A queda da produção industrial

Do IBGE

Produção industrial cai 2,1% em abril

Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil/IBGE, 31 de maio deTabelasApresentação – parte 1(pdf)

A produção industrial apontou queda de 2,1% na passagem de março para abril de 2011, descontadas as influências sazonais, após acumular ganho de 3,3% nos últimos três meses de crescimento. No confronto com igual mês do ano anterior, o setor também mostrou redução na produção (-1,3%), segunda taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação e teve perfil generalizado de queda entre os setores e categorias de uso pesquisados. Com isso, o índice acumulado para o primeiro quadrimestre do ano ficou em 1,6%, ritmo abaixo do fechamento do primeiro trimestre do ano (2,6%). A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, em trajetória descendente desde outubro do ano passado (11,8%), recuou 1,5 ponto percentual na passagem de março (6,9%) para abril (5,4%) e assinalou o resultado positivo menos intenso desde junho de 2010.

A queda de 2,1% da atividade industrial entre março e abril teve 13 dos 27 ramos pesquisados apontando redução na produção, com destaque para a perda vinda de máquinas e equipamentos, que recuou 5,4% em abril, após quatro meses de crescimento, período em que acumulou ganho de 4,9%. Outras influências negativas relevantes sobre o total da indústria vieram dos ramos de produtos de metal (-9,3%), veículos automotores (-2,8%), alimentos (-2,4%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (-1,4%). Entre as atividades que aumentaram a produção, os desempenhos de maior importância para o resultado global foram farmacêutica (3,3%), indústrias extrativas (2,5%), fumo (20,6%), metalurgia básica (1,4%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (6,6%) e outros produtos químicos (1,1%).

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês anterior, observaram-se taxas negativas em todos os segmentos, com bens de consumo duráveis (-10,1%) tendo a queda mais acentuada nesse mês, o que eliminou o avanço de 4,5% registrado em março. O setor de bens de capital, ao recuar 2,9%, mostrou redução acima da média da indústria (-2,1%), após avançar 7,7% nos últimos três meses. Os segmentos produtores de bens de consumo semi e não duráveis (-1,5%) e de bens intermediários (-0,6%) também apontaram índices negativos, com o primeiro devolvendo parte dos 2,8% acumulados no período março/2011-dezembro/2010, e o segundo acumulando perda de 0,7% nos últimos dois meses.

Produção industrial recua 1,3% na comparação com abril do ano passado

A produção industrial registrou queda de 1,3% na comparação com abril de 2010, praticamente repetindo a queda assinalada em março último (-1,4%). Nos dois últimos meses, o número de dias úteis foi menor frente a igual mês do ano anterior: março (menos dois dias) e abril (menos um dia). O índice de abril foi pressionado negativamente pelo recuo em três das quatro categorias de uso, 16 dos 27 ramos, 44 dos 76 subsetores e 52% dos 755 produtos pesquisados. Entre os setores, as maiores influências negativas sobre a taxa global vieram, por ordem de importância, de alimentos (-8,2%), máquinas e equipamentos (-5,8%), têxtil (-15,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,3%), refino de petróleo e produção de álcool (-3,5%) e produtos de metal (-5,8%). Entre esses ramos, os itens de maior destaque foram, respectivamente, açúcar cristal e carnes e miudezas de aves; refrigeradores, congeladores e fornos microondas; roupas de banho e tecidos de algodão e de malha de algodão; transformadores; álcool etílico e naftas para petroquímica; e partes e peças para bens de capital e fechaduras. Por outro lado, os impactos positivos mais relevantes sobre a média geral vieram da indústria farmacêutica (17,6%) e de outros equipamentos de transporte (9,7%), impulsionados pela maior fabricação de medicamentos no primeiro ramo, e de aviões e motocicletas no segundo.

Entre as categorias de uso, ainda no confronto com igual mês do ano passado, os setores produtores de bens de consumo duráveis (-5,6%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-2,0%) assinalaram as quedas mais elevadas em abril de 2011, ambos apontando a segunda taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. A produção de bens intermediários (-0,8%) registrou recuo menos intenso que a média nacional (-1,3%), enquanto o setor de bens de capital, com variação de 0,1%, mostrou o único resultado positivo nesse mês.

O segmento de bens de consumo duráveis apontou a maior redução entre as categorias de uso, pressionado em grande parte pelos recuos na fabricação de automóveis (-9,8%), eletrodomésticos (-12,9%), tanto os da “linha branca” (-11,3%) como os da “linha marrom” (-18,6%), e artigos do mobiliário (-2,6%). Nessa categoria de uso, os principais resultados positivos vieram da maior fabricação de telefones celulares (16,7%) e de motocicletas (19,1%). A produção de bens de consumo semi e não duráveis também mostrou queda acima da média global (-1,3%) e foi negativamente influenciada pelos recuos nos grupamentos de semiduráveis (-10,1%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-2,6%) e carburantes (-8,0%), explicados principalmente pela menor produção dos itens roupas de banho de algodão e calçados de plástico e couro; carnes e miudezas de aves, cervejas e chope; e álcool. O subsetor de outros não duráveis (3,2%) assinalou o único impacto positivo nessa categoria de uso, impulsionado em grande parte pela maior fabricação de livros e medicamentos.

O setor de bens intermediários (-0,8%) também teve menor produção no confronto com abril de 2010, pressionado em grande parte pelos resultados negativos observados nos produtos associados às atividades de alimentos (-19,4%), têxtil (-12,9%), outros produtos químicos (-2,7%), produtos de metal (-8,0%) e refino de petróleo e produção de álcool (-1,2%), enquanto os principais impactos positivos foram verificados em metalurgia básica (3,0%), celulose e papel (4,9%), minerais não metálicos (4,0%) e veículos automotores (4,5%). Nessa categoria de uso, vale citar os resultados negativos vindos dos grupamentos de insumos para construção civil (-1,9%), que assinalou a segunda taxa negativa consecutiva, e de embalagens (-0,2%), que interrompeu 18 meses de expansão nesse tipo de comparação.

O segmento de bens de capital foi o único que registrou resultado positivo no índice mensal (0,1%) e foi influenciado positivamente pelos avanços em bens de capital para equipamentos de transporte (7,0%) e bens de capital para construção (12,1%), uma vez que os demais subsetores apontaram queda na produção: bens de capital para energia elétrica (-22,8%), para uso misto (-3,5%), agrícolas (-16,0%) e para fins industriais (-2,0%).

Produção cresce em 18 das 27 atividades no índice acumulado no ano

No índice acumulado dos quatro primeiros meses do ano, frente a igual período do ano anterior, o avanço foi de 1,6%, com a maior parte (18) dos 27 ramos industriais e todas as categorias de uso apontando expansão na produção. Entre as atividades, veículos automotores, com acréscimo de 7,2%, manteve a liderança em termos de contribuição positiva sobre o índice geral, impulsionado pelos resultados positivos da maior parte dos produtos pesquisados no setor (aproximadamente 83%). Vale citar também os avanços assinalados na indústria farmacêutica (8,1%), outros equipamentos de transporte (12,4%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (22,8%), minerais não metálicos (4,4%), indústrias extrativas (2,8%), refino de petróleo e produção de álcool (2,4%) e máquinas e equipamentos (1,9%). Em termos de produtos, os destaques nessas atividades foram: caminhões, veículos para transporte de mercadorias, caminhão-trator e automóveis; medicamentos; aviões e motocicletas; relógios; ladrilhos e placas de cerâmica e cimentos “portland”; minérios de ferro; gasolina e óleo diesel; e aparelhos carregadoras-transportadoras e motoniveladores. Por outro lado, os ramos de produtos têxteis (-11,6%), outros produtos químicos (-3,9%), alimentos (-1,4%) e bebidas (-3,0%) exerceram as principais pressões negativas sobre a média global, influenciados em grande parte pelos itens roupas de banho e tecidos de algodão; herbicidas para uso na agricultura; açúcar cristal e sucos concentrados de laranja; e preparações em xarope e em pó para elaboração de bebidas.

Entre as categorias de uso, ainda no índice acumulado do primeiro quadrimestre do ano, o segmento de bens de capital (6,2%) prosseguiu com a taxa mais elevada, seguido por bens de consumo duráveis (2,3%), ambos com expansão acima da média nacional (1,6%). O setor de bens intermediários apontou crescimento de 1,1% nos quatro primeiros meses de 2011, enquanto bens de consumo semi e não duráveis assinalou ligeira variação positiva (0,1%).

Luis Nassif

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