Peritos preparam exumação de João Goulart

Sugerido por MiriamL

Do G1

Peritos preparam exumação de Jango em cemitério de São Borja
 
Segurança é reforçada no local; operação será na manhã de quarta-feira. Restos mortais serão levados a Brasília para análise da perícia.
 
Na véspera da exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart em São Borja, município a 600 quilômetros de Porto Alegre, o cemitério da cidade amanheceu isolado e com segurança reforçada. Peritos chegaram ao local às 10h para preparar a operação, marcada para as 7h de quarta-feira (13). A exumação investigará a suspeita de que Jango tenha sido morto por envenenamento durante exílio na Argentina, em 1976.
 
“Estamos aqui depois de longos seis meses de trabalho. Ele não se iniciou hoje, mas também não acaba amanhã. Vai demorar um certo tempo porque serão feitas análises em laboratórios e também no exterior”, explicou ao G1 Amaury de Souza Júnior, chefe dos peritos que está coordenando a exumação. O perito explica que não há prazo para a conclusão da análise e ressalta que o resultado pode ser inconclusivo.Seguranças do município e a Brigada Militar isolam a área. O jazigo da família foi coberto por lonas para o trabalho dos peritos. Para a retirada dos restos mortais, na manhã de quarta-feira, haverá três tipos de acesso: um para os peritos, que ficarão em cima do túmulo. O segundo será para os familiares, que poderão acompanhar todo o processo. Autoridades também poderão observar a operação. A imprensa não foi liberada para entrar no cemitério.

 
Os peritos ainda não sabem em que condições estarão os restos mortais e o caixão de Jango. Se estiver em bom estado, a ossada será colocada em uma urna comprada especialmente para a operação. Se houver alguma deterioração, serão usadas caixas menores. Os restos mortais sairão do cemitério em um caminhão do Corpo de Bombeiros até o Aeródromo de São Borja.
 
As análises serão realizadas no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília. Amostras também serão enviadas a laboratórios estrangeiros. A previsão é que o corpo de Jango retorne ao Rio Grande do Sul em 5 de dezembro. Na ocasião, será recebido no Palácio Piratini, em Porto Alegre, pelo governador Tarso Genro. No dia seguinte, data que marca os 37 anos da morte do ex-presidente, será levado de volta a São Borja.De lá, os restos mortais seguem em um helicóptero da FAB até a Base Aérea de Santa Maria. Em seguida, o material vai para Brasília, onde é esperado até as 10h de quinta-feira. De acordo com a assessoria da assessoria da presidência, o corpo de Jango será recebido com honras de chefe de Estado. Os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso estão entre os convidados para a solenidade.
 
A força-tarefa para o procedimento de exumação envolve a SDH/PR, por meio da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, a Comissão Nacional da Verdade (CNV), o Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul (MPF-RS), o Departamento da Polícia Federal (DPF), além de contar com a supervisão do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e peritos internacionais da Argentina e Uruguai, sendo que há possibilidade de técnicos cubanos se integrarem aos trabalhos.
 
A Comissão Nacional da Verdade e o Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul decidiram exumar o corpo do ex-presidente João Goulart em maio deste ano, a pedido da família, que acredita que ele possa ter sido envenenado. Morto no exílio na Argentina em 1976, o laudo oficial afirma que ele sofreu um ataque cardíaco. Entretanto, há suspeitas de que ele tenha sido envenenado por uma cápsula colocada no frasco de medicamentos que tomava para combater problemas no coração. Para a família de Jango, ele teria sido assassinato em uma ação da Operação Condor, aliança entre as ditaduras militares da América do Sul nos anos 1970 para perseguir opositores dos regimes.
Redação

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  1. Operation Brother Sam

    [video:http://youtu.be/OWKnNo2jjkw%5D

    Diálogo, por telefone, entre o presidente Lyndon B. Johnson com o subsecretário de Estado George Ball, sobre o iminente golpe no Brasil.

    [video:http://youtu.be/CfJAnKUD3K0%5D

    “Se o Brasil for perdido, não será outra Cuba, mas outra China, em nosso hemisfério ocidental”,  disse Lyndon Johnson, apontando o risco iminente de o Brasil seguir Cuba em direção ao comunismo.

    [video:http://youtu.be/3G9gKQu77Ds%5D

    Em 1963, Goulart refundou o sistema presidencialista através de um referendo.

    Ele se tornou um presidente com plenos poderes e, durante seu governo, enfrentou  vários problemas estruturais, bem como disputas no contexto da Guerra Fria , que ajudaram a desestabilizar o seu governo.

    As reformas básicas, que visavam socializar os lucros das grandes empresas, no sentido de garantir uma melhor qualidade de vida para a maioria dos brasileiros, foram  rotuladas como uma “ameaça socialista” pelo setor militar e a sociedade direitista, que organizou a grande manifestação contra o governo na Marcha da Família com Deus pela Liberdade.

    O golpe militar submeteu o Brasil a um regime politicamente alinhado com os interesses do governo dos Estados Unidos.

    Este regime duraria até 1985, quando Tancredo Neves foi eleito indiretamente o primeiro presidente civil do Brasil desde as eleições de 1960.

    O embaixador dos EUA na época, Lincoln Gordon, e o adido militar , coronel Vernon A. Walters, manteve constante contatos com o presidente Lyndon B. Johnson para avaliar a progressão da crise.

    Johnson ordenou a tomada todas as providências para apoiar a derrubada de João Goulart e ajudar as autoridades militares brasileiras contra o governo ‘de esquerda’ de Jango.

    Os documentos desclassificados da ‘Operation Brother Sam’ revelaram as comunicações entre o embaixador Lincoln Gordon e o governo dos EUA que , prevendo uma guerra civil total, com a oportunidade de se livrar de um governo de esquerda no Brasil , autorizou o fornecimento de materiais logísticos e uma frota da marinha dos EUA, liderada por um porta-aviões, para apoiar o golpe contra Goulart.

    Estas munições incluíam, óleo de motor, gasolina comum e de aviação e outros equipamentos para ajudar em uma potencial guerra civil, que seria desencadeada em entre os petroleiros.

    Cerca de 110 toneladas de munição e gás CS (para conter multidões) foram preparadas  em Nova York para o potencial de transporte aéreo até Viracopos, em Campinas.

    O apoio amricano também foi disponibilizado através do envio do porta-aviões USS Forrestal e seis destróieres, sendo dois armados com mísseis teleguiados, que partiram para o Brasil sob o disfarce de exercício militar.

    A CIA e o embaixador Lincoln Gordon estavam envolvidos em ações de infiltrações secretas em comícios de rua e no incentivo de manifestações democráticas e anticomunistas entre os  membros do Congresso Nacional e das Forças Armadas, bem como, no trabalho de aproximação de grupos estudantis, da igreja católica e de homens de negócios, além de estar preparada para receber ‘solicitação de modestos fundos suplementares para outros programas de ação encoberta no futuro próximo”.

    Poucos dias depois do golpe, via cabo, Washington foi informada por agentes da CIA que “a mudança no governo criará um clima muito melhor para os investimentos estrangeiros”.

    ….

    Historiadores continuam impedidos de pesquisar os arquivos operacionais da CIA, classificados como confidenciais, e aprofundar a análise deste período negro da história do Brasil.

  2. Se Goulart foi invenenado os

    Se Goulart foi invenenado os autores só poderiam ser elementos da Forças Armadas Brasileiras. Essa exumanção serve então para desmoralizar, incriminar, atacar, demonizar as Forças Armadas brasileiras, que são parte do Estado, uma instituição central da propria estrutura do Estado e ator fundamental da formação do Pais, o Exercito foi

    o instrumento mais importante da propria construção da Republica em 1889, assim como do Estado Novo em 1937, da participação efetiva do Brasil na Segunda Guerra, na queda do Estado Novo em 1945, nas crises de 1954, 1955, 1061, 1964.

    Só um pais sem rumo ataca de forma tão grosseira a instituição formadora do Estado.

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