A Codemig torna-se agência de fomento à inovação

Jornal GGN – Um dos desafios dos modelos de inovação é facilitar o caminho da pesquisa acadêmica para o mercado, especialmente no setor de startups de cunho tecnológico.

A última palavra, adotada pelos bancos Itaú e Bradesco em São Paulo, é uma variação das antigas incubadoras de empresa. Agora, são incubadoras verticalizadas, abrigadas em prédios em áreas centrais, permitindo a convivência e troca de experiências entre os incubados. Seguem o modelo vitorioso do Porto Digital, de Recife.

Esse modelo está sendo adotado em Minas Gerais para que a Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais) possa atuar de duas maneiras: uma, com intervenção urbana relevante, recuperando o centro velho de Belo Horizonte com a restauração da sede do antigo Banco Mineiro da Produção, projetada por Oscar Niemayer; e a principal, redirecionar seu orçamento para a promoção da economia criativa no estado.

A Codemig gerencia os royalties do nióbio de Araxá. De 2003, data de sua criação, a 2014 atuou apenas como braço de obras públicas do Estado, sem preocupação com fomento econômico. Fernando Pimentel, governador do Estado, decidiu transformá-la em fomentadora do investimento e trouxe para comandá-la Marco Antônio Castello Branco, executivo com ampla experiência no setor privado. Foi presidente da  Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A., da Vallourec & Mannesmann (V&M) do Brasil, da V&M France S.A.S. (Boulogne-Billancourt, França) e da V&M Deutschland (Düsseldorf, Alemanha).

Na opinião de Castello Branco, com um pouco de estímulo a capacidade criativa da UFMG fará a diferença. Há áreas de excelência em nanotecnologia.

A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) desenvolveu boa competência tanto na área de novos materiais quanto de aparelhos de medição em saúde.

Nos levantamentos das potencialidades do estado, foram identificadas 132 iniciativas nas áreas de biotecnologia e instrumentos de diagnóstico, pesquisas que não conseguem entrar na indústria por dificuldades de formalização.

O modelo adotado levou em conta a tendência das grandes corporações, de buscarem talentos em ambientes abertos, fora da claustrofobia dos escritórios tradicionais, para permitir a conexão com diferentes tipos de ambientes, explica Castello Branco

Foi o caso da Airbus, que pegou o pessoal que trabalhava no desenvolvimento de novos produtos e processos e fomentou a criação de spinoffs em campus universitários, para não ficar contaminado pela hierarquia dos ambientes corporativos.

A recuperação arquitetônica da sede do Banco contemplou a requalificação para ligá-la à economia criativa. Foi aberta concorrência para a obra. Para não ficar aguardando o final, foi iniciada a fase 1 com o aluguel de 1.800 m2 na avenida Afonso Pena para dar início ao projeto.

Serão aceitas não apenas startups, mas empresas médias e emergentes.

Na semana passada foi inaugurada a primeira etapa, com cinco empresas hospedadas, 130 estações de trabalho em ambiente compartilhado e salas criativas, infraestrutura de suporte, auditório, sala de videoconferência e impressoras 3D.

A base tecnológica será dada pela Agência de Desenvolvimento da Economia Criativa, instituição privada sem fins lucrativos, pela Fundação João Pinheiro, Secretaria de Ciência e Tecnologia.

Para o apoio foi escolhido o modelo de fundos de investimento, de biotecnologia e outro aeroespacial e de defesa. O modelo de fundos foi escolhido devido à gestão profissionalizada, que seleciona gestores que entram com equity, trazendo recursos de fora.

Luis Nassif

2 Comentários

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  1. comparando

    É SÓ PESQUISAR. 
    Inflação: 
    1951/1955 governo Vargas: 69% médio ano = 17%;
    1956/1960 governo Juscelino: 81% médio ano = 16%;
    1961/1963 governo João Goulart: 177% médio ano 59%;
    1964/1984 governo ditadura militar: 1323% médio ano 66,15%;
    1985/1990 governo PMDB José Sarnei: 4610% médio ano 768%;
    1991/1994 governo PMN/PMDB Collor/Itamar: 5031% médio ano 1257%;
    1995/2002 governo PSDB FHC: 73% médio ano 9,2%;
    2003/2010 governo PT LULA: 46% médio ano 5,79%;
    2011/2014 governo PT Dilma: 24,66% médio ano 6,16%.
    Melhor média presidente: LULA
    Segunda melhor média presidente: DILMA.
    Melhor média partido PT. 
    Melhor período desenvolvimentista: PT – LULA/DILMA. 
    Melhor momento social do Brasil em todos os tempos: PT = LULA DILMA.

  2. Sinceramente

    Gostaria de ler um pouco mais sobre o Sr. Castello Branco enquanto presidente da Usiminas. Já escutei casos escabrosos.

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