Duelo Desigual

Novas filmagens do ataque à Charlie Hebdo mostram fragilidade da polícia francesa diante dos fusis de assalto de uso militar dos terroristas. O armamento padrão da polícia francesa é a pistola Sig Sauer SP 2022. Uma arma que dispara balas de 9mm, totalmente incapaz e conter uma arma de assalto desenhada ´para uso militar.

 

                                                                                                                                                                                                                                                       Por Sergio da Motta e Albuquerque

 

O novo vídeo (13/1) do ataque à revista Charlie Hebdo mostra uma clara inadequação do armamento da polícia francesa para o combate a terroristas ou outros grupos bem armados, como traficantes de drogas. A cena é impressionante: em sua reta de fuga, o carro dos assassinos encontra pela frente, alguns instantes passados, uma viatura da polícia que aparece e barra o caminho dos criminosos.

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Os dois irmãos saíram do carro como quem veio preparado para repelir qualquer investida da policia francesa: usando as portas abertas como escudos, os dois dispararam rajadas de kalashnikov. Que é um velho e poderoso fuzil militar de assalto originário da antiga União Soviética. Expalhou-se pelo chamado terceiro mundo graças ao incentivo soviético aos “exércitos de libertação nacional, que dominaram a insurgência anti-colonialista em África e outra parte do globo.

A policia francesa é equipada por padrão, com a pistola SigSauer SP 2022 (quem informa é a Livraria do Congresso dos Estados Unidos). Os policiais, diante de tamanho poder de fogo, recuaram em velocidade para não serem mortos ali mesmo. Os assassinos abriram seu caminho à bala, em uma das maiores cidades do planeta, com uma desenvoltura que assustou muita gente na imprensa e público.

A fuga espetacular dos dois matadores de cartunistas não seria possível no Brasil ou alguns outros países.  Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, fuzil de assalto (FAL e Para-FAL), é equipamento padrão da polícia militar. Assim como várias carabinas e rifles de alto poder de fogo. Se não fosse deste modo, o tráfico já teria tomado conta da cidade. Nós, cariocas, temos um problema muito grande com violência urbana e o tráfico de drogas. Os franceses e outros europeus vivem um grande drama com o terrorismo.

A imprensa mundial inteira comenta a polícia do Rio de Janeiro, terra do Bope, o temido batalhão matador da corporação. Que foi criado para acudir policiais cercados em favelas da cidade. Para fazê-lo aprenderam a tomar de assalto posições defendidas por armamento militar situadas em acrópole. Em ladeiras e ‘subidas’ escuras guardadas por soldados do tráfico.

A filmagem exibida em vários canais da mídia mostrou uma tremenda inadequação da polícia francesa em todos os níveis. Em primeiro lugar, o local da revista deveria ser vigiado por alguma unidade especial de emergência. Vivemos em um mundo onde a policia precisa de polícia. E a Charlie Hebdo é alvo da Al-Qaeda. A falta de integração entre a polícia local e as forças de intervenção urbanas foi fatal para a revista.

Os franceses precisam descer de seu pedestal de “nação civilizadora” e reconhecer que tem um problema. Um grande problema. Mesmo com a troca do armamento e o reforço nas ruas, ataques vão acontecer. Se a polícia francesa não mudar seu equipamento já, não terá como se defender do armamento pesado do terror.

Redação

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