A luta contra a valorização do real

Do Ministério da Fazenda

CÂMBIO
Ministro reafirma que governo conterá sobrevalorização do real
http://www.fazenda.gov.br/audio/2010/setembro/a150910.asp

No Rio de Janeiro, Mantega diz que governo poderá utilizar Fundo Soberando para conter alta da moeda brasileira
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reforçou hoje, em palestra na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o compromisso do governo brasileiro de adotar medidas para evitar uma excessiva valorização do real. 
Ao citar as recentes intervenções dos bancos centrais do Japão e da Coréia para impedir a valorização das moedas locais, Mantega disse que a preocupação é não deixar o Brasil em situação de inferioridade.

Na avaliação do ministro, a desvalorização das moedas asiáticas também força a queda do euro e do dólar.  “Nós estamos atentos aos movimentos que outros países estão fazendo e mais uma vez as moedas asiáticas estão desvalorizadas em relação aos países emergentes. Aí temos o real valorizado em relação às demais moedas, aumentando e encarecendo as importações. Este é um jogo que nos preocupa”, revelou.

Conforme Guido Mantega esse movimento faz parte de uma estratégia para minimizar os efeitos da crise internacional. “Falta de mercado no mundo. As economias estão patinando. Elas querem sair do buraco com políticas monetárias mais frouxas, com juros mais baixos e com desvalorização de suas moedas. Não vamos ficar assistindo esse jogo. Tomaremos as medidas adequadas para que o real não seja valorizado”, enfatizou. 

O titular da Fazenda adiantou que, se necessário, o governo brasileiro poderá utilizar recursos financeiros do Fundo Soberano para fazer operações cambiais para impedir a sobrevalorização do real.

Lembrou que no auge da crise (2008) o governo implantou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) com o mesmo objetivo e foi bem sucedido, além das intervenções do Banco Central na compra de dólares.

Por um lado, o Banco Central tem feito intervenções no mercado. Por outro, temos Fundo Soberano e o IOF, que são instrumentos que podemos usar”.

Ele explicou que, no momento, o Fundo Soberano é uma reserva de recurso primário do governo (poupança), porém com uma variante de recurso financeiro do Tesouro Nacional ainda não utilizado  e sem limite.

Mantega disse ainda que o governo enxugará todo excesso de dólares que  entrar no Brasil por conta da iminência da operação de capitalização da Petrobrás.

“Se entrar nós vamos comprar tudo. O mercado está posicionado também em função disso. Mas temos cacife para enfrentar algum eventual entrada de recursos com a capitalização da Petrobras”.

O ministro ponderou que desde outubro de 2009 o dólar está acima de R$ 1,70. “Portanto,  estamos melhor hoje do que no passado. As medidas têm conseguido manter uma baixa volatilidade, menor que de outras moedas”, ressaltou.

Além do Fundo Soberano, Mantega citou que o governo poderá utilizar instrumentos prudenciais para conter a alta excessiva do real, como limitação de exposição a riscos cambiais e swap reverso pelo Banco Central.

Ele reafirmou que o governo está examinando cada mercado, cada segmento de entrada de capital externo e afirmou que colocará a posição do Brasil com veemência durante a reunião do G-20 em outubro, na Coréia do Sul.

“Vou fazer um apelo para que os países se entendam o seguinte: ou todos fazemos um jogo comum, respeitando as regras de câmbio flutuante, ou cada um vai buscar seus interesses, o que vai causar conflitos”.

Ao ser questionado sobre o crescimento da economia para 2010, Mantega reafirmou que o PIB (Produto Interno Bruto) será superior a 7%. “Já damos de barato um crescimento de 7% do PIB este ano, esse é o mínimo que vamos crescer em 2010”…………

Arquivo de áudio.Download do arquivo de áudio da coletiva do ministro Guido Mantega na Firjan. 

http://www.fazenda.gov.br/audio/2010/setembro/a150910.mp3

Luis Nassif

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