Defesa do golpe militar e confusão marcam sessão solene da Câmara

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Depois de 50 anos do golpe militar, suas heranças ainda podem ser vistas no Congresso. A sessão solene no Plenário Ulysses Guimarães foi um pedido da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) em memória ao passado sombrio. Teve início às 9h30 de hoje e em menos de três horas, já contou com duas suspensões.

A primeira delas, ocorreu por volta das 11h30, quando uma faixa estendida na galeria do Plenário trazia a mensagem: “Graças a vocês, o Brasil não é Cuba”, parabenizando os militares do golpe de 1964. Quem carregava a faixa era Ivone Luzardo, presidente da União Nacional das Esposas de Militares.

A partir daí, a confusão começou na Câmara. Deputados, pessoas que foram assistir à sessão e demais políticos se indignaram. Um dos participantes arrancou o cartaz das mãos de Ivone Luzardo.

O presidente da sessão, deputado do PMDB, Amir Lando (RO), pensou em ordenar que fossem tirados todos os cartazes. Entretanto, foi criticado por líderes de partidos, paralisando a sessão por alguns minutos. O Plenário só voltou a manter organização quando a Mesa ordenou o recolhimento da faixa, e seguranças da Câmara o fizeram.

O segundo momento de tensão na sessão solene teve como alvo Bolsonaro. A intenção do evento solicitado pela deputada Erundina era reafirmar a necessidade de Memória de um dos momentos mais obscuros da história brasileira. Jair Bolsonaro (PP-RJ), entretanto, começou a discursar elogiando o golpe da ditadura militar no Brasil.

Deputados e convidados de todo o Plenário viraram-se de costas (foto acima). O presidente da sessão, Amir Lando (PMDB-RO), ficou irritado, alegando que isso era proibido pelo Regimento da Casa. Bolsonaro falou que não se importava em discursar com os deputados virados de costas. Entretanto, Lando voltou a criticar: “Todos tiveram o direito de ser ouvidos, não posso aceitar um desrespeito ao Regimento. Se não houver a ordem, vou encerrar a sessão”.

Ninguém desfez o gesto, alguns saíram do Plenário e outros permaneceram, cantando o Hino Nacional, em meio a confusão. A sessão foi encerrada, por volta das 12h.

Assista:

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

54 Comentários

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  1. Desaparecidos políticos e o delito permanente de tortura

    Desaparecidos políticos, o delito permanente de tortura e  uma nação inconclusa.

    Sendo a dignidade da pessoa humana um dos pilares da nossa Constituição, e a vedação à tortura um de seus sustentáculos, resta claro que enquanto não for totalmente elucidada a questão acerca dos desaparecidos políticos, remanesce viva a tortura, espargindo seus nefastos efeitos dia a dia.

    E, não há falar em respeito à anistia, pois, o direito a saber dos seus familiares, desaparecidos, de seus descendentes, subtraídos, permanece constante, com seus efeitos deletérios minando a saúde física e mental  .

    A tortura nesses casos somente cessa quando encontra a verdade.

    E, qualquer pessoa que se coloque como obstáculo a esta busca, seja por ação ou omissão,  está vestindo o uniforme da desumanidade, do torturador , devendo ser, sem qualquer sombra de dúvida, responsabilizada pelo crime de tortura.

    Neste caso, tais atos de tortura são supervenientes à Lei da Anistia, a qual, indubitavelmente, é passível de ser aplicada.

    Com o advento da Lei da Anistia, ainda que se considere que não pode haver punição pelos crimes cometidos, isto não é aplicável quando se trata de crimes de efeitos permanentes, no caso, crimes de tortura com efeitos que se postergam no tempo.

    Isto se dá nos casos em que há a supressão (histórica, sistemática)das informações acerca do destino que foi dado aos combatentes da ditadura, bem como das circunstancias que cercam tais fatos.

    Estes torturadores tem o dever de informar o destino dado aos presos políticos, sendo que, no caso do silencio, posterior a lei da anistia, podem e devem ser responsabilizados penalmente.

    A Lei da Anistia (neste artigo não há juízos de valor sobre sua validade tanto ética moral ou politica), não alcança tais situações.

    Tal  situação é descrita de forma dolorosa pelo Frei Leonardo Boff no I Seminário do Grupo TORTURA NUNCA MAIS, in verbis:

    E há ainda a tortura dos desparecidos, crucificando seus entes queridos. Por exemplo, houve uma guerrilha do Araguaia, até hoje não reconhecida totalmente pelos militares. Lá se cometeram todos os excessos: cortaram a cabeça e os dedos dos guerrilheiros mortos e os enviavam a Brasília para reconhecimento. Sumiram com seus cadáveres. Fizeram desparecer as vidas e pretendem agora apagar as mortes. E as famílias carregam  um pesadelo que não tem fim. Cada campainha que toca em casa funciona como um vento  a soprar as cinzas e reanimar a brasa da esperança, seguida de amarga decepção: ”Será que não é ele que está chegando?” Outros dizem: “Não mudemos de casa porque ele pode ainda chegar… e se nós não estivermos mais aqui para o abraço, o beijo, as lágrimas…que será dele?”

     

    Enquanto persistir a tortura (na forma de delito permanente em relação aos familiares e afins dos desaparecidos políticos do regime militar) seremos uma nação inconclusa, pois ausente um dos pilares que sustentam qualquer Estado Democrático de Direito.

    Neste caso, não se trata apenas do exercício de um direito fundamental individual (dos familiares) mas sim coletivo, envolvendo todos os que podem ser, dignamente, chamados de cidadãos.

     

     

     

  2. 50 anos depois…

    Overdose de dentadura

     

    Nos últimos dias praticamente todas as manchetes nos portais da mídia foram sobre o golpe de 1964. Ditadura para cá, tortura para lá, futurologia pretérita ali, mentiras acolá, mistificações acima, deturpações abaixo e falsos heróis por todo lugar. Nos blogs e sites de esquerda foi e ainda é um pouco pior. Burocratas de partidos, esquerdopatas de aparelhos e terroristas sem arrependimento em busca de mais quinze minutos de fama. Todos falando sobre como lutaram para garantir a democracia, como se não quisessem implantar uma ditadura ainda mais sanguinária.

    Os atos de muitos militares e civis cúmplices fora ignominiosos nos porões da ditadura. Disso não restam dúvidas. As torturas e os desaparecimentos de presos foram execráveis. Porém a infâmia não era exclusiva dos vitoriosos de então. Os que hoje posam como vítimas aplaudiam excessos ainda piores na extinta União Soviética, na China, em Cuba, na Coréia do Norte e em outras excrescências comunistas do passado. Lutavam para implantarem o mesmo aqui. Muitos ainda apoiam apaixonadamente a mais violenta ditadura do continente: a Cuba dos carniceiros Castro. Ainda pior, brandam apoio ao aprendiz dos assassinos do Caribe que está levando a vizinha Venezuela a um regime totalitário. O que hoje ocorre lá não difere em nada do acontecido aqui entre 1964 e 1968. Ainda os veremos ovacionar um AI-5 em Caracas.

    É deprimente presenciar indivíduos, pelo menos septuagenários, dando falsos testemunhos às novas gerações. Existências devotadas à mais mortífera ideologia travestidas de defensoras das liberdades e do respeito à vida humana. É vergonhoso ver esses anciões que durante décadas agiram exclusivamente em defesa do totalitarismo dando a si mesmos e aos seus uma falsa aura de combatentes da liberdade, sempre apoiados por uma pequena claque de militantes profissionais que se diz o povo. Agora com a velhice tranquila devido ao bolsa ditadura, desviada do conjunto de cidadãos brasileiros, mostram os dentes de orelha a orelha enquanto contam as farsas pelas quais recebem polpudas indenizações.

    1. O distinto cavalheiro fala

      O distinto cavalheiro fala dos problemas de Cuba, Coréia do Norte, China, União Soviética …o carvalho a quatro. Saiba, estimado senhor, que o assunto é Brasil. Imagino que o senhor sendo uma pessoa de boa família, gente distinta e com destaque na sociedade tenha se dado muito bem o movimento civil-militar e procure justificá-lo, mas, a nós que padecemos com parentes e amigos assassinados nos interessa o que aconteceu e acontece no Brasil. Ao diabo, senhor!

      1. “Saiba, estimado senhor, que

        “Saiba, estimado senhor, que o assunto é Brasil.”

        Não o que esta em pauta é um valor, e um conceito, ser contra a ditadura, contra  tortura, se a favor da democracia. 

    2. Plural de ancião

      Rebola:

      antes de falar bobagem sobre o que não sabe, aprenda um pouco de ortografia. Em portugues não existe a palavra “anciões”.

      Plural de ancião é anciãos.

      1. Muito obrigado pela correção.

        Muito obrigado pela correção. Quando levantar as orelhas para onde envio os honorários pela revisão?

      2. Tolinho!! Existem as 3

        Tolinho!! Existem as 3 formas: anciãos, anciões e anciães…

         

        Ancião pode ter no plural as formas anciãos, anciães e anciões; alão, as formas alãos, alões, oualães; aldeão, as formas aldeãos, aldeões, e ainda outra menos usada: aldeães.

    3. Caro Rebolla:
      Com a falsa

      Caro Rebolla:

      Com a falsa altivez mesclada de ódio e ressentimento, voce nos tacha de esquerdistas terroristas  esquerdopatas, só por que insistimos num julgamento correto para vcs. Note, que as palavras mais usadas foram “militares, torturadores, (comprovadamente) não usamos o termo assassinos,  pois na maioria dos casos não temos a prova, o corpo. Podemos até ser esquerdistas, esquerdopatas, mas, em tempo algum colocamos o termo direitopata, pois achamos que é uma doença que não cabe em muitos da chamada direita!

    4. Imbecilidade

      “a mais violenta ditadura do continente: a Cuba dos carniceiros Castro.”

      Vc é um  dos otários colonizados  que com certeza desconhece o que disse o Putim, Presidente da Rússia:” os Estados Unidos pensa que é dono do mundo e da verdade”.

      Maior ditadura do mundo é o pais que vc admira que persegue o povo cubano há mais de cinquenta anos porque esse povo, altaneiro e patriota, colocou  pra correr a turma de aproveitadores que mamava as custas  do sofrimento  dos mais necessitados.

      Ditadura violenta é a que interfere com derramamento de milhões de dólares em nações soberanas, dando golpes rasteiros em conluio com anti patriotas imbecis, afim  de explorar  e roubar as riquezas que pertencem aos mesmos. Que o digam o Iraque, Honduras, Panamá e outros.

      Essa maior democracia cínica, demagoga e hipócrita do mundo que com certteza vc idolatra,  está, com ajuda dos imbecilizados de lá,tentando  fazer a mesma coisa com a Venezuela.

      “É deprimente presenciar indivíduos, pelo menos septuagenários, dando falsos testemunhos às novas gerações.”

      Deprimente é saber que nesse país que sofreu barbaridades nas mãos dos golpistas, ainda existem otários e babacas como vc. Com certeza vc deve ser um dos imbecis que ajudou a CIA a  assassinar tanto a democracia brasileira como nossos compatriotas.

      Vai pra lá, abaixe as calças mas antes tire os sapatos. Tipos com o vc adoram isso.

      1. De onde você tirou que eu admiro os gringos?

        … os EUA há muito já deixaram de ser uma democracia na acepção política do termo usado após a revolução francesa…

  3. “O país seria uma Cuba…”

    “O país seria uma Cuba…” Seria sim, graças a Deus, mas se não houvesse uma mão grande sobre a ilha, do Tio de todos os anti-patriotas civis e miltares que se venderam em 1964. Por causa dessa mão é que a ilha vive a situação em que vive e, mesmo assim, é mais bem sucedida em algumas áreas do que a casa do tiozinho do norte e a nossa!

  4. E aí…………….

    Sobre a Ditadura; Ditabranda; Ditacurta; Redentora; Golpe enfim, qualquer nome que se queira dar, minha opinião é a seguinte:

    Á época, era eu muito jovem, e não tinha idéia do que ocorria, mesmo porque, minha familia era interiorana, e no interior onde morávamos, não havia muita discussão sobre politica.Com o passar dos anos, vim a tomar conhecimento do que se passou àquela época, e os documentos começaram a vir a público!

    Ocorre que, com a instalação da Comissão da Verdade, o que estamos assistindo é um verdadeiro drama, entre “vencedores” e “perdedores”! Cada um, defendendo suas idéias,  ideais, ideologias, e justificativas.

    A meu ver, se excessos houve,  não cabe a mim julgar, apenas inquirir:

    Sendo uma guerra fraticida entre irmãos brasileiros, nacionais, porquê se buscou eliminar/sumir com os corpos dos combatentes, fossem eles de que lado fossem!

    Se os militares envolvidos nesta guerra, deram sumiço a vários corpos de “inimigos”/”guerrilheiros”, terão que responderem por isto!

    Se por outro lado, os “perdedores/guerrilheiros”, também o fizeram, e pouco se lê sobre isto, que também sejam responsabilizados!

    Caso contrário, ficaremos nesta outra “guerra”, e nesta de palavras, ofensas, agressões e revanchismos de ambos os lados, que em nada contribuirá, e  só nos dividirá  eternamente, para regozijo de nossos verdadeiros inimigos!

    Pensem nisto, e sejamos menos emocionais, ao apurar responsabilidades que,  está paralizando este nosso país, e se acabe de vez com este episódio, que para alguns,  tornou-se palco para politicagem!!!!

    Às vitimas, estas sim, sejam de qual lado forem,  merecem mais respeito!!!!!!!!

     

     

  5. Há diferença entre estúpidos e assassinos?

    Acho uma tremenda perda de tempo essas reuniões palanqueiras a respeito dos 50 anos do Golpe Militar. Precisamos andar pra frente e essa conversa mole não vai mudar a historia. Já aconteceu. Infelizmente, estão gastando latim à toa.

    Não é possível, claro, elogiar os militares, mas também é impossível endeusar terroristas e subversivos. Como perdoar os assassinos de Vladimir Herzog, Rubens Paiva e outros? Como é possível perdoar os assassinos de Lida Monteiro da Silva, Mario Kozel Filho e outros?

    Como é possível engolir um Bolsonaro e elogiar um Franklin Martins que em entrevista recente afirmou que mataria o embaixador americano seqüestrado se o Governo não cedesse. Ambos têm boa formação acadêmica, curso superior, etc. E a moral onde fica?

    Fora o cinismo, a hipocrisia e a memória seletiva!  Houve barbárie dos dois lados. Sejamos coerentes.

    1. Você poderia me indicar

      Você poderia me indicar alguma barbaridade como as abaixo descritas que foram cometidas pelo “outro lado”?

      “Independentemente da organização em que militaram, é hora de recordar os crimes mais bárbaros da ditadura, os assassinatos e as torturas abomináveis cometidos em suas masmorras por agentes do Estado. Eles não serão alcançados pela Justiça, por conta da Lei de Anistia recíproca, mas precisam passar pelo menos pela execração pública, como começa a ocorrer graças ao trabalho da Comissão da Verdade. Recordar Stuart Angel Jones, que foi arrastado com a boca amarrada ao cano de descarga de um jipe. Depois de sua agonia e morte, segundo relatos de outro preso, Alex Polari, desapareceu para sempre. Mário Alves morreu depois de espancado e empalado com um cassetete dentado. Chael Charles Schreier morreu brutalmente torturado pelo tenente Lauria e o capitão Aílton Guimarães. A versão oficial entregue aos pais foi a de que ele tivera um ataque cardíaco. Aurora Furtado reagiu à tentativa de prisão e matou um policial. A vingança foi terrível. Torturada na Invernada de Olaria, morreu quando lhe aplicaram a “coroa de Cristo”, torniquete que foi lhe afundando lentamente o crânio. Eduardo Leite, o Bacuri, soube que o matariam quando, já muito torturado, com a pele toda queimada, deram-lhe para ler a notícia plantada num jornal, segundo a qual ele fugira e desaparecera quando levado para reconhecer o corpo de um companheiro. Desapareceu mesmo, mas de outro modo. Davi Capistrano, do PCB, foi preso ao voltar de viagem e desapareceu para sempre. Antes que o espaço acabe, é preciso lembrar que os guerrilheiros do Araguaia foram todos mortos como cães, mesmo depois de rendidos. O corpo de Oswaldão foi dependurado a um helicóptero e exibido à população. O de Bergson Gurjão, morto a golpes de baioneta, foi pendurado numa árvore, chutado e cuspido pelos soldados num ritual de selvageria. Lamarca e Zequinha, famintos e debilitados, descansavam sob uma baraúna quando foram metralhados pelos homens do coronel Cerqueira. Carlos Marighela, líder da ALN, foi emboscado por Fleury e varado de balas numa travessa paulistana. Seus sucessor, Joaquim Camara Ferreira, também foi preso pelo mesmo delegado e levado a um sítio, onde não resistiu à tortura. Os que não morreram puderam contar o inferno por que passaram na tortura. Entre tantos e tantas, Dilma Rousseff e Inês Etienne Romeu — graças a quem soubemos que existiu a Casa da Morte, de onde só ela saiu viva. Por isso e muito mais, não podemos falar só do golpe, mas do que veio depois, com seu verdadeiro nome.”

      http://www.dzai.com.br/terezacruvinel/blog/terezacruvinel?tv_pos_id=149591

      1. O fato de vc não saber o que

        O fato de vc não saber o que aconteceu já é prova que da maior violência contra a verdade.

        A ALN e os “Justiçamentos”

        O recrutamento começava, geralmente, em reuniões sociais, shows, bares, colégios e faculdades. Inicialmente, reuniões informais, sem intenções políticas. A penetração de idéias subversivas era feita no momento em que o jovem sentia os problemas sociais no meio em que vivia.

        Depois, os indivíduos que mais se destacavam eram reunidos para discussões em torno de fatos políticos que haviam causado impacto no âmbito internacional ou nacional. .

         

         Nessa etapa, distribuíam textos que, partindo dos problemas gerais, se dirigiam aos problemas brasileiros.Esses textos levavam a pessoa a concluir que o sistema vigente era totalmente ineficiente, incapaz, explorador e corrupto.

         

        O próximo passo era sugerir aos jovens idéias para concretizar a mudança: a revolução social, inicialmente apresentada como pacífica, para quebrar resistências e comprometê-los com o grupo. Ávidos por mudanças, propunham-se, inicialmente, a apoiar a organização. Contribuíam com dinheiro, mantinham material subversivo e militantes escondidos em suas casas, cediam automóveis para deslocamentos e locais para reuniões. Depois, praticavam pequenas ações, como panfletagem, entrega de mensagens, transporte de material e levantamentos, direção de carros.

         

         Num crescente, iam se envolvendo em ações mais comprometedoras e perigosas, perdiam o medo e passavam a considerar questão de honra participar de atos arriscados e ter um bom desempenho perante o grupo.

         

        Quando “abriam os olhos” já estavam participando de ações armadas, explosões de bombas e, finalmente, matavam. Nesse momento, descobriam que não tinham mais volta. Largavam a família, o emprego, os estudos e passavam a viver na clandestinidade, usando nomes falsos. A prática de ações armadas tornava-se rotina. Em muitos casos, eram enviados ao exterior para cursos de guerrilha e de capacitação política.  . Depois dos cursos, ocupavam cargos de coordenação ou chefia dentro da organização.

         

        Essa lavagem cerebral e o comprometimento com as organizações subversivas os tornavam reféns do terror e verdadeiros autômatos. Família, pátria, religião passavam a ser “alienações da burguesia”. Em suas mentes só havia espaço para as convicções ideológicas que lhes impregnaram e que, em muitos casos, levaram-nos à morte em enfrentamentos com os órgãos de segurança. Frente à repressão, esses quadros eram orientados a não se entregarem vivos. Eram ensinados a resistir até a morte. Nessa altura, sua formação ideológica tinha normas tão rígidas de comportamento que não havia mais volta. Em casos de arrependimento, corriam o risco de serem “justiçados”.  Para isso tinham um “Tribunal Vermelho”, que , segundo suas absurdas leis,  levados por suspeitas,  condenavam o “réu” sem direito à defesa.

         

        Em nome da “democracia”, não davam direito a seus próprios companheiros de ter um minuto de dúvida sobre o mérito de tão insana luta.

         

        Normalmente, acumulavam as funções de “juízes” e executores.

         

        “Justiçamento” de Ary Rocha Miranda – 12/06/1970

         

        Ary Rocha Miranda e Wilson Conceição Pinto, havia pouco, tinham ingressado em um Grupo Tático Armado (GTA) da ALN. Originários da Frente de Massas da mesma organização terrorista, procuravam se adaptar ao novo trabalho, mais violento do que o anterior, no qual aliciavam pessoas.

         

        Após alguns assaltos, sentiram que seriam mais úteis voltando ao trabalho na Frente de Massas, onde usariam mais argumentos do que armas. Cada um, segundo pensaram, seria útil aos propósitos da organização, dentro de suas habilidades pessoais. Gostavam mais de um trabalho de argumentação, arregimentação e convencimento das massas. Certos de que seriam atendidos, pediram à direção o afastamento do  Grupo Tático Armado – GTA. Como resposta, foram ameaçados de morte por membros da ALN, caso abandonassem a luta.

         

        No dia 12/06/70, a ALN fez um assalto ao Banco Nacional de Minas Gerais, na Agência da Avenida Nossa Senhora da Lapa, esquina com a Rua Afonso Sardinha, em São Paulo. Tanto Ary, como Wilson, mesmo desconfiados, participaram da ação.

         

        Eduardo Leite, o “Bacuri”, pertencia à Resistência Democrática (REDE), mas, nessa ocasião, como a REDE havia sido desbaratada, “prestava serviços” à ALN e participou do assalto. Eduardo Leite era um dos quadros mais violentos da luta armada.

         

        Prontos para a ação, Wilson Conceição Pinto foi colocado como observador, a 30 metros do banco, e os demais partiram para o assalto.

         

        Houve reação e Wilson, de onde estava, presenciou o tiroteio. “Bacuri” acabara de ferir, mortalmente, Ary Rocha Miranda com um tiro no peito. Logo a seguir, Wilson foi atingido por um tiro transfixiante no braço esquerdo, também disparado por “Bacuri”. Apavorado, lembrou-se das ameaças e da “coincidência” de os dois, ele e Ary, serem atingidos por um homem tão experiente em ações armadas como “Bacuri”. Apavorado, resolveu fugir, enquanto estava vivo. Evadindo-se do local, sem usar os carros da ALN, procurou socorro no Hospital São Camilo. Em seguida, entregou-se às autoridades.

         

        Ary Rocha Miranda não teve a mesma sorte, foi transportado de carro, em estado gravíssimo, por Hiroaki Torigoe, “Bacuri” e um militante de codinome “Francisco”, para o “aparelho” de “Bacuri”. Para o ferimento no peito de Ary, foi apresentada a versão de que “Bacuri” confundira os dois companheiros de ação com os seguranças do banco.

         

        A farsa prosseguiu com a ida de um militante do GTA, aluno do terceiro ano de Medicina, ao “aparelho” para prestar socorro a Ary, quando esse já estava morto.

         

        No dia seguinte, foi escolhido o local do enterro. Por volta das 15 horas, dois elementos da ALN e “Bacuri” colocaram o cadáver na mala do carro e o enterraram num terreno em Embu-Guaçu, para uns, ou em Itapecerica da Serra, segundo outros. Lá está, até hoje, o corpo de Ary Rocha Miranda que, na época, tinha 22 anos, era natural de Ribeirão Preto e professor de caratê, 3º Dan. Foi assassinado pela ALN, porque resolveu mudar para a antiga função de aliciador.

         

        Durante muito tempo, Ary foi dado como desaparecido e a responsabilidade pela sua morte imputada aos órgãos de segurança. Essa farsa só foi desfeita quando os militantes da organização começaram a “cair” e, na prisão, esclareceram a verdade.

         

        Justiçamento” de Márcio Toledo Leite – 23/03/1971

         

        Reunido em nova sessão, o macabro “Tribunal Vermelho”, tendo como “juízes” Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz (Clemente), José Milton Barbosa (Cláudio), Antônio Sérgio de Matos (Uns e Outros), Paulo de Tarso Celestino da Silva e Iuri Xavier Pereira (Big), condenou à morte, como sempre sem direito à defesa, Márcio Toledo Leite. Delito: suspeita de vacilação em suas convicções ideológicas e divergências políticas.

         

        Em 1965, Márcio entrou para a Faculdade de Sociologia em São Paulo. O rapaz alegre, mulherengo e bon vivant passou a ser um ativo militante do movimento estudantil, interessado quase que exclusivamente em política.

         

        Márcio era filho de uma família abastada de Bauru, proprietária de uma rede de faculdades espalhadas pelo interior de São Paulo. Entrou para a guerrilha quando cursava a faculdade e passou a usar o nome falso de Sérgio Moura Barbosa.

         

        Em 1968, após participar de algumas ações, foi preso e libertado logo depois. Em seguida, viajou para Cuba, onde fez curso de treinamento de guerrilha, aprendendo a manusear armamentos e explosivos e a executar sabotagens, além de técnicas de guerrilha urbana e rural. Regressou ao Brasil, clandestinamente, em 1970, e passou a integrar a coordenação nacional da ALN, participando de algumas ações.

         

        Faziam parte dessa coordenação: Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz  (Clemente); Arnaldo Cardoso Rocha (Jibóia); Hélcio Pereira Fortes (Nelson); Yuri Xavier Pereira (Big); e Márcio Toledo Leite (Vicente).

         

        A partir das ações nas quais participou, Márcio começou a divergir dos demais membros da Coordenação Nacional. Passou a criticá-los pelos métodos usados pela organização e pela forma de atuação.

         

        Esses “jovens estudantes”, que, como apregoam, tanto lutaram pela liberdade e “redemocratização do País”, autoritários e antidemocráticos, j amais permitiriam que alguém questionasse decisões do grupo e, muito menos, tentasse deixar a luta armada ou a organização.

         

        Márcio Toledo Leite, no dia 23 de março de 1971, chegou ao local de encontro, na Rua Caçapava, 405, na Consolação, em São Paulo, para conversar com os integrantes da ALN, pois estava insatisfeito com a forma pela qual a organização conduzia a luta armada.

         

         

        Enquanto esperava, surgiu um Volks com dois ocupantes que dispararam mais de dez tiros de revólver .38 e pistola 9 mm. Um Gálaxie com três elementos dava cobertura à ação. Márcio foi atingido por oito disparos. Morreu na hora.

         

        Participaram da ação: Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz ;  Antônio Sérgio de Matos;  Yuri Xavier Pereira; Paulo de Tarso Celestino da Silva; e  José Milton Barbosa.

         

        A ALN assumiu a autoria do assassinato em panfletos deixados no local onde se lia:

         

        “Foram ouvidos os companheiros do comando, diretamente ligados a ele, e foi dada a decisão.

         

        Uma organização revolucionária, em guerra declarada não pode permitir a quem tenha uma série de informações como as que possuía, vacilação dessa espécie, muito menos suportar uma defecção desse grau em suas fileiras. Cada companheiro ao assumir qualquer responsabilidade deve pesar bem as conseqüências deste fato” (…)

         

        “Depois disto não se permite recuos.As divergências políticas serão sempre respeitadas. Os recuos de quem não hesitou em aceitar responsabilidades, nunca!

         

        O resguardo dos quadros e estrutura da organização é questão revolucionária. A revolução não admitirá recuos!

         

        Ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil.

         

        Ação Libertadora Nacional – ALN.”

         

        Após a morte de Márcio Toledo Leite, as autoridades encontraram em seus bolsos uma carteira de identidade que o identificava como Sérgio Moura Barbosa e uma carta onde ele fazia um longo relato sobre suas divergências com os seus companheiros da ALN. A carta é encerrada da seguinte forma:

         

        “Não vacilo e não tenho dúvidas quanto às minhas convicções. Continuarei trabalhando pela revolução, pois ela é o meu único compromisso. Procurarei onde possa ser efetivamente útil ao movimento e sobre isso conversaremos pessoalmente.”

         

         

         

        Justiçamento” de Carlos Alberto Cardoso – 13/11/1971

         

        Carlos Alberto Cardoso, “Jaime”, militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), foi preso pelo Centro de Informações da Marinha – Cenimar, em 9 de novembro de 1971, no Rio de Janeiro. Era enfermeiro e colaborou em um assalto ao hospital em que trabalhava. No interrogatório, teria feito um acordo com o Centro, para ser informante e colaborar com o órgão. Depois de solto, ou arrependeu-se, ou não teve tempo de passar as prometidas informações, pois, quatro dias depois, foi “justiçado” pelos companheiros de organização.

         

        No dia 13 de novembro, Carlos Alberto foi executado pela ALN, com 21 tiros de metralhadora, no bairro Encantado, no Rio de Janeiro. A acusação, que o “tribunal” não discutiu, foi traição.

         

         

         

        “Justiçamento” de Jacques Moreira de Alvarenga – 28/06/1973

         

        Um dos poucos militantes que restavam da  Resistência Armada Nacional – RAN era o professor Jacques Moreira de Alvarenga. Para sua infelicidade, no curso onde dava aulas para vestibulandos,  tornou-se amigo de Merival Araújo, o “Zé”, da ALN, um dos participantes do assassinato do delegado Octávio Gonçalves Moreira Júnior.

         

        No dia 5 de abril de 1973, foi a vez do “comandante Amadeu”, também da RAN , ser preso e “entregar” vários militantes , inclusive o professor Jacques, que também foi preso. Durante seus depoimentos na polícia, o professor “abriu” um contato que teria com Merival. Preso, Merival “abriu um ponto”. Levado ao local para a “cobertura”, tentou fugir e foi morto.

         

        A ALN perdeu um dos seus “quadros” mais ativos e violentos e jamais perdoaria o professor Jacques.

         

        A libertação do “Professor”, um mês depois, deixou a ALN excitada. Era preciso vingar Merival e, para isso, os seus militantes tinham prática. O “Tribunal Revolucionário” foi novamente convocado e o professor Jacques condenado à morte, sem direito à apelação.

         

        Maria do Amparo Almeida Araújo, irmã de Luís Almeida Araújo, ambos da ALN, participou do levantamento dos hábitos do “Professor”. Em 28 de junho de 1973, às 11p5, o companheiro de Maria do Amparo, Thomaz Antônio da Silva Meirelles Neto, “Luís”, um dos mais violentos militantes da ALN, que também participara do assassinato do delegado Octávio, chefiando dois militantes da ALN, nunca identificados, rendeu o porteiro do Colégio Veiga de Almeida, da Rua São Francisco Xavier, na Tijuca. Invadiram a escola e encontraram o professor Jacques sentado numa sala de aula, redigindo uma prova para os vestibulandos do curso MCB. Quatro tiros de pistola .45 mataram o professor, menos de três semanas depois de ter sido solto. Um cadáver, muito sangue no chão e uma das paredes pichadas com a sigla ALN, foi o que encontraram os policiais ao chegarem no local.

         

        Além dos “justiçamentos” de companheiros, outras vítimas, foram “julgadas” e executadas, sem direito a defesa , apenas por supostas traições, ajudas aos órgãos de segurança, por pertencerem a “países imperialistas” ou por serem membros dos órgãos que os combatiam.

         

         

         

         Capitão do Exército dos Estados Unidos Charles Rodney Chandler – 12/10/1968

         

        A Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) desejava realizar uma ação que tivesse repercussão no exterior, ao mesmo tempo que a projetasse no âmbito das organizações terroristas nacionais.

         

        A proposta foi discutida entre Marco Antônio Braz de Carvalho, o “Marquito”, da ALN, ligação de Marighella com a VPR, e Onofre Pinto, dessa segunda organização.

         

        Foi estudada a possibilidade de assassinar o capitão do Exército dos EUA Charles Rodney Chandler, aluno bolsista da Universidade de São Paulo. Ele cumprira missão no Vietnam e viera para o Brasil com a esposa Joan Xotaletz Chandler e quatro filhos menores. Fazia um curso na Escola de Sociologia e Política da Fundação Álvares Penteado, em São Paulo. Para justificar o “justiçamento”, alegaram que Chandler lutara contra a causa do Vietnam e era representante do imperialismo americano. Novo “Tribunal Revolucionário” e novos “honoráveis juízes” foram convocados:

         

        Onofre Pinto, João Quartin de Moraes e Ladislas Dowbor, todos da VPR, condenaram-no à morte. Em seguida, passaram à ação. Era necessário “levantar” a residência do militar americano e seus hábitos, o que foi feito por Dulce de Souza Maia, a “Judite”, também da VPR.

         

        Concluído o levantamento, os dados foram entregues ao grupo de execução, formado por: Pedro Lobo de Oliveira – VPR; Diógenes José de Carvalho Oliveira – VPR; e Marco Antonio Braz de Carvalho – ALN.

         

        No dia 12 de outubro de 1968, às 8p5, executaram a sentença. De uma casa ajardinada na Rua Petrópolis, no Sumaré, Chandler saiu para mais um dia de estudos. Já se despedira dos filhos: Jeffrey (4 anos), Todd (3 anos) e Luanne (3 meses). Retardou-se um pouco se despedindo de Joan, sua mulher. O filho mais velho, Darryl, de nove anos, como fazia todos os dias, correu para abrir o portão da garagem. O grupo de execução o espreitava com uma metralhadora INA e dois revólveres calibre 38. O carro usado era um Volks roubado, que impediu a passagem do carro do capitão.

         

        Diógenes José Carvalho Oliveira descarregou à queima roupa os seis tiros do seu revólver. Em seguida, Marco Antônio Braz de Carvalho desferiu-lhe uma rajada de metralhadora.

         

        No interior do carro, crivado de balas, estava morto Charles Rodney Chandler.

         

        Era essa a forma usada pelos criminosos da esquerda revolucionária para dar curso à sua “luta contra a ditadura militar”. Assassinar com crueldade era o dia-a-dia desses sanguinários combatentes do marxismo-leninismo.

         

        Participaram da ação: Onofre Pinto – VPR; João Carlos Kfouri Quartin de Moraes – VPR; Ladislas Dowbor – VPR; Dulce de Souza Maia – VPR; Pedro Lobo de Oliveira – VPR; Diógenes José de Carvalho Oliveira – VPR; e Marco Anônio Braz de Carvalho – ALN.

         

         

         

         Justiçamento de Henning Albert Boilesen – 15/04/1971

         

        As ações dos terroristas causavam insegurança junto aos empresários, pois elas poderiam desestabilizar a economia, que estava em franco crescimento. Além disso, temiam os seqüestros.

         

        A expressiva presença de integrantes de todos os segmentos da sociedade paulista nas solenidades militares era constante, demonstrando, publicamente, o reconhecimento pelo trabalho que vinha sendo realizado para acabar ou reduzir a  intranqüilidade da sociedade em face da guerrilha urbana.

         

        Henning Albert Boilesen  era uim industrial dinamarquês, naturalizado brasileiro.  Tinha profunda admiração pelo Brasil. Falante, declarava-se anticomunista e condenava, publicamente, os atos subversivos e terroristas. Era um amante das artes e um homem preocupado como os aspectos sociais. Auxiliava entidades filantrópicas e criou o Centro Integrado Empresa-Escola, entidade responsável pela formação de mão-de-obra especializada.

         

        Os reveses que os terroristas vinham sofrendo e o ostensivo reconhecimento público da sociedade ao trabalho dos órgãos de segurança, os levaram a mais um ato insano.

         

        Os inimigos da Contra-Revolução de 1964, que apoiavam a luta armada, não se conformavam com o sucesso do combate ao terrorismo.

         

        Era preciso desmoralizar, caluniar, inventar, criar e deturpar fatos e, principalmente, mentir. Espalharam o boato de que o êxito do trabalho do DOI se devia ao fato de alguns industriais auxiliarem  o órgão com muito dinheiro.

         

        Essa farsa, a respeito das doações, chegou aos ouvidos dos terroristas. Eles decidiram que teriam de “justiçar” alguns desses “colaboradores da repressão” e seqüestrar outros para intimidá-los. Com esses assassinatos, estancariam os recursos que eles pensavam estar abastecendo o DOI. Os seqüestros serviriam para libertar presos ou exigir dinheiro em troca da liberdade dos reféns.

         

        Depois de alguns estudos para escolherem a primeira vítima, Carlos Lamarca mandou por André Camargo Guerra, do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), para Herbert Eustáquio de Carvalho (Daniel), da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), um bilhete com três nomes:

         

        Henning Albert Boilesen – diretor do Grupo Ultra; Peri Igel – presidente do Grupo Ultra; e Sebastião Camargo – presidente da Construtora Camargo Correia.

         

        No seu bilhete, Lamarca marcou com uma cruz o nome de Boilesen, indicando- o como o primeiro a ser “justiçado”.

         

        O levantamento dos hábitos de Boilesen começou na segunda quinzena de janeiro de 1971 e dela participaram: Devanir José de Carvalho, Dimas Antônio Casemiro, Gilberto Faria Lima e José Dan de Carvalho, pelo MRT; Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz, pela ALN; e Gregório Mendonça e Laerte Dorneles Méliga, pela VPR.

         

        Em 5 de abril de 1971, Devanir José de Carvalho, um dos que participaram do levantamento, morreu quando, em seu “aparelho”, enfrentou agentes do DOPS.

         

        A “frente”, que recebeu o nome de “Comando Revolucionário Devanir José de Carvalho”, era formada por três organizações terroristas: Vanguarda Popular Revolucionária (VPR); Ação Libertadora Nacional (ALN); Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT).

         

        No dia 15 de abril de 1971, quando Boilesen entrou com seu carro na Alameda Casa Branca, dois carros com os terroristas emparelharam com o dele. Pela esquerda, Yuri, colocando um fuzil para fora da janela, disparou um tiro que raspou a cabeça de Boilesen. Este saiu do automóvel que dirigia e correu em direção contrária ao movimento dos veículos. Foi inútil. José Milton Barbosa, que vinha pela direita, descarregou sua metralhadora nas costas do empresário.

         

        Yuri desfechou-lhe mais três tiros de fuzil.Cambaleando, Boilesen arrastou-se mais alguns metros e caiu na sarjeta.Aproximando-se, Yuri disparou mais um tiro que lhe arrancou a maior parte da face esquerda.

         

        Sobre o corpo de Boilesen, mutilado com 19 tiros, Joaquim Alencar Seixas e Gilberto Faria Lima jogaram panfletos, dirigidos “Ao povo brasileiro”, onde faziam a seguinte ameaça:

         

        “Como ele, existem muitos outros e sabemos quem são. Todos terão o mesmo fim, não importa quanto tempo demore. O que importa é que sentirão o peso da Justiça Revolucionária.

         

        Olho por olho, dente por dente.”

         

        Participaram da execução de Boilesen: Joaquim Alencar Seixas (Roque), do MRT; Dimas Antônio Casemiro (Rei), do MRT; Yuri Xavier Pereira (Big), da ALN; Antônio Sergio de Matos (Uns e Outros), da ALN; José Milton Barbosa (Cláudio), da ALN; e Gilberto Faria Lima (Zorro), da VPR.

         

        As famílias dos que participaram dessa ação e depois morreram, foram indenizadas pela Lei 9.140/95. Os que continuaram vivos foram indenizados por outras Leis.

         

        A família do industrial assassinado deveria pensar em processar aqueles que, através da mentira e da calúnia, deturpam os fatos e procuram manchar a honra e a dignidade de Henning Albert Boilesen.

         

         

         

        David A. Cuthberg

         

        05/02/1972

         

        Em 1972, para comemorar os 150 anos da Independência do Brasil, vários eventos foram programados. Um desses era a visita de uma Força Tarefa da Marinha Inglesa, composta por cinco navios, que chegou ao porto do Rio de Janeiro em 5 de fevereiro.

         

        Ansiosos para conhecer o Rio de Janeiro, os marinheiros, no mesmo dia, saíram para aproveitar a noite carioca. Não imaginavam que, no País, terroristas estavam agindo, como sempre, traiçoeiramente.

         

        Após o serviço no navio HMS Triumph, um jovem marinheiro, de 19 anos, David Cutthberg, e seu colega Paul Stoud tomaram um táxi e partiram para o que imaginaram ser uma noite de muito samba e alegria.

         

        Nove terroristas, no entanto, estavam em dois carros, à espreita, prontos para novo “justiçamento”. O “Tribunal Revolucionário” escolheu a vítima aleatoriamente. Não interessava a identidade do morto, apenas o impacto na opinião pública, além do destaque, no exterior, que seria dado às organizações terroristas.

         

        No táxi, conduzido por Antônio Melo, os dois jovens seguiam, ansiando por divertimento. Logo em seguida, na esquina da Avenida Rio Branco, em frente ao Hotel São Francisco, viram um carro emparelhar com o táxi. Pela janela desse carro uma metralhadora cuspia fogo. Foi a última visão que o marinheiro David Cuthberg teve do Rio de Janeiro.  Morreu na hora. Seu colega Paul Stoud e o taxista, atônitos, salvaram-se por milagre.

         

        Lígia Maria Salgado Nóbrega jogou, dentro do táxi, sobre o cadáver, os panfletos com o veredicto do famigerado tribunal. David, como sempre, fora condenado, sem direito à defesa, por representar “um país imperialista”.

         

        O “Comando da Frente”, composto pela ALN, VAR-Palmares e PCBR, justificou o ato insano como sendo solidariedade à luta do IRA contra os ingleses.

         

        Participantes desse “justiçamento”:

         

        Flávio Augusto Neves Leão Salles (Rogério), da ALN; Antônio Carlos Nogueira Cabral (Chico), da ALN ; Aurora Maria do Nascimento Furtado (Márcia), da ALN ;

         

        Adair Gonçalves Reis (Sorriso), da ALN; Lígia Salgado da Nóbrega (Ceguinha), da VAR-Palmares ; Hélcio da Silva (Anastácio), da VAR-Palmares; Carlos Alberto Salles (Soldado), da VAR-Palmares; James Allen Luz, da VAR-Palmares; e Getúlio de Oliveira Cabral (Gogó), do PCBR .

         

         

         

        Assassinato do Dr. Octávio Gonçalves Moreira Júnior

         

        25/02/1973

         

        Com o grande número de quedas em combate com os órgãos de segurança, as organizações chegaram à conclusão que era necessária uma ação de impacto que as atingisse diretamente.

         

        Apareciam em documentos apreendidos em “aparelhos” de terroristas, em São Paulo, levantamentos de oficiais das Forças Armadas, de membros da Secretaria de Segurança e do pessoal do DOI/II Exército.

         

        Alguns desses levantamentos foram enviados para o Chile, onde um grupo grande de refugiados atuava. O sanguinário “Tribunal Popular Revolucionário” decidiu que o impacto seria maior se “justiçassem” um membro do DOI. O tribunal era composto por “honoráveis juízes” da VPR, ALN, PCBR e VARPalmares.

         

        O escolhido foi o Dr. Octávio Gonçalves Moreira Júnior, delegado de Polícia, 33 anos, membro do DOI/II Ex e chefe de uma das Turmas de Busca e Apreensão.

         

        Avisado sobre os levantamentos encontrados, alegava, com seu sorriso contagiante, que Deus estava com ele, que nada temia e continuaria com sua vida normal.

         

        Em São Paulo, cumpria a sua rotina diária, sempre atento e seguindo as normas de segurança. Nos finais de semana, sexta-feira à noite, quando não estava de plantão, seguia para o Rio de Janeiro onde ia ver sua noiva. No Rio, andava sempre desarmado. Em Copacabana, relaxava. Hospedava-se, ia à praia e jogava vôlei, sempre no mesmo lugar. Despreocupado, apesar de todas as instruções recebidas para verificar se estava sendo seguido.  Confiava na sorte e facilitava. Aproveitando-se disso, Bete Chachamovitz, da ALN, fez todo o seu levantamento e repassou sua rotina para o “Comando Getúlio de Oliveira Cabral”. Todos os horários, hábitos, locais freqüentados, enfim, toda a sua ficha. Estava selada a sua sorte .

         

        Sexta-feira, 23/02/1973, à noite, Dr. Octávio viajou para o Rio de Janeiro.Sábado amanheceu no Rio e foi para o apartamento onde sempre se hospedava. Em seguida, foi à praia de Copacabana. Não percebeu dois homens estranhos que o observavam. No dia seguinte, domingo, 25/02/1973, pela manhã foi à praia . Jogou vôlei e, na volta, foi almoçar no Leme, com seu amigo Carlos Alberto Martins. Voltou do almoço e, distraído, não notou um automóvel Opala estacionado na esquina da Avenida Atlântica com a Rua República do Peru. Os carrascos estavam à espreita desde às 15 horas. No Opala, os encarregados da execução. Os outros estavam em locais estratégicos para dar cobertura.

         

        Dr Octávio estava de bermudas e como sempre, desarmado. Parou em um orelhão para ligar para a noiva. Nesse momento, Bete Chachamovitz fez um sinal e o apontou para os assassinos. Três terroristas partiram em sua direção. Uma esteira de praia, debaixo do braço de um deles, escondia uma carabina calibre 12 mm, arma de caça, de alto poder de destruição.

         

        De dentro da esteira partiu o primeiro tiro que o atingiu pelas costas. O impacto foi tão forte que o derrubou e o atirou longe. Um segundo tiro, dirigido ao coração, atingiu um crucifixo de ouro que ele trazia – Dr Octavio era católico praticante e pertencia à Ordem Terceira de São Francisco. O outro homem aproximou-se e deu-lhe mais dois tiros no rosto, deformando-o. Os últimos tiros foram disparados de uma pistola 9 mm. Ele morreu instantaneamente. Seu amigo, Carlos Alberto, foi ferido com dois tiros, mas sobreviveu. Os assassinos jogaram panfletos sobre o corpo e fugiram em seguida.

         

        Como impacto sobre os órgãos de segurança não poderia haver melhor escolha. Dr. Octávio era um delegado idealista, carismático, amável e estimadíssimo.

         

        Participaram da ação:

         

        Bete Chachamovitz – ALN;  Merival Araújo (Zé) – ALN;  Flávio Augusto Neves Leão Salles (Rogério) – ALN;  Thomaz Antônio da Silva Meireles Netto (Luiz) – ALN;

         

        José Carlos da Costa (Baiano) – VARPalmares;  James Allen Luz (Ciro) – VAR-Palmares; Ramires Maranhão do Vale (Adalberto) – PCBR; e  Ranúsia Alves Rodrigues (Florinda) – PCBR.

         

        Para os terroristas, o “Tribunal Revolucionário” detinha o poder da vida e da morte e esses assassinatos eram  “justiçamentos”. Ao todo os terroristas “justiçaram” , cerca de 30 pessoas.

         

         

         

         

        1. Animais da Esquerda e da Direita!

          Aliança Liberal,

          Os relatos que vc traz são terríveis. Duros de ler. São ações criminosas equivalentes na monstruosidade àquelas também praticadas pela “direita”, pelos “milicos”. É honesto ser complacente com um lado? Mas aqui nem sempre há espaço para o bom senso.  Vc tem que ser a favor da esquerda, elogiar a incoerência da Comissão da Verdade, condenar só os militares e fazer tábula rasa às delinquências dos “heróis” que só queriam o bem do País.

          1. Observe que são denuncia de

            Observe que são denuncia de crimes cometidos da esquerda contra a esquerda, coisa comum para eles.

        2. Querer colocar no mesmo plano

          Querer colocar no mesmo plano ações de militantes na luta armada contra a ditadura , e torturas e assassinatos bárbaros, cometidos contra pessoas totalmente indefesas, por agentes do Estado, é simplesmente inaceitável.

          Há uma distância enorme entre a violência praticada pelas organizações de esquerda e a bestialidade covarde com que os integrantes dos órgãos da repressão conduziram a repressão a elas.

          Já que você quer comparar, segue o link para o site do Projeto Brasil Nunca Mais, que está sendo muitíssimo utilizada nos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, cujo site também está disponível.

          http://bnmdigital.mpf.mp.br/#!/

          http://www.cnv.gov.br/

          1. Terrorista do bem X Milico do mal

            O Projeto Brasil Nunca Mais produziu um trabalho importantíssimo. Pena que não colocaram um adendo (ao livro) chamado Projeto Terrorismo Nunca Mais. Ai ficaria bem claro que os dois lados se equivaliam na burrice e na estupidez. Mas isso não interessa à esquerda ou aos membros da Comissão da Verdade ou a interlocutores de visão unilateral. 

             

             

             

          2. Pela argumentação que você

            Pela argumentação que você utiliza, dá para notar claramente para que lado se dirige sua visão. Aliás, acho que ela já está ultrapassada pelos fatos. Segue abaixo notícia que acaba de ser divulgada no site da Agência Brasil, e está reproduzida neste site do Nassif.

            Forças Armadas vão investigar casos de tortura na ditadura militar

               URL: Versão para impressão01/04/2014 17p2BrasíliaAlex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil Edição: Carolina Pimentel

             

            As Forças Armadas vão apurar as denúncias de que crimes contra os direitos humanos foram praticados em unidades militares entre os anos de 1964 e 1985. A informação foi divulgada hoje (1°) pelo coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari, e confirmada pelo Ministério da Defesa.  A assessoria do ministério antecipou que os resultados devem ser apresentados até o fim do mês.

            Em nota, a comissão informou que o ministro da Defesa, Celso Amorim, comunicou a Dallari que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica já instauraram comissões de sindicância para averiguar o envolvimento de militares em violações de direitos humanos, como tortura de presos políticos.

            Saiba Mais

            Tumulto marca sessão da Câmara sobre 50 anos do golpePasseata na Avenida Paulista protesta contra o golpe militar de 1964

            A iniciativa atende a um pedido da comissão, feito em 18 de fevereiro deste ano. No ofício enviado a Amorim, os integrantes da comissão solicitavam apoio do ministério para identificar “estruturas, locais, instituições e circunstâncias relacionadas à prática de violações dos direitos humanos”. A própria comissão elencava sete locais onde “graves violações de direitos humanos – em especial tortura e práticas ilícitas que, em muitos casos, redundaram nas mortes das vítimas – ocorreram de forma mais intensa ao longo das décadas de 1960 e 1970”.

            As sete instalações são o Destacamento de Operações de Informações do I Exército, 1ª Companhia da Polícia do Exército da Vila Militar, Base Aérea do Galeão e a Base Naval da Ilha das Flores, no Rio de Janeiro; Destacamento de Operações de Informações do II Exército, em São Paulo; Destacamento de Operações de Informações do IV Exército, no Recife, e o quartel do 12º Regimento de Infantaria do Exército, em Belo Horizonte.

            “A Comissão Nacional da Verdade julga imperioso o esclarecimento de todas as circunstâncias administrativas que conduziram ao desvirtuamento do fim público estabelecido para aquelas instalações, em clara configuração do ilícito administrativo, do desvio de finalidade, já que não se pode conceber que próprios públicos afetados administrativamente às Forças Armadas pudessem ter sido formalmente destinados à prática de atos tidos por ilegais mesmo à luz da ordem jurídica vigente à época”, justificam no pedido os integrantes da comissão, que assinam o ofício enviado a Amorim.

            O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, comunicou a instalação da sindicância no último dia 25. Já a Marinha e a Aeronáutica confirmaram ontem (31) a instauração das sindicâncias.

             

          3. Se vc tivesse lido o texto

            Se vc tivesse lido o texto notaria que os crimes que o texto denuncia em sua maioria não são contra os militares, são justiçamentos feitos pela esquerda contra menbros da sua própria milicia.

            O ativista pró esquerda não lê outra coisa que não seja textos de esquerda não tem coragem de ler outra coisa prefere o caminho do obscurantismo.

      2. Ai meu jesus cristinho!

        Vislumbro problemas de cognição, interpretação de texto e desonestidade argumentativa. Além do fanatismo por uma ideologia que não funcionou em nenhuma parte do mundo. Era a linha dos terroristas de ontem em completa dissintonia com a população em geral. Viví a época. Os brasileiro normal não apoiava nem um nem outro lado.

        É próprio do cinismo e da hipocrisia justificar deslises com base em desvios praticados pelo outro lado. Mais ou menos o caso de mensalão petista  em relação ao mensalão tucano. 

        Mencionei dois crimes de cada lado. Todos imperdoáveis e injustificáveis. Ok. Mas vc  relaciona mais uma meia duzia de crimes abomináveis da direita para justificar os da esquerda.

        Continuo na minha: não apoio militares e nem os subversivos. E nem precisa listar TODOS os crimes dos dois lados. Um não justifica o outro como pretende uma  memória seletiva e conveniente.

         

        1. Esse saudoso da ditadura

          Esse saudoso da ditadura militar trai-se pela prórpria linguagem.

          Ao referir-se aos golpistas torturadores, ele os chama de “militares”.numa atitude de reverência .

          Na mesma linha do parágrafo, ao se referir aos que pegaram em armas contra os golpistas, ele os chama de “subversivos”.

          Enfie uma coisa na sua cabeça, viúvo da ditadura:

          SUBVERSIVOS FORAM AQUELES QUE DERRUBARAM UM GOVERNO ELEITO PELO POVO. 

          1. De fato, é muito comum entre

            De fato, é muito comum entre os defensores envergonhados da ditadura usarem esta forma eufemística de dizer que “os dois lados” cometeram abusos. Uma ova! De um lado tínhamos um estado terrorista, implantado pela força, através de um golpe civil-militar, que encerrou um rico processo democrático que o país experimentava, derrubando o presidente constitucional João Goulart. Este “lado”, dos golpistas, representava os interesses de uma minoria privilegiada, nacional e internacional. Foram financiados por grandes empresários, latifundiários, pelo governo dos EUA e outros grupos afins. E praticaram os piores crimes de sequestro, tortura, execução, etc. Foram centenas de pessoas vítimas deste estado de terror implantado pela força no país.

            Querer comparar este grupo com as pessoas que resistiram das mais variadas formas – inclusive através da luta armada, por mais equivocada que tenha sido esta forma de luta – é uma forma envergonhada de assumir a defesa dos criminosos, que sequer têm a coragem de assumir o que fizeram.

            A esquerda armada foi punida pelo seu ato de coragem, embora tivesse equivocada; pagou com a própria vida (da maioria dos seus militantes), com seu próprio corpo, nas torturas de que foram vítimas; com o exílio, a perseguição, a ameaça de todas as formas. E os criminosos torturadores que passaram duas décadas cometendo todo tipo de banditismo sádico contra seres humanos? Não podem ser esquecidos, nunca, como lixo da história que realmente são; como mau exemplo do que uma sociedade civilizada não deve aceitar jamais.

            Querer apagar a memória de um povo com o simplismo do tipo: ah, eram dois grupos que cometeram abusos – pode ser bom para quem cometeu os crimes e têm vergonha do seu passado. Não é este o caso dos que lutaram, dos que não se venderam para os poderosos, não se renderam, e tiveram a coragem de enfrentar o dragão do mal, ainda que em enorme desvantagem. Por isto se justifica sim lembrar o que aconteceu, apontar quem foi o responsável por qual prática, mesmo que o país ainda não tenha conseguido punir estes responsáveis pelas torturas. E não apenas aos torturadores que foram lá e fizeram o trabalho sujo, não. Este são os capitães do mato dos senhores de engenho. Mas é importante também que os empresários que financiaram tudo isto, os donos da mídia que criaram e alimentaram e ocultaram tudo isto também sejam responsabilizados.

            O país, os de baixo principalmente, merecem que a sua história seja contada, recontada e transformada em símbolo de resistência e de esperança também, numa outra realidade, livre destes grupos e forças que conspiram o tempo todo contra a liberdade, contra a democracia, contra os direitos da maioria pobre da população a ter uma vida digna.

        2. Embora totalmente equivocada

          Embora totalmente equivocada e à margem da realidade, a luta armada foi o caminho encontrado por milhares de pessoas para combater uma ditadura militar instalada através de um golpe contra um regime legitimamente constituído. Por trás dessa afirmação não há ideologia alguma, apenas uma constatação.

          Feita essa ressalva, não posso concordar em equiparar, colocar em pé de igualdade, a violência que se praticou na luta armada, contra um inimigo igualmente armado, e a brutalidade covarde da tortura e do assassinato de pessoas totalmente indefesas, praticadas pelos então chamados “agentes da repressão”, como as descritas no artigo que destaquei.

          Como já disse na resposta que enviei ao comentário abaixo, os arquivos disponibilizados pela Comissão de Justiça e Paz e pelo Projeto Brasil Nunca Mais são eloquentes quanto à enorme disparidade, em gênero, número e grau, entre os crimes praticados pela esquerda armada e a brutal repressão de que foram vítimas, repressão na qual, em inúmeros casos, pessoas sem qualquer envolvimento com as ações, foram envolvidas, presas, torturadas e até assassinadas.

          Para terminar, gostaria de indagar-lhe: pessoas que lutam contra uma ditadura devem ser consideradas terroristas e subversivos?

        3. Conta errada

          “Mencionei dois crimes de cada lado.”

          Sua conta está equivocada.

          Dona Lida Monteiro, funcionária da OAB, foi morta por uma carta-bomba que tinha como endereço a OAB, entidade empenhada na defesa do retorno do país à democracia:

          “Lida era a mais antiga funcionária da OAB, secretária do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil quando, aos 60 anos de idade, abrindo a correspondência, fez explodir uma carta-bomba no início da tarde da quarta-feira, dia 27 de agosto de 1980. O artefato lhe decepou o braço, além de outras mutilações, e provocou a morte tão logo foi hospitalizada.

          Além do atentado à Ordem, outras ações ocorreram na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e na sede do jornal ligado ao Partido Comunista do Brasil, Tribuna da Luta Operária, o primeiro com seis feridos e o segundo, um artefato de pouca potência estourado na madrugada, provocou estragos materiais.1 Uma outra carta-bomba havia sido enviada à ABI, mas foi desativada por seu presidente, Barbosa Lima Sobrinho, haver sido avisado por telefonema anônimo.

          Em seu editorial do dia seguinte aos crimes o jornal Folha da Manhã declarou que, embora ninguém houvesse assumido a autoria dos atentados terroristas, estes certamente vieram de setores que tinham interesse em interromper o processo de Abertura do país rumo à democracia, então levada a termo pelo governo do general João Baptista de Figueiredo.”

          http://pt.wikipedia.org/wiki/Lida_Monteiro_da_Silva

          Logo, a única morte atribuída por você a guerrilheiros anti-regime militar foi a do infeliz e sempre lembrado pela direita Mario Kozel Filho, que estava de guarda no momento em que foi jogada uma bomba contra (ou metralhado um quartel).

          Você como “brasileiro normal” (os que pensavam diferentemente por certo eram anormais) poderia apresentar UM caso de PRESO torturado pelos “subversivos” (termo muito em voga entre os adeptos da ditadura na época) – em comparação com os inúmeros PRESOS (isto é, incapázes de se defender) torturados e mortos pela ditadura?

           

           

        4. raciocínio ‘torto’

          Seu raciocínio é torto. Em primeiro lugar onde não existe liberdade democrática, prisõe ilegais e não há direito de defesa, não existe crime, existe resitência. Chamar de ‘crime’ a resistencia à ditadura brasileira seria o mesmo que dizer que a resitência francesa cometeu ‘crimes’ durante a ocupação nazista. Seguindo seu raciocíno de que ‘um crime não justifica o outro’, um grupo -seja ele qual for – que é perseguido, torturado e assassinado – Por exemplo judeus na alemanha nazista ou gays – deve simplesmente se render e não oferecer qualquer tipo de resistencia pois isso seria justificar ‘crimes’ como outros ‘crimes’. Qualquer pessoa minimanete inteligente portanto é capaz de perceber que sua suposta netralidade é uma apologia da ditadura.

  6. Ouvi dizer que as lojas

    Ouvi dizer que as lojas maçônicas fervilharam na noite de ontem em homenagem à “redentora”, inclusive com a ostensiva presença de militares, quer de quepe, quer de pijamas. Não mereceria matéria especial no que diz respeito aos bajuladores-vivandeiros?

    1. Se alguma coisa “fervilhou”

      Se alguma coisa “fervilhou” ontem foi sua imaginação. As lojas maçônicas estavam, quase todas, desertas na noite de ontem. Raríssimas lojas maçônicas se reúnem às segundas feiras. E não me consta nenhum tipo de ação organizada de homenagem deste tipo entre estas raras lojas que se reúnem às segundas. Também não vi nenhum evento especial sobre o tema marcado para antes ou depois de 31 de março em lojas maçônicas. 

      Embora muitos maçons (e expressivas lideranças maçônicas) tenham apoiado o golpe (como pessoas de muitas outras instituições o fizeram) não foi pequeno o número de maçons que lutou contra a ditadura. E, em muitas lojas, perseguidos políticos dispunham de quartos clandestinos para acolhê-los.

      Pessoas de diferentes ideologias são e foram maçons. De D. Pedro I a Simon Bolívar; de Salvador Allende a Thomas Jefferson; de Churchill a Hugo Chavez; de Mozart ao nosso “Rei do Baião”, Luiz Gonzaga.

      Maçons protegeram perseguidos do regime nazista; maçons também deram refúgio a Fidel Castro quando perseguido pela ditadura de Fulgência Batista.

      Talvez em razão desta última citação os maçons são tão bem acolhidos em cuja. Dúvida? Clique no link abaixo:

      http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/95349/Maçonaria-à-cubana-foice-e-martelo-de-um-lado-régua-e-compasso-do-outro.htm

      1. A maçonaria…

        …como as demais organizações parasitárias deveriam ser extintas ou transformadas em clubes de bocha.

        Esses globalistas não são merecedores de confiança, estão ao lado de tudo que não presta.

        1. Você seria a favor de

          Você seria a favor de extinguir a Igreja Católica, por ser globalista?

          Católicos também não são merecedores de confiança?

          Em plena era da internet vem alguém falar contra o “globalismo”.

          O que é o “tudo que não presta”?

          Já sei. Daqui a pouco você vai dizer que os maçons são líderes de uma conspiração mundial – talvez reptilianos – que querem criar uma Nova Ordem Mundial Iluminatti.

          1. O globalismo temporal da Igreja Católica…

            …morreu com o surgimento e o fortalecimento dos Estados-nações…

            Tudo que enfraqueça os Estados-nações não presta, não importa se ideologicamente, economicamente, culturalmente ou o escambau nacional…

            Sejam clubes internacionais, organizações não governamentais, corporações econômicas ou os males maiores como a ONU e os seus penduricalhos, o FMI, o Banco Mundial, etc. etc. e etc…

            “Da minha aldeia veio quanto da terra se pode ver no Universo… 

            Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer 
            Porque eu sou do tamanho do que vejo 
            E não, do tamanho da minha altura… 
            Nas cidades a vida é mais pequena 
            Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro. 

            Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave, 
            Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu, 
            Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar, 
            E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver. ” A.C.

          2.  
             
             
             
            Pelo amor de Deus,

             

             

             

             


            Pelo amor de Deus, que história é esta de que a Igreja  morreu com o surgimento do estados-naçōes? Estes  surgiram muito antes de Cristo!

             

            CIDADEZINHA QUALQUER

            casas entre bananeiras
            mulheres entre laranjeiras
            pomar amor cantar.
            Um homem vai devagar.
            Um cachorro vai devagar.
            Um burro vai devagar.

            Devagar… as janelas olham.

            Eta vida besta, meu Deus.

            Carlos Drummond de Andrade

          3. Falei do enfraquecimento até a irrelevância…

            …do poder político papal. A Igreja, embora mantenha influência em questões morais e culturais, não tem mais poder para convocar cruzadas ou controlar o braço secular… 

  7. Bolsonaro é um provocador

    Bolsonaro é um provocador irrecuperável. Portanto, merece ser tratado com o mesmo rigor da Ditadura que defende: pau-de-arara, submarino, pimentinha, telefone, cadeira do dragão e cama de boilesen nele. Depois o dePUTAdo poderá ficar posando de vitima com razão. Só não recomendo meter o pai no cu dele, pois como todo veado raivoso ele ficará apaixonado e depois fará escândalos na porta da casa do seu amado torturador.

  8. Bolsonaro

      Um reles capitão, ou seja – um NADA – comandante de cia., nem mesmo curso da ECEME conseguiu fazer, academicamente um ZERO, tornou-se sindicalista do passado, alguem que pegou uma “onda e surfa nela”.

       Responder a algo que este “rapaz”, ou poderia dizer, a este “impedido jubilado”, é dar-lhe um palanque ao qual ele não faz jus, que somente faz sucesso nas rodas de tombola, bingo e tranca dos Clubes Militares de Rio de Janeiro.

        Bolsonaro – o “impedido jubilado”, nem para taifeiro serviu.

  9. Mas é de uma burrice extrema

    Mas é de uma burrice extrema essa frase, que graças a não sei quem o Brasil não é Cuba.

    De onde tiraram tambanha babaquice ? 

    Como comparar um País continental como o Brasil com uma ilha, como Cuba ?

    Paises distintos, nada a ver um com o outro, com processos históricos totalmente diferentes.

    Cuba ja era ditadura, Fidel derrubou Batista. Depois também degenerou para uma ditadura, porém com indices sociais muito bons. É um País cheio de contradições e que tem história própria.

    No Brasil nunca foi viável uma ditadura comunista. O governo Jango era fraco sim e caiu muito por sua própria leniencia, apesar do golpe militar,  mas dai a dizer que queria fazer uma ditadura comunista é um absurdo imenso. Jango era fazendeiro, grande latifundiário, nunca foi comunista. Não haveria a mínima viabilidade de se implantar um regime como o da então união soviética no País. Primeiro, que para garantir isso, o Governo teria que ter um exército forte a seu favor. Só o fato de ter havido o golpe ja desmonta essa tese.

    A verdade é que os militares tomaram o poder e ai gostaram do mesmo e se lambuzaram principalmente depos do AI5. Pois bem, os militares poderiam muito bem terem organizado eleições em 1964 e poderia ter sido eleito, por exemplo, JK. Mesmo que fosse eleito Carlos Lacerda.  Mesmo a queda de Jango não justifica a ditadura que foi imposta pelos militares e que recrudesceu muito após 1968.

    O episódeo da queda de Jango é um. A ditadura em si, é outro. Nenhum dos dois, tem absolutamente nada a ver com Cuba ou com comunismo.

    Esta é a minha visão sobre o tema.

    1. Prezado Dabiel, vc é um dos

      Prezado Dabiel, vc é um dos comentaristas mais equilibrados do blog e merece sempre um bom debate. Comento:

      1.Jango definitivamente não era um comunista e nem socialista, não tinha esse perfil. Mas o problema era outro. Jango não tinha controle do aparelho do Estado, o que foi amplamente provado pelos acontecimentos de março de 64. Ele não dominava a maquina governamental civil e muito menos a militar. O depoimento ontem de Almino Afonso, Ministro e correligionario de Jango, no programa RODA VIVA deixa isso clarissimo. Jango não tinha nenhum comando EFETIVO do Estado. O insuspeito Celso Furtado, Ministro de Planejamento de Jango trabalhou dois meses para montar seu Plano

      que seria o plano estrategico do Governo Jango. Segundo Furtado no livro A FANTASIA ORGANIZADA, Jango só leu o prefacio de uma pagina, não leu mais nada. E esse era o plano economico do Governo. Como um personagem desses poderia governar o Brasil? Furtado e Lacerda, de lados opostos, Lacerda em DEPOIMENTO dão a mesma analise de Jango, “”não giostava de governar””, não examinava os processos, os dossiês que são a base do ato de governar.

      Então o problema não era a pessoa do Jango mas sim seua ausencia do poder que não admitindo vacuo seria assumido por alguem da entourage radical, provavelmente Brizola. O Brasil inteiro tinha esse medo, de Brizola e não de Jango, do radicalismo quase suicida de Brizola, radicaliza aparentemente sem perceber que a sociedade brasileira não aceitaria aquilo, a ordem legal mundial tambem não, o Congresso tambem não e muito menos as Forças Armadas.

      Processo desse tipo ocorreu na Russia quando Kerensky, que não era comunista assumiu com a queda do Czar mas sendo fraco e sem apoio militar foi atropelado por Lenin e Trotsky que tinham seu proprio plano de poder.

      2.Acho inacrecitavel este FESTIVAL DITADURA que abstrai completamente o contexto em que se deu 31 de março de 1964 e das semanas antecedentes ao climax da crise iniciada com o fim do parlamentarismo. Em Historia tudo tem causa e concausas, os eventos não caem de paraquedas na rua, eles são moldados por variaveis que podem ser estudadas, os militares não chegaram ao Pode a partir do nada, havia alavancar que os impeliram ao Poder.

      Seria o mesmo que querer entender o fascismo sem conhecer o que ocorria na Italia no pós Primeira Guerra, um contexto dramatico de caos, miseria e desemprego. O fascismo assumiu o poder “na marra” com a Marcha sobre Roma e depois instalou uma ditadura POR CAUSA das condições da Italia e de 1923 a 1940 foi extremamente popular , sua queda se deu porque se aliou à Alemanha na Guerra, Mussolini o mesmo homem ovacionado na sacada do Palazzo Venezia foi pendurado de cabeça para baixo em um posto de gasolina, para ver que o CONTEXTO é tudo.

      3.Então, ninguem dizia que Jango era comunista, dizia-se que Jango era um despreparado para governar e que isso abriria a porta para os comunistas. Essa era a percepção GERAL naquelas duas semanas cruciais que se iniciaram a 13 de março , com o comicio da Central. Digo isso porque naquela epoca estava no Rio e assisti o comicio da Central e a chegada das tropas de Mourão na madrugada de 31 de março em frente ao Palacio Duque de Caxias, o balanço da opinião publica era naquele instante favoravel à queda de Jango que não foi apoiado sequer pelos sindicatos que eram considerados sua grande base de sustentação. Jango não foi pego de surpresa pelo golpe, Furtado sugere no livro que era grande o numero de malas com que ele se deslocou do Rio a Brasilia, dando a impressão que já estava preparado para o exilio.

      1. ¿ordem legal mundial?

        …ordem legal mundial…

        O quê será, que será?

        a ordem legal mundial?

        “Deve ser a combinada no breu das tocas… que não tem decência nem nunca terá…”

      2.  Motta Araujo,
        Em seus

         Motta Araujo,

        Em seus comentários você normalmente acusa, ou aponta, a falta de conteúdo, superficialidade, parcialidade ou excesso de simplificação em comentários e opiniões alheios. No entanto, permita-me dizer, os seus comentários pecam pelas mesmas razões. Eu já fiz um comentário provocativo a uma postagem sua em que você faz uma defesa do Exército brasileiro. Nada contra fazerem-se considerações históricas ou mesmo elogios ao Exército brasileiro.  Mas você o faz de uma maneira tão adulatória e acrítica que chega ser constrangedor. Eu mesmo tenho militares na família. Óbvio que há e houve pessoas muito honradas nas Forças Armadas. Aliás, sugiro que assista ao documentário de Silvio Tendler, “Militares Da Democracia: Os Militares Que Disseram Não”.  Homens fiéis que não traíram o seu juramento e honraram as suas fardas. O documentário mostra que até heróis de guerra foram presos e tratados miseravelmente por não concordarem em dar um golpe a um presidente democraticamente eleito. Mostra como houve traições de militares vis.

         Óbvio também que havia o contexto histórico da época, as correlações de forças, etc. Mas isso não justifica um golpe de Estado, trair a Constituição, trair o povo.  E veja, o que era para ser, ou muitos achavam que seria, mais uma quartelada da América Latina, acabou se tornando um regime ditatorial de mais de 21 anos. Se um golpe não se justifica, esse encastelamento no poder, se justifica menos ainda. E foi um encastelamento baseado no terror de Estado. Prendendo, torturando e matando o próprio povo brasileiro. Instalando-se um Estado totalitário de inspiração nazifascista. Empregaram a tortura de maneira institucionalizada. Não concebo como uma pessoa razoável possa defender isso! Da mesma maneira que tenho militares na família, tenho pessoas que foram perseguidas e presas pelo regime ditatorial. Não desejo a ninguém ter um familiar perseguido por um Estado totalitário.

        Pelo que vejo de seus comentários você é um americanófilo e se considera um liberal. Pois bem, defender golpes civis-militares não tem nada de liberal. E se nos EUA as forças armadas dessem um golpe de estado, e instalassem um regime de exceção, o povo americano certamente resistiria e pegaria em armas contra esse regime opressor.

        Att.,

      3. Obrigado pela réplica, André.

        Obrigado pela réplica, André. Apesar de divergirmos em alguns pontos aprecio a grande maioria dos seus comentários e gostaria de ter pelo menos a metade de seus conhecimentos históricos.

        Neste caso em particular eu praticamente concordo com voce na questão da queda de Jango. Até ai, tudo bem. Mas o problema veio depois, com o recrudescimento da ditadura, principalmente a partir de 1968.

        Ora, se Jango era fracao, Castelo Branco também era e muito. Porque não fez eleições ? O grande problema da ditadura que vejo, não foi o início em si, mas sim a sua continuidade. São momentos distintos. A ditadura montou uma máquina  e depois não conseguiu segurá-la, este foi o grande problema. E eles devem ser criticados por isso.

        Mas realmente há uma enorme confusão entre vários eventos distintos: derrubada de Jango, atuação da ditadura na área de infra-estrutura e economica e atuação da máquida de tortura e repressão da ditadura e censura, por exemplo. São eventos meio que distintos e caberia sim uma melhor análise.

  10. Aqueles que são a favor da

    Aqueles que são a favor da Ditadura Militar, para serem coerentes, nunca deveriam se candidatar a cargos eletivos através da votação popular direta. Só mostram o quanto são demagogos esses Boçalnaros da vida. 

      1. Olha a cara da Dilma…

        …mesmerizada pelo comandante de terra, mar e ar… e consciências.

        Como os demais esquerdistas adora um generalíssimo para chamar de seu… 

        Comandante Castro, general Castro, Coronel Chávez e por ai afora… ou então grande timoneiro, iluminado líder, etc. etc. etc.

  11. Gersier: cinco estrelas pra

    Gersier: cinco estrelas pra ti. Mas não vamos dar muita bola para os que adoram ser domados, mandados, obedecer sem poder questionar, enfim, adoram um coturnão dando ordens para eles não terem que pensar, agir. São tão frustrados por não serem aceitos como cidadãos estudinenses(o coturnão mor), que vem jogar sua eterna frustração aqui no blog. Pra eles, roubar merenda escolar é coisa pequena. Helicóptero de senador traficando 400kg de cocaina, é brincadeira de criança, nada há de mau nisso. Torturar até matar, aleijar, estuprar,, é pra acontecer com  filho dos outros. Revolução é muito diferente de golpe militar. O Aliança Liberal tá endoidecido, porque o desafeto dele, Jairo Jorge (prefeito do PT de Canoas/RS que derrotou o corrupto governo do psdb, depois de se fartar com grandes roubos, como grana da merenda escolar) está fazendo Canoas ser referência em saúde, educação e muitas outras coisas.

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