Comissão da Verdade pede que Dilma reconheça que morte de JK foi por atentado

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Da Rede Brasil Atual

Comissão da Verdade de São Paulo pede a Dilma que reconheça assassinato de JK

A Comissão Municipal da Verdade de São Paulo enviou ao Palácio do Planalto, em Brasília, ofício em que pede à presidenta Dilma Rousseff que reconheça que o acidente de trânsito que tirou a vida do ex-presidente Juscelino Kubitschek, em 22 de agosto de 1976, foi resultado de um atentado – e não uma mera fatalidade, como diz a versão oficial. Enviado em 19 de fevereiro, o documento pede ainda que Dilma tome as “providências necessárias” para alterar a causa da morte de JK e seu motorista, Geraldo Ribeiro, “em nome da História do Brasil, da Verdade, da Memória e da Justiça”.

A solicitação é resultado de um trabalho de investigação de aproximadamente dois anos, conduzido pelo presidente da Comissão, vereador Gilberto Natalini (PV). “Recolhemos contradições graves nas investigações da época, fraudes, mentiras, tentativas de incriminar o motorista de um ônibus, quando na realidade ele não abalroou o carro de Juscelino”, lembra o parlamentar. As pesquisas da comissão foram reunidas nas 30 páginas do Relatório JK, apresentado por Natalini no  dia 10 de dezembro passado com 90 indícios que, assegura, demonstra que o ex-presidente foi assassinado.

“Estamos pedindo que o Brasil declare que Juscelino morreu de morte matada, e não de morte morrida. Não foi acidente, foi um atentado que provocou aquele acidente que matou JK”, exigiu o parlamentar paulista quando da apresentação do relatório. Para Natalini, tudo aponta que os mandantes do crime foram os generais Golbery do Couto e Silva, então ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, e João Baptista Figueiredo, que na época comandava o Serviço Nacional de Informações (SNI) e dois anos depois seria nomeado como último presidente militar do país.

Além de Dilma, também devem receber solicitação da Comissão Municipal da Verdade de São Paulo para reconhecer o assassinato de JK o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari. O Relatório JK foi encaminhado ainda aos procuradores da República de Volta Redonda (RJ) e de Resende (RJ), Paulo Gomes Ferreira Filho e Luciana Fernandes Portal Lima Gadelha, que abriram inquéritos civis públicos após tomarem conhecimento sobre o resultado das investigações conduzidas pelos vereadores paulistas.

Juscelino perdeu a vida após o veículo em que se encontrava, um Opala, colidir frontalmente com um caminhão Scania-Vabis. O acidente ocorreu na Rodovia Presidente Dutra, na altura do km 168, atual km 331, no município de Resende. Conduzido pelo motorista Geraldo Ribeiro, que trabalhava com JK havia 36 anos, o carro do ex-presidente tinha saído de São Paulo com destino ao Rio.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

1 Comentário

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  1. Uma camara de vereadores

    Uma camara de vereadores pretende desfazer um inquerito policial que existe no mundo legal, não foi cancelado ou anulado e quer que a Presidencia da Republica reconheça o que ela, camara de vereadores diz que foi?

    Aqui ainda não é a Republica de Biafra, temos um ordenamento legal, a familia Kibitscheck nunca contestou o inquerito

    que registrou a morte de Jusecelino e uma apuração politica não substitui uma inquerito policial.

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