Quem mais sofre com o abuso de autoridade são os pobres, por Laurez Cerqueira

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Imagem – Captura Vídeo

Quem mais sofre com o abuso de autoridade são os pobres

por Laurez Cerqueira

O vídeo do procurador Deltan Dallangnol, em circulação na internet, se posicionando contra a aprovação da lei do abuso de autoridade, é prova inconteste da politização da Operação Lava-Jato.

Ele parece preocupado com a aprovação do projeto de lei talvez por saber dos abusos cometidos por autoridades judiciárias e policiais nas investigações contra a corrupção, questionados judicialmente.

Dallangnol está processado pelo ex-presidente Lula por acusá-lo publicamente, numa entrevista coletiva à imprensa, sem provas, antes da conclusão das investigações e de sequer o ex- presidente ter sido julgado.

A sociedade sempre clamou por combate à corrupção, aos ao órgãos públicos de fiscalização e controle e às autoridades competentes. Mas, evidentemente, com a devida observação aos marcos legais que regem o estado democrático de direito, sem abuso de autoridade. A democracia e a legalidade, historicamente, custaram caro ao povo brasileiro.

O projeto de lei contra o abuso de autoridades é uma dívida antiga do Congresso Nacional com a democracia, com o cidadão e a cidadã brasileiros.  A Lei é para todas as autoridades do Judiciário, do Legislativo e do Executivo.

Quem está contra o projeto são autoridades que exercem função pública com hábitos enraizados e recorrentes de autoritarismo, opressão e desrespeito às garantias constitucionais e legais dos cidadãos.

As autoridades cidadãs estão tranquilas e têm manifestado apoio ao projeto por participarem da construção de uma sociedade sustentada em valores democráticos, fundamentados na justiça e na liberdade.

Quem mais sofre com o abuso de autoridade são os pobres. Eles não têm ninguém para defendê-los.

São eles que levam tapas na cara, de policiais, que acordam de madrugada com suas famílias e crianças assustadas com portas de suas casas arrombadas a pontapés, prisões ilegais e espancamentos.

O procurador Deltan Dallangnol cometeu erro elementar ao se aproveitar da votação do projeto de lei contra o abuso de autoridade para induzir a população ao julgamento que ele faz de que a lei foi feita para impedir as investigações da operação Lava-Jato.

Ao fazer isso, Dallangnol se mistura com pessoas como o juiz federal Flavio Roberto de Souza, da 3a Vara Federal Criminal, no Rio de Janeiro, flagrado passeando com o Porche Cayenne do empresário Eike Batista, apreendido por ordem do próprio magistrado. O juiz provavelmente  deve ser  contra a aprovação do projeto de lei.

Além desse carro, o juiz foi flagrado com outro carro de luxo do filho do réu, na garagem do prédio onde mora, também apreendido por ele, e um piano do empresário levado para casa.

O mesmo juiz se apropriou de mais de R$ 1 milhão em bens e dinheiro do traficante espanhol Oliver Ortiz de Zarate Martins, preso pela Polícia Federal.

E, no dia do julgamento da ação que pedia o afastamento do juiz, ele foi visto circulando pelas dependências do tribunal usando, no pulso, um relógio Rolex, de ouro, também de Eike Batista, confiscado por ele.

Tão acintoso quanto as falcatruas foi a punição do juiz federal Flavio Roberto de Souza: aposentadoria com salário pago por todos contribuintes.

Esse é um caso. Imagine o que deve ter por aí no judiciário, Brasil afora. Ou seja, a lei é para colocar freio nos abusos de autoridade. Não á para impedir as investigações da Lava-Jato.

O relator é o senador Roberto Requião, um dos poucos políticos respeitáveis do país. Se o procurador Dallangnol não sabe, o senador Requião recebeu contribuições do Juiz Sérgio Moro e de juristas renomados para elaboração do projeto de lei.

O que o Brasil não pode ter é nenhum cidadão acima da lei.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

2 Comentários

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  1. Tem uma corja no judiciario

    Tem uma corja no judiciario que acha que foi ungida por deus, sairam das catacumbas da idade  média.

    Querem levar nosso pais para ideade das trevas, mas não antes sem passar pela epoca da escravidão.

    O dito juiz, moro, deveria estar na cadeia a um ano e meio.

    O resto é blablabla…

  2. Memórias póstumas do poder que emana do povo.

    Senhores debatedores, bom dia.

    Quanto eu vi esse vídeo, logo me perguntei:

    Gente, mas onde é que está previsto essa atribuição do MP, qual seja, a de fazer uma espécie de “campanha política” nas redes sociais  contra um processo legislativo e , consequentemente, contra o poder legislativo federal do presente Estado democrático de direito com poderes independentes e harmônicos entre si?

    Confesso-lhes que fiquei me questionando e não encontrei ainda uma resposta segura e de acordo com a lei.

    Confesso-lhes, outrossim, que  recebi o vídeo via “zap zap” , enviado por colegas; profundos conhecedores da república federativa da seleção brasileira de fÔtebol, vestidos de amarelinhas. Além de excepcionais “chefes de cozinha” com suas panelas guardadas. 

    Prontamente, ali, entre amigos , no bate papo de boteco virtual, fui contra ao posicionamento do MP.

    Todavia, pra variar, alguns amigos já tinham “comprado” a ideia do video e passaram a  me questionar se eu era a favor “dos políticos corruptos”, se eu era contra a lavajato, se eu não queria o fim da corrupção no brasil, se eu apoiava o Dr. Sérgio Moro, se eu estava “por dentro” das falcatruas do PT  e um tanto de outras questões babosônicas(*). 

    (*) neo linguismo criado agora por mim. Deriva do verbo baboseirar. Conjugação sugerida: Eu baboseiro, Tú baboseiras, ele baboseira, vós baboseireis, nós baboseiramos, eles baboseiram.  Pode também ser classificado como  substantivo feminino: A baboseira. Em textos mais eruditos é possível encontrar derivações figurativas   do tipo babosa. Ex: Quanta babosa foi dita pelo Brás Cubas. ( note que não se refere à planta que  pode ser usada no cabelo. Contudo, pode ser utilizada  dentro da cabeça mesmo, lá no cérebro a partir do QI elevado de ameba).

    Tirante o debate do  buteco virtual entre amigos informados ( e formados) eu volto  à auto indagação inicial.

    Confesso-lhes(3) e , por fim, que até agora não encontrei uma resposta segura ou uma que nos traga “segurança jurídica” e institucional democrática ou coisa parecida.

     

     

     

     

     

     

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