual. 

      E esclarecendo que a “descoberta” não é minha, esbarrei nela aqui:

      http://neveraskedquestions.blogspot.com.br/2013/08/um-estupro-cada-12-segundos-no-brasil.html

      Por sinal, no blog cita um twitter (que não tenho como verificar agora) da Secretaria esclarecendo que o número dos 12 segundos é violência no geral mesmo.

    2. Como são estes casos…

      1 ocorrência a cada 12 segundos totalizam 2.628.000 casos em um ano.

      Os números da Menicucci não são confiáveis. Quem aqui não lembra o informe dela sobre as 200.000 mortes de mulheres provocados por abortos ilegais? Que ela trobeteou até no exterior.

      Este número é na realidade maior que a quantidade de óbitos de mulheres em idade fértil, ocorridos no Brasil durante um ano, incluíndo todas as causas. Descontando os falecimentos das idosas, com mais de 65 anos, e dos bebês, com menos de 01 ano, morreram no ano de 2010, 233.000 mulheres com idades superiores a 01 anos de vida e inferiores a 65. Aqui incluídos doenças degenerativas, doenças infecto-contagiosas, acidentes, homicídios, suicidios, etc. Na realidade ela havia multiplicado o número de mortes decorrentes de abortos e suas complicações (espontâneos e provocados) por 1.000!

      Ela não é uma pessoa séria!

    1. ?????

      Você é muito culta. Sabe diferenciar a realidade da ficção que existe no artigo, mas age como militante.

      15 de abril de 1912, uma hora da madruga, Atlântico Norte, o Titanic afunda rapidamente, o quê você vê? Cavalheiros da primeira classe cedendo lugar nos poucos botes para mulheres e crianças da terceira ou parrudos aristocratas empurrado as pobres e indefesas proletárias para ocuparem os lugares?

  22. Oi Arthur,Me desculpe se,

    Oi Arthur,

    Me desculpe se, eventualmente, eu te interpretei mal. Mas, tenho a meu favor (se é que eu te interpretei mal) o fato de o Daniel Q. (pelo histórico que conhecemos aqui, um jovem bastante conservador – velhos conservadores por aqui é comum) ter concordado com você, apesar dele próprio ter sido um dos primeiros homens (dentre praticamente todos os que comentaram este post) a condenar o texto e sua autora.

    Onde está (ou estaria) a “ambiguidade” do seu (Arthur) comentário?

    Por Arthur: “Então, acho que a luta das feministas não é convencer a todos que homens são cretinos e mulheres são santas.”

    Como nos ensina o Alex Castro: “Se você, homem, a essa altura do campeonato, ainda se acha no direito de dizer pras mulheres como devem se comportar; se acha que cabe a você determinar qual é a melhor maneira do feminismo alcançar seus objetivos; se acha mesmo que é aceitável esse tipo de comentário ao mesmo tempo autoritário e condescendente, então, meu amigo, você não entendeu nada.” 

    Arthur, você diz depois da minha resposta: “Poxa Vânia, eu escrevo concordando (no geral) com o texto trazido por você, e na sua resposta há o conselho de “aprender a hora de ficar calado”? rs

    O comentário do Daniel Q. aprovando esse seu comentário (Arthur), logo em seguida dele próprio ter reprovado o texto da autora (Nadia), vem nos mostrar, mais uma vez, que o Alex Castro sabe o que fala:  “Mesmo que nunca tenha feito nada de errado, todo homem se beneficia da estrutura de dominação criada pelo machismo. Sempre que escrevo sobre feminismo, escuto uma variação do mesmo comentário abaixo:

    (…) Preciso compartilhar isso, Alex. Acho engraçado, mas existe um fenômeno que me deixa putíssima. A mulher fala, fala, fala, e o cara resiste, treta, discorda. Daí basta um outro homem falar- e a mesmíssima coisa! – pra ele se prestar a ouvir, entender, concorda (…)

    Cada vez que eu, um escritor, sou levado a sério por falar algo que, se eu fosse escritora, teria caído em ouvidos surdos, estou me beneficiando do machismo estrutural da nossa sociedade, querendo ou não.” [21. A inocência dos homens]

    Enfim, Arthur, respondo a você, e não aos outros, pq acho que posso ter realmente te interpretado mal. Quanto aos demais, nem preciso me dar ao trabalho de responder. O que eles apresentam são contra-argumentos totalmente datados e por demais rebatidos. Pra quem precisa, basta uma pesquisa relativamante fácil e rápida para saber mais sobre feminismo. Da minha parte, basta copiar e colar as respostas que já estão prontas. Cansa ficar voltando 20 casas o tempo todo.

    De todo modo. Valeu pela delicadeza.

    1. Só cheguei agora…

      Passei o dia fora e estou comentando a partir do fim. Não li nenhum dos outros 50 comentários.

      Eu li o texto, muito bom, não consigo imaginar no que possa ser criticado.

      A cultura é mesmo de assédio sexual (no mínimo) e isso precisa ser mudado.

      O caminho passa não somente pela conscientização de adultos, mas também pela pedagogia.

      E há grande resistência a ambos.

  23. Se o machismo fosse assim tao

    Se o machismo fosse assim tao terrivel’ nao teriamos uma presidente.

    Vejo aqui uma discussao insana’ tem ath comentarista’caso da tal anarquista lucida, querendo agradar a comentarista deste post, a senhora Vania, para se redimir de suas groserias anteriores.

    Fato eh, que amor incondicional soh o de mae.

    O restl eh puro ressentimento e preconceito.

    Viva as maes.

     

        1. ???

          Se você demonstrava teoremas assim na escola, nao deve ter passado em Matemática… Nem qual é o teorema dá para saber, quanto mais a demonstraçao. Passe bem, viu? Escolha outra pessoa para trollar. Nao gosto de trolls. 

  24. De novo esse número de 1

    De novo esse número de 1 estupro a cada 12 segundos? Esse número é mais falso que nota de 15.

    Afinal, qual a utilidade de ficar postando texto de radfem? Criar polêmica vazia?

  25. Conclusão

    A única vantagem de trazer posts denunciando o machismo para cá é tomar consciência que o feminismo ainda é uma causa extremamente necessária, por menosprezada, escamoteada, desmerecida e achincalhada. Causa que os homens tentam a qualquer custo calar. Mesmo os homens que se dizem (se pensam) sensatos e gentis tentam sufocar “sutilmente” o feminismo, da mesma forma que os homens que eles dizem ser exceções (os inequivocamente brutos e violentos) são capazes de sufocar literalmente uma mulher.

    Lendo os comentários daqui fico ainda mais convicta de que essa luta será muito longa, infelizmente.

    Sou feminista sim! Isso te incomoda por quê?

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