Silêncio total na ditadura: pelo Exército e pelo Estado de São Paulo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Desde que o comandante do Exército, o general Enzo Peri, impôs silêncio a todos os quartéis para não colaborarem com as Comissões da Verdade e com as investigações do Ministério Público Federal sobre as violências praticadas durante o regime militar, o sigilo foi estendido a uma ordem geral. A Defensoria Pública paralisou os trabalhos e a Polícia Técnico-Científica esconde documentos do IML (Instituto de Médico Legal).

“O governo do Estado não abre os arquivos do IML. Nós temos documentos de mortos e desaparecidos, copiados de laudos da polícia civil do IML e que agora não existem mais. Tem coisa mais grave que isso? Quer dizer, os documentos existiam, copiamos anos atrás, e agora nós não achamos nem na Polícia [Técnico-Científica], nem no arquivo”.

“E o pior é que tem outra péssima notícia. A Defensoria do Estado de São Paulo estava fazendo um trabalho maravilhoso de mudança dos atestados de óbito dos mortos e desaparecidos paulistas. Até isso parou. Até isso”, disse o deputado estadual Adriano Diogo, fundador e presidente da Comissão da Verdade do Estado Rubens Paiva, ao Jornal GGN.

Quando perguntado se considerava que a paralisação e a omissão eram reflexos da ordem de silêncio das Forças Armadas, Adriano Diogo respondeu: “Acredito, acredito, acredito. Infelizmente”.

Recentemente, Diogo foi recebido pelo Secretário de Segurança Fernando Grella, que afirmou apurar as suspeitas do deputado. No entanto, Diogo não dispunha de mais dados que permitissem uma busca nos arquivos do estado.

A ação da Defensoria Pública era para ser mesmo notória. Foi um acordo com a Comissão, o Ministério Público e a Justiça de São Paulo, em março deste ano, para modificar os registros que constavam outras explicações para as mortes, a fim de omitir a responsabilidade das Forças Armadas nos assassinatos.

Atestado de óbito retificado de Vladimir HerzogAs primeiras retificações ocorreram a pedido da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e determinadas pela Justiça. Os laudos de óbito do jornalista Vladimir Herzog e do estudante Alexandre Vannucchi já foram corrigidos, assim como do militante comunista João Batista Franco Drummond, após solicitação da família.

Os atestados originais de Herzog e de Vannucchi traziam a causa suicídio. O jornalista teve a modificação de sua morte registrada por “lesões de maus-tratos sofridos em dependência do II Exército – SP (Doi-Codi)”, em 1975, aos 38 anos. O estudante da USP e militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) também teve sua correção: “lesões decorrentes de tortura e maus-tratos”.

A boa notícia das mudanças nos laudos, que são registros da história do país, durou pouco.

A expectativa era que os 164 casos de mortos e desaparecidos políticos paulistas conquistassem a retificação. Entretanto, até o momento, apenas 5 ações de modificações foram propostas pela Defensoria.

Ainda que já se passaram seis meses desde que o acordo foi fechado, o órgão alega que houve pedido do Ministério Público para anexação de mais documentos para essas 5 ações. Os referidos arquivos foram juntados aos processos na semana passada, “diante da determinação judicial”, afirmou a Defensoria do Estado, em nota oficial.

“A Defensoria Pública de SP continua atuando nos processos referentes à mudança/retificação dos atestados de óbito dos mortos e desaparecidos durante a ditadura militar (…) e realiza a instrução de outros casos para que sejam propostas novas ações”, respondeu.

O órgão informou que “dada a relevância do assunto, os processos estão sendo acompanhados diretamente pelo Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos”.

A denúncia de que os documentos, laudos e exames do Instituto Médico Legal de São Paulo dos mortos pela ditadura desapareceram é ainda mais grave.

Tais registros não apenas são as únicas respostas e arquivos que familiares poderiam ter, como são indispensáveis para o avanço das investigações das quais as Comissões lutam para se chegar: “o Brasil começou a mudar, porque se parou de falar das vítimas para falar de quem produziu essas vítimas. E um dia nós vamos chegar à Justiça”, disse o deputado.

O Jornal GGN entrou em contato com a Superintendência da Polícia Técnico-Científica, que confirmou o envio de uma resposta. Mas até as 18 horas desta quinta-feira (11), não emitiram um posicionamento.

General Enzo PeriSegundo Adriano Diogo, tudo teve início com a exigência do comandante do Exército em 25 de fevereiro deste ano. O ofício do comando veio a público pelo subdiretor do Hospital Central do Exército (HCE), coronel Rogério Pedroti, que utilizou a carta para negar um pedido do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro.

No ofício, Enzo Peri determina que qualquer solicitação sobre as mortes e desaparecimentos durante o regime da ditadura deve ser respondida, exclusivamente, por seu gabinete, sem direito a palavra qualquer unidade militar, independente de onde vierem as demandas: pelo “poder Executivo (federal, estadual e municipal), Ministério Público, Defensoria Pública e missivistas que tenham relação ao período de 1964 e 1985”, diz o documento.

“Eu acho que a presidente da República devia demiti-lo [o general] por incitar a indisciplina, a rebeldia e o ocultamento dos cadáveres em plena época da Comissão da Verdade. Eu acho que ele a afrontou [a presidente], e todo o povo brasileiro”, afirmou o fundador da Comissão Rubens Paiva.

“[Tudo está] relacionado com a frase do ministro do Exército: cale-se tudo. Os [militares] da ativa ou da reserva, ‘só eu falo pelas Forças Armadas’”, concluiu Adriano.

Pedido do MPF-RJ à Procuradoria-Geral sobre ação contra Enzo PeriNo final de agosto, o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro sinalizou que iria pedir à Procuradoria Geral da República     que ingressasse com representação contra Enzo Peri, o que veio a se concretizar na última semana.

Leia também: MPF pede investigação de General Enzo Peri por sonegar informações

Além do ofício, os procuradores denunciam que o Exército tem prestado “informações falsas ou incompletas” sobre o histórico funcional de militares durante a ditadura, e suspeitam de crime de falsidade ideológica, sonegando folha de alterações do general Jose Antonio Nogueira Belham, acusado de homicídio e ocultação de cadáver do ex-deputado Rubens Paiva.

Outro aval para a forma como as Forças Armadas tem se posicionado foi o relatório do Exército, Marinha e Aeronáutica, depois de uma investigação interna solicitada pela Comissão Nacional da Verdade, concluindo que não houve desvio de finalidade no uso das instalações militares, negando as práticas de tortura e graves violações de direitos humanos.

Desde então, militares têm faltado às convocações das Comissões, justificando com atestados médicos, encaminhando respostas hostis, e aqueles que compareceram mantiveram-se em silêncio.

Entenda: Forças Armadas estimularam resistência de depoimentos, diz coordenador da CNV

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

22 Comentários

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  1. o conhecimento das ruínas do

    o conhecimento das ruínas do passado

    para que as conheçamos

    amplamente e

    possamos então

    transformar o presente e o futuro,

    parece que vai pro beleléu, com

    essa recusa da realidade da época

    para que

    pudessemos chegar à verdade.

     

    perguntar não ofende?

    por que será que justamente 

    em são paulo tudo se atravanca

    impedindo de  desvendarmos o tal golpe cívico-militar?

    será que o cívico é mais poderoso que o militar?

    ao contrário?

    ou ambos estão  consorciados até hoje e poderíamos chamar isso de

    entulho autoritário?

  2. Herança

    “E o pior é que tem outra péssima notícia…. 

    Para mim o pior da história é que os repressores e golpistas treinaram e foram professores e chefes de todos os militares e polícias que vieram nos anos seguintes. Assim eles se perpetuam.

    A cultura que prevalece nesses meios é a mesma desde aqueles tempos. As excessões são poucas.

    Por vezes eu vejo os jovens treinandos da PM correndo nas praias. Eles tem a prática de cantar enquanto correm. Os versos são “lavagem cerebral” com viés reacionário. Isso em público, imagino intramuros.   

  3. É inacreditável querer que o

    É inacreditável querer que o governo paulisra toque nesse assunto agora.

           Daqui menos de 25 dias,Geraldo comenta.

                E espera que Lula aerrume outro  poste apagado pra governador de SP;

                Esse,Padolha,a lâmpada queimou;

    i

  4. Como a Argentina “homenageia” seus torturadores:
     ComentarA+A-Linkedin0Facebook99Google+4Twitter33ImprimirE-mail

    Videla “desapareceu” o próprio filho (defunto ditador conta com efeméride própria, o 2 de agosto, dia do ‘Filho da P…’ De bônus track, Shakespeare e Keiser)

    ARIEL PALACIOS

    Domingo 23/03/14

     

    Em 2011 a revista satírica argentina “Barcelona” lançou a iniciativa de declarar o dia 2 de agosto como o “Dia do filho da puta”. A efeméride pretendia honrar o ex-ditador e general Jorge Rafael Videla (nascido em 1925 nesse dia), considerado pelos jornalistas da redação da publicação como emblema dos filhos da p.. da Argentina. […]

    Em 2011 a revista satírica argentina “Barcelona” lançou a iniciativa de declarar o dia 2 de agosto como o “Dia do filho da puta”.

    A efeméride pretendia honrar o ex-ditador e general Jorge Rafael Videla (nascido em 1925 nesse dia), considerado pelos jornalistas da redação da publicação como emblema dos filhos da p.. da Argentina.

    No twitter o hashtag #DiaDelHijoDePuta faz grande sucesso nessa época do ano durante as convocações na web para festejar o dia, com declarações de “feliz dia do filho da p…” a parentes, chefes, empresários, políticos, entre outros.

    Videla morreu no dia 17 de maio passado, sentado em seu vaso sanitário da cela da prisão de Marcos Paz, onde cumpria prisão perpétua pelo seqüestro, tortura e assassinato de civis.

    Nesta 2afeira, dia 24 de março, completam-se 38 anos do golpe militar protagonizado pelo general Videla.

      .

    Família Videla escondeu durante décadas a existência de um filho com problemas mentais. O ditador permitiu o assassinato das freiras que ajudaram o menino Alejandro Eugenio Videla. Quando esta foto foi feita para a revista “Parati” Alejandro Videla não existia mais. E se existisse, não estaria nela.

    O ex-ditador Jorge Rafael Videla permitiu a morte das freiras que haviam criado um filho seu que padecia problemas mentais. As freiras, assassinadas na Escola de Mecânica da Armada (Esma) em 1977, haviam tomado conta de Alejandro Videla, que nasceu em 1951 com elevado grau de problemas. Aos doze anos o garoto – uma década e meia antes de Videla transformar-se ditador – foi confinado em um lar religioso por ordem de seu pai, que padecia profunda vergonha de ter um filho com essa condição.

    Alejandro morreu no dia 1 de junho de 1971 por causa de um edema pulmonar gerado por insuficiência cardíaca. Tinha apenas 19 anos.

    Enquanto Alejandro esteve vivo os Videla jamais admitiram a existência dessa criança em público.

    Em 2005 Jean-Pierre Lhande, presidente da Associação de Parentes e Amigos dos Desaparecidos Franceses, não teve papas na língua ao referir-se ao caso: “a Congregação das Irmãs das Missões Estrangeiras, que foi criada na França por uma freira argentina, a Madre Dolores, criou o filho com problemas mentais de Videla. E ele era presidente quando as freiras desapareceram e mesmo assim, não fez absolutamente nada. Estas freiras criaram seu filho em Castelar(província de Buenos Aires) durante anos!”.

    A existência de Alejandro tornou-se pública quando os jornalistas María Seone e Vicente Muleiro detalharam sua história em “O Ditador”, a primeira biografia sobre Videla.

    Segundo os autores, as duas freiras haviam sido “amáveis, piedosas e solidárias com essa desgraça familiar dos Videla”. Além disso, as dedicadas freiras esforçaram-se em ensinar Alejandro a ler com o método Blequer, para crianças com baixo coeficiente mental.

    As freiras eram as francesas Léonnie Duquet e Alice Domon. Duquet foi seqüestrada em dezembro de 1977 por um comando liderado pelo então tenente (e posteriormente capitão) Alfredo Astiz, conhecido como “o anjo loiro” ou “o anjo da morte”.

    As duas freiras francesas na pista do aeroporto de Ezeiza no início dos anos 70.

    Astiz torturou Duquet com choques elétricos, especialmente nos genitais. O crime da freira, segundo os militares, era o de ajudar favelados e participar de grupos de defesa dos Direitos Humanos. Depois de uma semana de ter sido torturada nua sobre uma cama, Duquet, de 61 anos, foi jogada desde um avião sobre o Rio da Prata.

    Videla soube da detenção das freiras enquanto elas ainda estavam presas na Escola de Mecânica da Armada (ESMA), o maior centro de detenção e torturas da ditadura argentina.

    No entanto, segundo relatos, não se incomodou quando soube que as mulheres que haviam tomado conta de seu filho estavam sendo torturadas e corriam risco de vida. Ele só mostrou perturbação quando soube que a detenção das freiras já era de conhecimento do jornalismo internacional. Nesse momento, exclamou, referindo-se aos militares que as haviam seqüestrado serem discretos: “além de animais, são ineptos”.

    Na época da revelação da existência de Alejandro, a esposa do ex-general, Raquel Hartridge de Videla, declarou que nunca havia tido um filho com problemas mentais.

    Alejandro, que sofria de oligofrenia e epilepsia, escondido do resto da sociedade e dos amigos da família, morreu de forma anônima, abandonado pela família.

    Acima, o anúncio da Revista Barcelona promovendo o dia de homenagem a Videla. E aqui embaixo, manifestação em Madri na qual uma trabalhadora do sexo indica que discorda do epíteto mundial exclamado quando alguém quer criticar um homem do poder pelas vias maternas.

    DESAPARECIDOS

    – Durante a Ditadura, militares e policiais argentinos assassinaram ao redor de 30 mil civis (segundo organismos de defesa dos Direitos Humanos argentinos e organizações internacionais), a maioria dos quais sem militância na guerrilha.

    A Comissão Nacional de Pessoas Desaparecidas (Conadep) reuniu o registro de 9 mil denúncias de pessoas desaparecidas.

    – Os militares afirmam que assassinaram “somente” 8 mil civis (segundo declarações dos ex-ditadores Reynaldo Bignone e Jorge Rafael Videla)

    – Segundo os militares, a guerrilha e grupos terroristas assassinaram 900 pessoas, a maioria dos quais militares e policiais.

    BEBÊS

    – Durante a Ditadura 500 bebês foram sequestrados, filhos das desaparecidas (segundo dados das Avós da Praça de Mayo)

    – 109 crianças desaparecidas foram recuperadas ou identificadas por suas famílias biológicas.

    FRACASSOS ECONÔMICOS E MILITARES

    Além de ter sido a mais sanguinária Ditadura foi um fracasso tanto na área militar como na esfera econômica.

    Fiascos Militares:

    – Entre 1976 e 1978 a Ditadura colocou quase a totalidade das Forças Armadas para perseguir uma guerrilha que já estava praticamente desmantelada desde antes do golpe, em 1975. Analistas militares destacam que este desvio das Forças Armadas argentinas (que havia iniciado no final dos anos 60 mas intensificou-se a partir do golpe) reduziu drasticamente o profissionalismo dos militares.

    – Em 1978, a Junta Militar argentina levou o país a uma escalada armamentista contra o Chile. Em dezembro daquele ano, a invasão argentina do território chileno foi detida graças à intermediação papal. O custo da corrida armamentista colocou o país em graves problemas financeiros.

    – Em 1982, perante uma crise social, perda de sustentabilidade política e problemas econômicos, o então ditador Leopoldo Fortunato Galtieri decidiu invadir as ilhas Malvinas para distrair a atenção da população. Resultado: após um breve período de combate, os oficiais do ditador renderam-se às tropas britânicas.

    Desastres econômicos:

    – Em sete anos de Ditadura, a dívida externa subiu de US$ 8 bilhões para US$ 45 bilhões.

    – A inflação do governo civil derrubado pela Ditadura, que era considerada um índice “absurdo alto” pelos militares havia sido de 182% anual. Mas, este índice foi superado pela política econômica caótica da Ditadura, que encerrou sua administração com 343% anual.

    – A pobreza disparou de 5% da população argentina para 28%

    – A participação da indústria no PIB caiu de 37,5% para 25%, o que equivaleu a um retrocesso dos níveis dos anos 60.

    – Além disso, a Ditadura criou uma ciranda financeira, conhecida como “la plata dulce”, ou, “o doce dinheiro”.

    – Ao mesmo tempo em que tomavam medidas neoliberais, como a abertura irrestrita das importações, os militares continuavam mantendo imensas estruturas nas empresas estatais, que transformaram-se em cabides de emprego de generais, coronéis e seus parentes.

    – Os militares também estatizaram US$ 15 bilhões de dívidas das principais empresas privadas do país (além das filiais argentinas de empresas estrangeiras).

    – No meio desse caos econômico, os militares provocaram um déficit fiscal de 15% do PIB.

    – A repressão provocou um êxodo de centenas de milhares de profissionais do país. Os militares, em cargos burocráticos, exacerbaram a corrupção na máquina estatal.

     Na política externa a Ditadura também mostrou um comportamento peculiar:

    – Acreditou que os EUA ficariam de seu lado na Guerra das Malvinas, já que a Ditadura havia sido um bastião anticomunista na América do Sul e até havia colaborado na guerrilha dos ‘contras’ na América Central. Os militares argentinos não levaram em conta que pesaria mais a velha aliança EUA-Grã Bretanha por motivos históricos e pela participação na OTAN.

    – A Ditadura tinha um discurso anticomunista mas continuou vendendo trigo para a URSS e não aderiu ao boicote americano contra as Olimpíadas de Moscou em 1980.

    FILHO DE P…, SHAKESPEARE E ÓPERA

    Alguns dicionários europeus citam a expressão “filho da p…” no século 17. Aliás, aparece em “Rei Lear”, de William Shakespeare, em 1605 E o bardo de Stratfor-on-Avon usa mesma expressão duas vezes em um parágrafo. Mas, por uma questão de edição e elegância, para não repetir o termo clássico, usa um substituto. Isso ocorre na parte da peça quando o personagem Osvald pergunta ao Duque de Kent o que acha dele.

    E o duque responde: “Um canalha, um patife, um comedor de restos; um velhaco arrogante, estúpido, indigente, que tem apenas três roupas e meias fedorentas, umfilho da puta covarde, sem sangue no fígado, que foge da luta e se queixa à justiça, trapaceiro afeminado e sabujo. Um escravo que herdou apenas um baú, que presta serviço numa alcova, um alcoviteiro; no fim, uma mistura de canalha, mendigo, covarde, rufião, filho e herdeiro de uma cadela bastarda a quem eu espancarei até que estoure em berros, se negar a menor sílaba do que eu disse agora”.

    Além dos clássicos da literatura, a expressão em alemão, “Hurensohn”, já aparecia em 1710 na ópera “Croesus”, de Reinhard Keiser.

    Alguns especialistas sustentam que o insulto perdeu sua força nos últimos anos em todo o mundo, devido a seu intensivo uso cotidiano. Inclusive, porque ocasionalmente ele é usado como elogio.

    Isso já acontecia no século 16, quando Miguel de Cervantes, em seu livro “O Quixote”, coloca na boca de seu personagem Sancho Pança uma explicação na qual indica que, eventualmente, a expressão não é um xingamento, mas sim um elogio.

    Mas, vários lingüistas consideram que o uso desse clássico das injúrias mantém seu poder. O que importa nesse impropério, ressaltam, é o tom com o qual é pronunciada. O lingüista espanhol Guillermo Sheridan sustenta que é um insulto que tem várias vias:

    a) Insulta-se o adversário por ser “filho” da supracitada…Mas, por metonímia, insulta-se a mãe, por motivos óbvios, e o pai, já que está casado com essa profissional. 

    b) É um insulto que implica em continuidade no tempo, já que o filho da supracitada profissional foi ao nascer, continua sendo no presente e continuará sendo no futuro.

    E voltando ao idioma espanhol: a pressa do mundo moderno fez que em vários países hispano-falantes a expressão original tenha se contraído, em algo que soa como “Jópú”.

     

     

  5. O problema não é o

    O problema não é o cometimento de crimes contra direitos humanos, a questão é IDEOLOGICA, é a luta da ESQUERDA contra a DIREITA. Os crimes desse tipo só são cometidos pela DIREITA, pela ESQUERDA jamais. Não há crime contra direitos humanos em Cuba, na Venezuela, na Bolivia, paises ALIADOS da esquerda brasileira.

    Os conceitos para processar lideres politicos e militares associados a Direita veio do Tribunal de Nuremberg, que definiu crimes contra a humanidade, nesse Tribunal era um dos quatro juizes o procurador geral da União Sovietica Roman Rudenko, o mesmo que mandou à morte por execução com um tiro na nuca 10.249 companheiros da Revolução por pretensa “deslealdade” com Stalin nos expurgos de 1938.  Rudenko foi o maior algoz das condenações em Nuremberg contra os nazistas, era implacavel como acusador pediu a pena de morte para toso os acusados nazistas,

    que cometerem crimes contra a humanidade, tipificação do qual escaparam 100% dos carrascos sovieticos que mataram tanto ou mais que os nazistas. De lá para cá ficou claro e estabelecido para todos os esquemas de propaganda MOVIMENTADOS PELA ESQUERDA em todos os paises:  CRIMES CONTRA A HUMANIDADE SÃO AQUELES COMETIDOS PELA DIREITA. Na esquerda não há e nunca houve esse tipo de crime, nem de Pol Pot, que matou 25% da população de seu pais, MAS ERA DOS NOSSOS, ninguem da esquerda reclamou, agora na Venezuela há muitos mortos, centenas de presos, jornais fechando, mas está tudo bem , afinal são companheiros queridos, não é mesmo?

      1. Não tem chilique nenhum, fico

        Não tem chilique nenhum, fico pasmo em ver a frivolidade, a ligeireza, o descaso com que um Pais dos maiores do mundo, que foi formado literalmente pelas suas forças armadas, atores CENTRAIS da Historia do Pais há 400 anos, trata dessa Instituição fundamental para a propria existencia do Pais, falam do Exercito como se fala de um time de futebol, com um total desrespeito e desconhecimento, o objetivo de todos esses movimentos, Comissão da verdade inclusive, é liquidar com qualquer importancia da Forças Armadas porqu elas são a Instituição que impede a transformação do Pais numa Venezuela, ninguem está minimaente se importando com a familia do Rubens Paiva, o objetivo desse turma é POLITICO para hoje e para o futuro, ninguem está nem ai para um levantamento do passado, eles querem é o PRESENTE.

    1. Desculpe, Motta Araújo, mas

      Desculpe, Motta Araújo, mas estás tergiversando. O foco é um processo historicamente determinado no NOSSO PAÍS, não na URSS, Cambodja, Cuba, ou seja onde for. Fiz questão desse “historicamente determinado” para deixar bem claro que se refere a uma conjuntura específica na qual a esquerda era anti-hegemônica. Mas nada impede que o contrário fosse também possível. Nesse ponto sou obrigado a concordar contigo no que tange o fato de que independe da posição no espectro ideológico o desrespeito aos princípios basilares da dignidade humana. 

      Entretanto, essa constatação factual não pode servir de desculpa para que não se investigue, e se for o caso, se puna, quem cometeu crimes contra a humanidade. Crimes que não possuem, nem nunca poderão possuir, cores ideológicas. 

       

       

    1. Você é um fanfarrão. O que

      Você é um fanfarrão. O que faz aqui mesmo? Vive pra trolar? Ô postura asquerosa!

      Suas provocações valem muito pouco, pouco demais.

      Não há um triz de racionalidade, apenas bravatas totalmente hipócritas.

      Filas de rancor e estereótipos.

      Que mais? Vá pro raio que o parta!

    2. Satisfeito com o quê?

       

      De ocultar documentos para omitir a verdade? De colocar a mordaça na boca dos novos oficiais? Onde esconder a verdade é motivos de orgulho? Se não tem nada do que se envergonhar, porque esconder ou sumir com documentos para não deixar a verdade vir à tona?

      Os novos oficiais que orgulham as forças armadas e amam a democracia, devem estar consternados, mas pelo princípio do respeito a hierárquia se calam e obedem, aos “Jurássicos” que quem esconder a verdade. Deve ser muito amargo ter que acatar as ordens desses “Jurássicos”.

  6. como não temos(?) uma definição única…

    para obrigação, por exemplo

    cada um tem a sua para respeito, autoridade, obediência, justiça, democracia, governo, e por aí vai

    aos conceitos de atentado, por exemplo, poderíamos incluir à informação

  7. UAI ! A ditadura não acabou

    UAI ! A ditadura não acabou ainda ? Eles se acham superiores a todos os poderes, a todas as demais pessoas e classes?

    UAI ! Será que estamos em 1968 e eu não tinha percebido.

    Será?

  8. 46 anos

      General Enzo Peri, 46 anos de Exercito ( AMAN 1962 ), sempre na Engenharia, nunca em sua carreira envolvido, sequer citado, como um dos participes da “guerra suja” dos anos 60/80, um profissional engenheiro – militar, com uma ótima carreira, sem máculas, nomeado ao posto mais alto da carreira por sua eficiência, jogou estes 46 anos de relevantes serviços prestados a Nação, na “lata do lixo”, ao proteger torturadores, releva-los a apenas participes de ações momentaneas, meros comandados, o Senhor General-Engenheiro, colocou-se ao mesmo nivel deles, suas “4 estrelas bordadas, encimadas pelo Brasão da Republica”, não valem mais, o Sr. decresceu – impediu-se – tomou atitude de um sargentinho – manchou sua biografia, desonrou-se, e pior: um oportunista. Por que ?

        Em um país sério, mesmo em época eleitoral, a atual C-in-C das FFAA ( Sra. Rousseff), ou mesmo o MDefesa, a partir do momento de sua “ordem”, deveriam te-lo demitido do cargo, lhe encaminhado a reserva, pois ao afrontar ao poder civil, os MPs da vida ( os quais não gosto pela pirotecnia), o Sr. General, rompeu a cadeia de comando, insubordinou-se – deveria hj. já estar jogando dominó e/ou tranca, nos regabofes do Clube MIlitar/RJ.

         General, sua atitude, seu desvario, não defendem o Exército ou as FFAA, as prejudicam bastante, pois mesmo hj. quando até no brasilianas.org, foi realizado um debate sobre a nossa BID, inclusive com o mapeammento de nossa BID pelo MD/IPEA, assuntos importantes para a Nação, apenas comentam sobre suas interferencias politico-passadas, creio que o Sr. foi usado, um peão de gambito.

  9. Sei que o Nassif não vai

    Sei que o Nassif não vai publicar, mas vamos lá:

    ENTENDERAM O POR QUE NÃO SE CONSEGUE MUDAR NADA PACIFICAMENTE?

    Esses aí de fardas e armas nas mão acham que são nossos senhores…

     

  10. Quem tem medo da verdade? Quem quer esconder documentos?

    Pior que esses generais “Jurássicos” não representam as forças armadas que a Democracia tanto aprecia e se orgulha. Eles “Jurássicos” determinam aos novos oficiais democraticos e que HONRAM AS FORÇAS ARMADAS que se silênciem, postos que esses novos e honrados militares obedecem os “Jurássicos”, não porque acreditam que omitir a verdade ajude as forças armadas, pois tenho certeza, de que a maioria dos novos oficiais entendem que a mentira e a omissão mancha a Honra e a Glória de nossas forças armadas, mas obedecem as ordens dos Jurássicos, pelo princípio da subordinação e respeito a hierárquia que são tão caros dentro das forças armadas. Uma pena, uma tragédia e uma mancha que os “Jurássicos” amantss da MENTIRA, impões as novos oficiais que honram as forças armadas e amam a democracia, pois estes jamais teriam medo da verdade.

  11. Nunca vi o pessoal deste blog
    Nunca vi o pessoal deste blog boiar tanto.

    A notícia diz que o Governo CIVIL de São Paulo, ou seja , o psdb deixou de colaborar.

    Ninguém ainda se.deu conta… Só falam de generais.

    Vai boiar assim na pqp.

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