A chegada da Amazon no Brasil

Posso estar enganado, mas acho que passou completamente batido por aqui o anúncio de que a Amazon vai iniciar operações aqui no Brasil no final do ano. Li primeiro no Gizmodo, mas a fonte original foi o jornal Brasil Econômico:

Amazon chega ao Brasil em setembro. Como ela pode dar certo por aqui?

Brasil Econômico cravou hoje a data de lançamento da operação nacional da Amazon: primeiro de setembro de 2012. Hora de comemorar a iminente chegada da maior varejista online do mundo, mas é preciso analisar bem o que a empresa quer fazer por aqui. Segundo o jornal, o site entrará no ar vendendo apenas objetos de pequeno porte, como Kindles, CDs, DVDs, livros e videogames. Será que este é o caminho ideal para conquistar o Brasil?

O problema que a Amazon deve enfrentar nos primeiros meses ao oferecer apenas CDs, DVDs, livros, softwares e jogos de videogame é bem popular: chama-se pirataria. Enquanto o Brasil já se acostumou com barraquinhas de DVDs e CDs em qualquer quanto — e com a queda das vendas das versões oficiais –, asassociações de editoras de livros também temem a pirataria — mais de 50 mil links de livros pirateados já foram removidos da internet. O mesmo problema surge com os softwares, que há tempos não se espalham só por mídia física.

Ou seja: a Amazon chegará ao Brasil oferecendo alguns dos itens que têm maior dificuldade em enfrentar vendas ilegais. Parece pouco para enfrentar gigantes do varejo daqui, como Submarino e Americanas.com, que mesmo com os recentes problemas enfrentados, já contam com uma imensidão de produtos em seus estoques, de todos os tipos e tamanhos. Nosso palpite, dado os problemas de pirataria que os itens citados sofrem, é que os grandes sites de varejo online nacional lucram mesmo é com televisores, microondas e outros eletrodomésticos.

Segundo o Brasil Econômico, a Amazon argumenta que a escolha por objetos menores acontece porque a empresa ainda está em busca de um centro de distribuição gigante e localizado no estado de São Paulo. Faz sentido se pensarmos no tamanho dos armazéns da empresa nos EUA, que comportam todo e qualquer tipo de produto, do maior ao menor. Por aqui, enquanto não há espaço para criar uma boa logística para lidar com móveis, televisores e outros produtos fermentados. Um dos executivos anônimos ouvidos pelo Brasil Econômico diz que a Amazon pode rever a política no início de 2013.  ”[N]ada impede que a Amazon passe a comercializar mercadorias de maior porte a partir do ano que vem. Tudo vai depender do resultado alcançado nestes três primeiros meses”.

O trunfo da Amazon no início deve ser o Kindle. Se a família de e-readers da Amazon chegar ao país com opreço especulado em fevereiro — R$199 — ele pode ser a ferramenta necessária para finalmente acelerar o processo de migração das editoras nacionais para o mundo digital — hoje, elas admitem que o atraso do lançamento do e-book em relação ao livro físico não é o ideal, e isso só ajuda a propagar a pirataria. Porém, para fazer barulho com o aparelho, a empresa precisará chegar já com o ecossistema de livros prontos para não deixar os leitores decepcionados. Atualmente, a loja virtual conta com pouco mais de 4 mil títulos em português.

Como ja há diversas varejistas consolidadas no país — e elas já contam com contratos e táticas de logísticas regionais — é difícil imaginar que a Amazon roube o espaço dessas empresas em seus primeiros passos no Brasil — mesmo que eles mudem rapidamente de ideia em relação aos produtos maiores. A saída para a Amazon fazer algo de diferente no Brasil seria investir onde ninguém conseguiu se estabilizar: vendas digitais, com um ótimo ecossistema envolvendo e-books, músicas e filmes em um só lugar. Caso a Amazon consiga trazer essa novidade para cá — que já funciona sem nenhum tipo de fricção nos EUA — as chances de sucesso aumentam bastante.

http://www.gizmodo.com.br/conteudo/amazon-chega-ao-brasil-em-setembro-co…

Quem quiser ler a matéria original, está aqui:

http://www.brasileconomico.ig.com.br/noticias/amazoncom-inicia-vendas-no…

Só posso ver com bons olhos a chegada da Amazon. A sua imitadora nacional – o Submarino – já deu o que tinha de dar. Era uma empresa muito boa, mas foi só ser vendida para um fundo de investimentos, que virou uma porcaria de quinta categoria. Depois de um sério problema com uma entrega em 2010, nunca mais comprei desses salafrários. Torço para que fechem as portas o quanto antes. Não vão fazer a menor falta.

Luis Nassif

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