A linhagem da INCO

Alguns dados sobre a INCO (a mineradora canadense que a Companhia Vale do Rio Doce quer comprar) enviados pelo leitor André Araújo:

A INCO é grande dama aristocrata do mundo da mineração, fundada há mais de cem anos pela junção de interesses birtânicos, a Mond Nickel Co.Ltda., do mesmo Sir Alfred Mond (depois Lord Melchett) que fundou a Imperial Chemical Industries Ltd. com interesses canadenses da International Nickel Co.of Canada, então controlada pelo grupo do lendário banqueiro John Pierpont Morgan, padrinho da fusão.

A nobreza é tão antiga que a INCO está listada na Bolsa de Nova York desde 1915 e compõe o seleto grupo de 30 empresas do índice Dow Jones desde 1928.

As minas da INCO no Canada foram visitadas por duas vezes por Reis e Rainhas da Inglaterra.

O pedigree é indiscutivel. Os números, não.

Em 2005, com vendas de US$ 4,7 bilhões (menos da metade da Vale), a INCO ganhou US$ 868 milhões (a Vale ganhou três vezes mais). Já os ativos da INCO estão avaliados em US$ 12 bilhões, valor próximo da Vale (US$ 15,9 bilhões). Mas no valor de mercado ou de bolsa, a Vale bate a INCO longe (sempre em dezembro de 2005): INCO, US$9,3 bilhões e Vale US$53,2 bilhões.

A Vale está pagando pela INCO quase o dobro do que o mercado lhe valoriza. E pior, pagando em dinheiro vivo, resultado de um empréstimo de curto prazo.

Nesse ponto há uma discordância de analistas de mercado consultados pelo Guia Financeiro da Agência Dinheiro Vivo. Segundo eles, o lucro da INCO seria equivalente ao serviço da dívida do empréstimo contraído para adquiri-la.

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