A ata do Copom

Do Guia Financeiro

 

COPOM 01: Cenário externo volta a piorar

Com isso, preço de commoditites e de ativos apresentam mudança 

O quadro para a inflação brasileira apresentou piora desde a reunião do Banco Central realizada em abril, ao mesmo tempo em que as indicações para o cenário internacional apresentaram relativa piora. A afirmação consta da ata referente a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) – na ocasião, o colegiado decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual pela segunda vez consecutiva, chegando a 10,25% ao ano.

“O período desde a reunião anterior do Copom foi marcado por deterioração no processo de normalização da atividade nos mercados financeiros internacionais, após a intensificação dos efeitos da crise fiscal em países da Europa, com reflexos na volatilidade dos preços dos ativos”, afirma a autoridade monetária.

“Aparentemente, a percepção de risco sistêmico ressurgiu, alimentada pela visão de que haveria interdependência entre uma eventual consolidação fiscal nas economias que se defrontam com dificuldades nessa área e os balanços de instituições financeiras. Porém, até o momento, a possibilidade de materialização de um cenário de estresse parece limitada, mas, de qualquer maneira, houve certa moderação na demanda por ativos de risco nos mercados financeiros internacionais”. A preocupação quanto a dívida soberana de países europeus também ampliou a aversão ao risco, reduzindo a liquidez dos mercados.

Em linha com esse cenário, os preços de algumas commodities e de ativos brasileiros recuaram. Em outra frente, a trajetória dos indicadores de preços evidencia pressões inflacionárias em economias relevantes. “Nessa conjuntura, a influência do cenário internacional sobre o comportamento da inflação doméstica se revela mais ambígua, conquanto persista incerteza sobre o comportamento de preços de ativos e de commodities em contexto de piora das condições financeiras internacionais”, ressalta o documento.

Na visão do colegiado, esse cenário pode se deteriorar a depender da dinâmica que tomar o quadro de desconfiança dos participantes de mercado em relação à solvência de algumas economias européias, mas, por outro lado, esse não é o cenário central com que as autoridades trabalham. “Independentemente de como evoluírem esses aspectos da conjuntura internacional, o Comitê reafirma sua visão de que o principal desafio da política monetária é garantir que os resultados favoráveis obtidos nos últimos anos sejam preservados”, ressalta o documento. 

Tatiane Correia

Luis Nassif

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