Lembrar para não repetir: 11 filmes sobre a ditadura no Brasil

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Do Pragmatismo Político

Das sessões de tortura aos fantasmas da ditadura, o cinema brasileiro invariavelmente volta aos anos do regime militar para desvendar personagens, fatos e consequências do golpe que destituiu o governo democrático do país e estabeleceu um regime de exceção que durou longos 21 anos. Estreantes e veteranos, muitos cineastas brasileiros encontraram naqueles anos histórias que investigam aspectos diferentes do tema, do impacto na vida do homem comum aos grandes acontecimentos do período.

Embora a produção de filmes sobre o assunto tenha crescido mais recentemente, é possível encontrar obras realizadas durante o próprio regime militar, muitas vezes sob a condição de alegoria. “Terra em Transe”, de Glauber Rocha, é um dos mais famosos, retratando as disputas políticas num país fictício. Mais corajoso do que Glauber foi seu conterrâneo baiano Olney São Paulo, que registrou protestos de rua e levou para a tela em forma de parábola, o que lhe custou primeiro a liberdade e depois a vida.

Os onze filmes que compõem esta lista, se não são os melhores, fazem um diagnóstico de como o cinema retratou a ditadura brasileira.

1. MANHÃ CINZENTA (1968), Olney São Paulo – Em plena vigência do AI-5, o cineasta-militante Olney São Paulo dirigiu este filme, que se passa numa fictícia ditadura latino-americana, onde um casal que participa de uma passeata é preso, torturado e interrogado por um robô, antecipando o que aconteceria com o próprio diretor. A ditadura tirou o filme de circulação, mas uma cópia sobreviveu para mostrar a coragem de Olney São Paulo, que morreu depois de várias sessões de tortura, em 1978.

2. PRA FRENTE, BRASIL (1982), Roberto Farias – Um homem comum volta para casa, mas é confundido com um “subversivo” e submetido a sessões de tortura para confessar seus supostos crimes. Este é um dos primeiros filmes a tratar abertamente da ditadura militar brasileira, sem recorrer a subterfúgios ou aliterações. Reginaldo Faria escreveu o argumento e o irmão, Roberto, assinou o roteiro e a direção do filme, repleto de astros globais, o que ajudou a projetar o trabalho.

3. NUNCA FOMOS TÃO FELIZES (1984), Murilo Salles – Rodado no último ano do regime militar, a estreia de Murilo Salles na direção mostra o reencontro entre pai e filho, depois de oito anos. Um passou anos na prisão; o outro vivia num colégio interno. Os anos de ausência e confinamento vão ser colocados à prova num apartamento vazio, onde o filho vai tentar descobrir qual a verdadeira identidade de seu pai. Um dos melhores papéis da carreira de Claudio Marzo.

4. CABRA MARCADO PARA MORRER (1984), Eduardo Coutinho – A história deste filme equivale, de certa forma, à história da própria ditadura militar brasileira. Eduardo Coutinho rodava um documentário sobre a morte de um líder camponês em 1964, quando teve que interromper as filmagens por causa do golpe. Retomou os trabalhos 20 anos depois, pouco antes de cair o regime, mesclando o que já havia registrado com a vida dos personagens duas décadas depois. Obra-prima do documentário mundial.

5. O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? (1997), Bruno Barreto – Embora ficcionalize passagens e personagens, a adaptação de Bruno Barreto para o livro de Fernando Gabeira, que narra o sequestro do embaixador americano no Brasil por grupos de esquerda, tem seus méritos. É uma das primeiras produções de grande porte sobre a época da ditadura, tem um elenco de renome que chamou atenção para o episódio e ganhou destaque internacional, sendo inclusive indicado ao Oscar.

6. AÇÃO ENTRE AMIGOS (1998), Beto Brant – Beto Brant transforma o reencontro de quatro ex-guerrilheiros, 25 anos após o fim do regime militar, numa reflexão sobre a herança que o golpe de 1964 deixou para os brasileiros. Os quatro amigos, torturados durante a ditadura, descobrem que seu carrasco, o homem que matou a namorada de um deles, ainda está vivo –e decidem partir para um acerto de contas. O lendário pagador de promessas Leonardo Villar faz o torturador.

7. CABRA CEGA (2005), Toni Venturi – Em seu melhor longa de ficção, Toni Venturi faz um retrato dos militantes que viviam confinados à espera do dia em que voltariam à luta armada. Leonardo Medeiros vive um guerrilheiro ferido, que se esconde no apartamento de um amigo, e que tem na personagem de Débora Duboc seu único elo com o mundo externo. Isolado, começa a enxergar inimigos por todos os lados. Belas interpretações da dupla de protagonistas.

8. O ANO EM QUE MEUS PAIS SAIRAM DE FÉRIAS (2006), Cao Hamburger – Cao Hamburger, conhecido por seus trabalhos destinados ao público infantil, usa o olhar de uma criança como fio condutor para este delicado drama sobre os efeitos da ditadura dentro das famílias. Estamos no ano do tricampeonato mundial e o protagonista, um menino de doze anos apaixonado por futebol, é deixado pelos pais, militantes de esquerda, na casa do avô. Enquanto espera a volta deles, o garoto começa a perceber o mundo a sua volta.

9. HOJE (2011), Tata Amaral – Os fantasmas da ditadura protagonizam este filme claustrofóbico de Tata Amaral. Denise Fraga interpreta uma mulher que acaba de comprar um apartamento com o dinheiro de uma indenização judicial. Cíclico, o filme revela aos poucos quem é a protagonista, por que ela recebeu o dinheiro e de onde veio a misteriosa figura que se esconde entre os cômodos daquele apartamento. Denise Fraga surpreende num papel dramático.

10. TATUAGEM (2013), Hilton Lacerda – A estreia do roteirista Hilton Lacerda na direção é um libelo à liberdade e um manifesto anárquico contra a censura. Protagonizado por um grupo teatral do Recife, o filme contrapõe militares e artistas em plena ditadura militar, mas transforma os últimos nos verdadeiros soldados. Os soldados da mudança. Irandhir Santos, grande, interpreta o líder da trupe. Ele cai de amores pelo recruta vivido pelo estreante Jesuíta Barbosa, que fica encantado pelo modo de vida do grupo.

11. BATISMO DE SANGUE (2007) – Apesar do incômodo didatismo do roteiro, o longa é eficiente em contar a história dos frades dominicanos que abriram as portas de seu convento para abrigar o grupo da Aliança Libertadora Nacional (ALN), liderado por Carlos Marighella. Gerando desconfiança, os frades logo passaram a ser alvo da polícia, sofrendo torturas físicas e psicológicas que marcaram a política militar. Bastante cru, o trabalho traz boas atuações do elenco principal e faz um retrato impiedoso do sofrimento gerado pela ditadura.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

11 Comentários

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  1. Oba, excelente lista. Posso

    Oba, excelente lista. Posso acrescentar alguns outros? (obs: fiz de memória, não lembro s nomes todos dos autores e nem os anos exatos, mas vi todos no cinema):

    – O Dia que durou 21 anos (2013)

    – Dossiê Jango (2013)

    – Hércules 56 (2000 e tantos …)

    – Iracema, uma transa amazônica (anos 70)

    – Cidadão Boilesen (2009)

    – Vala comum (anos 90)

    – Jango (1984) Silvio Tendler

    – ABC da Greve (79 ou 80)

    – Eles não usam Black-Tie (anos 80)

    – Céu Aberto (anos 80)

    – Braços Cruzados, máquinas paradas (anos 70)

    – Zezero (anos 70)

    – Zuzu Angel – Sergio Resende (2005, 06 ou 07)

    – Lamarca – S. Resende (93, 94 ou 95)

    – A Onda (Die Welle), filme alemão (2007 ou 08). Não é sobre a ditadura brasileira, mas é sobre fascismo em geral

    – A fita Branca (2007, 08 ou 09) – idem

     

  2. 50 + 6 Filmes (alguns com os links)

     

     

    50 filmes para conhecer a fundo a Ditadura (+ 6)
    http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/03/50-filmes-para-conhecer-fundo-ditadura/

    Repressão, censura, porões. Resistência, greves, guerrilhas, movimentos culturais. A ascensão e declínio do regime, em obras importantes do cinema brasileiro. 43 filmes e sete ”trailers”

    1. O desafio (1965), Paulo César Sarraceni

    2. Manhã cinzenta (1968), Olney São Paulo
    MANHÃ CINZENTA (1968), Olney São Paulo – Em plena vigência do AI-5, o cineasta-militante Olney São Paulo dirigiu este filme, que se passa numa fictícia ditadura latino-americana, onde um casal que participa de uma passeata é preso, torturado e interrogado por um robô, antecipando o que aconteceria com o próprio diretor. A ditadura tirou o filme de circulação, mas uma cópia sobreviveu para mostrar a coragem de Olney São Paulo, que morreu depois de várias sessões de tortura, em 1978

    3. Brazil: A Report on Torture (1971), de Haskell Wexler e Saul Landau.

    4. O Bom Burguês (1979), Oswaldo Caldeira (Trailer)

    5. Paula: a história de uma subversiva (1979), F. Ramalho Jr.

    6. Eles Não Usam Black-Tie (1981), Leon Hirszman

    7. Pra frente, Brasil (1982), Roberto Farias
     PRA FRENTE, BRASIL (1982), Roberto Farias – Um homem comum volta para casa, mas é confundido com um “subversivo” e submetido a sessões de tortura para confessar seus supostos crimes. Este é um dos primeiros filmes a tratar abertamente da ditadura militar brasileira, sem recorrer a subterfúgios ou aliterações. Reginaldo Faria escreveu o argumento e o irmão, Roberto, assinou o roteiro e a direção do filme, repleto de astros globais, o que ajudou a projetar o trabalho

    8. Cabra marcado para morrer (1984), Eduardo Coutinho
    CABRA MARCADO PARA MORRER (1984), Eduardo Coutinho – A história deste filme equivale, de certa forma, à história da própria ditadura militar brasileira. Eduardo Coutinho rodava um documentário sobre a morte de um líder camponês em 1964, quando teve que interromper as filmagens por causa do golpe. Retomou os trabalhos 20 anos depois, pouco antes de cair o regime, mesclando o que já havia registrado com a vida dos personagens duas décadas depois. Obra-prima do documentário mundial.

    9. Nunca Fomos tão Felizes (1984), Murilo Sales
    NUNCA FOMOS TÃO FELIZES (1984), Murilo Salles – Rodado no último ano do regime militar, a estreia de Murilo Salles na direção mostra o reencontro entre pai e filho, depois de oito anos. Um passou anos na prisão; o outro vivia num colégio interno. Os anos de ausência e confinamento vão ser colocados à prova num apartamento vazio, onde o filho vai tentar descobrir qual a verdadeira identidade de seu pai. Um dos melhores papéis da carreira de Claudio Marzo

    10. Jango (1984), Silvio Tendler

    11. Que Bom Te Ver Viva (1989,), Lucia Murat

    12. Kuarup (1989), Ruy Guerra

    13. Corpo em Delito (1990), Nuno César Abreu

    14. ABC da greve (1990), Leon Hirszman

    15. Lamarca (1994), Sérgio Resende

    16. O Que É Isso, Companheiro? (1997), Bruno Barreto
    O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? (1997), Bruno Barreto – Embora ficcionalize passagens e personagens, a adaptação de Bruno Barreto para o livro de Fernando Gabeira, que narra o sequestro do embaixador americano no Brasil por grupos de esquerda, tem seus méritos. É uma das primeiras produções de grande porte sobre a época da ditadura, tem um elenco de renome que chamou atenção para o episódio e ganhou destaque internacional, sendo inclusive indicado ao Oscar.

    17. Ação Entre Amigos (1998), Beto Brant
    AÇÃO ENTRE AMIGOS (1998), Beto Brant – Beto Brant transforma o reencontro de quatro ex-guerrilheiros, 25 anos após o fim do regime militar, numa reflexão sobre a herança que o golpe de 1964 deixou para os brasileiros. Os quatro amigos, torturados durante a ditadura, descobrem que seu carrasco, o homem que matou a namorada de um deles, ainda está vivo –e decidem partir para um acerto de contas. O lendário pagador de promessas Leonardo Villar faz o torturador.
    http://filmesonlinetocadoscinefilosvideos.blogspot.com.br/2013/06/acao-entre-amigos-1998-direcao-beto.html

    18. Dois Córregos (1998), Carlos Reichenbach

    19. Barra 68 Sem Perder a Ternura (2001), Vladimir Carvalho.

    20. Cabra cega (2004), Toni Ventura
     CABRA CEGA (2005), Toni Venturi – Em seu melhor longa de ficção, Toni Venturi faz um retrato dos militantes que viviam confinados à espera do dia em que voltariam à luta armada. Leonardo Medeiros vive um guerrilheiro ferido, que se esconde no apartamento de um amigo, e que tem na personagem de Débora Duboc seu único elo com o mundo externo. Isolado, começa a enxergar inimigos por todos os lados. Belas interpretações da dupla de protagonistas

    21. Araguaya: a Conspiração do Silêncio (2004) Ronaldo Duque

    22. Quase dois irmãos (2004) Lúcia Murat
    http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-quase-dois-irmaos-nacional-online.html

    23. Memórias clandestinas (2004), Maria Thereza Azevedo

    24. Peões (2004), Eduardo Coutinho

    25. Memória política: Vera Silva Magalhães (2004), TV Câmara

    26. Tempo de resistência (2005), André Ristun

    27. Vlado: 30 anos depois (2005), João Batista de Andrade

    28. O ano em que meus pais saíram de férias (2006), Cao Hamburguer
     O ANO EM QUE MEUS PAIS SAIRAM DE FÉRIAS (2006), Cao Hamburger – Cao Hamburger, conhecido por seus trabalhos destinados ao público infantil, usa o olhar de uma criança como fio condutor para este delicado drama sobre os efeitos da ditadura dentro das famílias. Estamos no ano do tricampeonato mundial e o protagonista, um menino de doze anos apaixonado por futebol, é deixado pelos pais, militantes de esquerda, na casa do avô. Enquanto espera a volta deles, o garoto começa a perceber o mundo a sua volta.

    29. Zuzu Angel (2006), Sérgio Resende

    30. Hércules 56 (2006), Silvio Da-Rin

    31. Batismo de sangue (2007), Helvécio Ratton

    32. Brizola: Tempos de luta (2007), Tabajara Ruas

    33. Memória Para Uso Diário (2007), Beth Formaggini

    34. Caparaó (2007), Flavio Frederico

    35. Cidadão Boilesen (2009), Chaim Litewski

    36. Em teu nome (2009), Paulo Nascimento (Trailer)

    37. Perdão, Mister Fiel (2009) Jorge Oliveira (Trailer)

    38. Diário de uma busca (2011), Flávia Castro (trailer)

    39. Uma longa viagem (2011), Lucia Murat (Trailer)

    40. Dossiê Jango (2012), Paulo Henrique Fontenelle

    41. Marighella (2012), de Isa Grinspum Ferraz

    42. O dia que durou 21 anos (2012), Camilo Tavares

    43. Memórias do Chumbo – O Futebol nos Tempos do Condor: BRASIL (2012). Lúcio de Castro/ESPN

    44. Memórias do Chumbo – Argentina (2012). Lúcio de Castro/ESPN

    45. Memórias do Chumbo – Uruguai (2012), Lúcio de Castro/ESPN

    46. Memórias do Chumbo – Chile (2012), Lúcio de Castro/ESPN

    47. Cara ou coroa (2012), Ugo Giorgetti

    48. Repare bem (2012), Maria de Medeiros (Trailer)

    49. A memória que me contam (2012), de Lúcia Murat
    http://migre.me/hwmYm

    50. Em busca de Iara (2013), Carlos Frederico

    51. HOJE (2011), Tata Amaral – Os fantasmas da ditadura protagonizam este filme claustrofóbico de Tata Amaral. Denise Fraga interpreta uma mulher que acaba de comprar um apartamento com o dinheiro de uma indenização judicial. Cíclico, o filme revela aos poucos quem é a protagonista, por que ela recebeu o dinheiro e de onde veio a misteriosa figura que se esconde entre os cômodos daquele apartamento. Denise Fraga surpreende num papel dramático.

    52. TATUAGEM (2013), Hilton Lacerda – A estreia do roteirista Hilton Lacerda na direção é um libelo à liberdade e um manifesto anárquico contra a censura. Protagonizado por um grupo teatral do Recife, o filme contrapõe militares e artistas em plena ditadura militar, mas transforma os últimos nos verdadeiros soldados. Os soldados da mudança. Irandhir Santos, grande, interpreta o líder da trupe. Ele cai de amores pelo recruta vivido pelo estreante Jesuíta Barbosa, que fica encantado pelo modo de vida do grupo.

    53 Sala 1964: O Golpe [O GOLPE — 50 Anos Depois]
    https://www.youtube.com/watch?v=xJSEN1uRho0
    Uma tela com áudio mostra cronologicamente os eventos acontecidos nos dias anteriores e posteriores ao golpe em uma seqüência de loops.
    Criado a partir das imagens de arquivo dos filmes:
    “O Dia Que Durou 21 Anos” — Camilo Tavares
    “Jango” — Sílvio Tendler
    “Anos JK- Uma Trajetória Política” — Sílvio Tendler
    “Brasília, Uma Sinfonia” — Regina M. Rocha
    Arquivo Nacional
    Arquivo da Cinemateca

    54 Retrato falado de um guerrilheiro – Silvio Tendler
    https://www.youtube.com/watch?v=PyB2e4Pvs80
    Este conteúdo faz parte da videoteca do Centro Acadêmico Carlos Marighella, da UFF Campos

    55 Porta de Fogo – Edgard Navarro – 1982
    https://www.youtube.com/watch?v=lAInV5pGzI
    PORTA DE FOGO é um filme de curta metragem sobre a morte trágica do capitão-guerrilheiro Carlos Lamarca e de seu companheiro Zequinha no sertão da Bahia, em setembro de 1971. À luz da literatura de cordel, o filme inventa um encontro entre Lamarca e Lampião na derradeira hora. São dois capitães, dois guerreiros de valor marcados de diferentes formas pelo ódio à opressão e pelo amor à liberdade, levados a uma senda inglória pela força de um carisma feito de sangue. Numa celebração entre guerreiros que voltam às suas hostes, o cangaceiro vem preparar o guerrilheiro em meio ao delírio que antecede o transe final. Quando o cerco se fecha sobre aquele homem – acossado, faminto, doente – o tempo detém seu curso. O sol se parte, a terra treme, o visível se nega e a última batalha então se trava, metáfora de transcendência: uma fenda se abre no céu, entre os dois mundos

    56 Sonia Morta Viva – Sonia Angel Jones (Sérgio Weissmann) (katia macedo) 1985 50min
     

      1. Faltam links e resenhas

        Marcos, comecei a inserir as resenhas e os links mas nem sempre a qualidade do video era boa.

        Mesmo assim baixei mais de 150 videos e documentarios sobre o tema.

        Tem mais alguns. Os videos das Comissoes da Verdade são muito interessantes.

        CEV Ato solene dos 40 anos da queda de Salvador Allende

        CEV DEBATE – Entre a Luz e a Sombra

        Arquitetos do Poder (Vicente Ferraz e Alessandra Alde)

        Condor (Roberto Mader)

        Mártires Anônimos – Vala de Perus 20 anos em busca de respostas (Mainary Moura do Nascimento-Janaina Martins de Oliveira-Maria Aparecida Alves da Silva 2010)

        Vala Comum (Joao Godoy)

        CEV Vala Clandestina de Perus relatorio sobre as ossadas

        Vala Clandestina de Perus – Globo Repórter julho 1995

        Vala Perus Emmanuel (Livro – PDF)

        CEV Chacina da Lapa

        CEV Estrutura da repressao politica dirigida pelas ForcasArmadas

        CEV Sentenca da Corte Interamericana de Direitos Humanos

        Contos da Resistencia 8 capitulos (Getsemane Silva) (Videos)

        Os Advogados contra a Ditadura Por uma questao de Justica (Silvio Tendler)

        Eu me Lembro (Luiz Fernando Lobo)

        BRIZOLA – Tempos de Luta (Tabajara Ruas)

        Vocaciocal – 50 Anos – Daniel Ferraz – Jose Luis

        Vocacional – 50 Anos – Ana Elisa HD

        Vocacional – Sete vidas eu tivesse
        A experiência inovadora do ensino vocacional na rede pública de São Paulo nos anos 60, interrompida de modo brutal pelo regime militar em 1969. Documentário realizado pelos alunos da turma de 1963 do Ginásio Estadual Vocacional Osvaldo Aranha. Direção, roteiro e montagem: José Maurício de Oliveira.
         

        Prometo que vou organizar melhor o que eu tenho para depois postar aqui.

         

         

  3. Lembrei de mais um:

    Lembrei de mais um:

    – Osvaldão (2015): Fala sobre o Osvaldão que lutou na guerrilha do Araguaia. Extraordinário personagem da história brasileira.

  4. Um ótimo filme que nos faz entender a histórica violência

    policial utilizada indiscriminadamente durante a ditadura  .

    Você Também Pode Dar Um Presunto Legal . 

    (Documentário de Sérgio Muniz de realizado em 1970/1971, a fita ficou escondida em Cuba para preservar a obra e a vida dos atores)

    [video:https://youtu.be/RE8UvCUFGAk%5D

     

  5. Acervo
    Este post deveria ser preservado como acervo. Ou servir se base para um banco de dados com estas obras.

    Fonte importante de consulta.

    Pelo negrume da nuvem que se avizinha, pode vir a ser de grande importância para sensibilização e como ferramenta de resgate histórico.

    Creio que todos já perceberam que temos estado sob “censura branca” nos últimos meses. A consolidarem-se as posições no “tabuleiro”, pode se transformar e se materializar em procedimentos e práticas já conhecidas e não somente objetivando patrulhar e mapear, mas também calar.

    Blogs e jornalistas “não alinhados”, a meu ver, serão acompanhados de muito perto e estrangulados para sufocar focos de pensamento diverso. Brasilianas, Espaço Público, Palavras Cruzadas, Observatório, … Barbas de molho!!!

    Aproveito para agradecer o compartilhamento valioso e generoso dos comentaristas.

    Muitos dos filmes não conheço.

  6. O primeiro filme sobre a

    O primeiro filme sobre a ditadura foi O desafio, de Paulo Cesar Saraceni, de 1965. Lembro também A vida provisória, de Maurício Gomes Leite, de 1968 (sem cópias disponíveis) e também de 68: O bravo guerreiro, de Gustavo Dahl. Há também uma penca de filmes do “cinema marginal”, de Ozualdo Candeias Sganzerla e Bressane.

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