Alemanha e França divergem sobre ajuda a bancos

Da Agência Estado

Alemanha e França ficam divididas sobre auxílio a banco

MATTHIAS PAUL TAYLOR E SOBOLEWSKI – REUTERS

BERLIM – Alemanha e França estavam divididas pouco antes das negociações cruciais que ocorrerão no domingo para decidir como fortalecer os instáveis bancos europeus e combater um contágio do mercado financeiro, a fim de se preparar para um possível default da Grécia.

Sob forte pressão dos Estados Unidos e do mercado, a chanceler Angela Merkel e o presidente Nicolas Sarkozy tentarão superar suas diferenças sobre como utilizar o poder de fogo financeiro da zona do euro para enfrentar a crise de dívida soberana, que ameaça a recuperação econômica global.

O corte dos ratings tanto da Itália quanto da Espanha pela agência de classificação de risco Fitch nesta sexta-feira evidenciou o clima sombrio.

Uma fonte alemã afirmou que Paris deseja poder empregar o fundo de resgate da zona do euro, de 440 bilhões de euros, para recapitalizar seus próprios bancos, que têm a maior exposição à dívida periférica da zona do euro.Já Berlim insiste que o fundo deve ser utilizado apenas como último recurso, quando nenhum fundo nacional estiver disponível.

Após reunir-se com o premiê holandês Mark Rutte, Merkel confirmou que a posição alemã era de que o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF) é uma barreira para ser usada “somente se determinado país for incapaz de administrar os problemas por conta própria”.

Uma fonte do Tesouro francês disse à Reuters que Paris defende que bancos incapazes de levantar capital no mercado aberto devem poder se beneficiar do fundo, mas afirmou que divergências com Berlim são prematuras, pois o problema ainda não foi debatido.

Merkel disse que os bancos com problemas devem primeiro olhar para os mercados, depois para seu governo nacional, e só em última instância para o EFSF.

“Isso certamente será discutido na próxima reunião”, disse, referindo-se a uma reunião de líderes da União Europeia em 17 e 18 de outubro em que ela e Sarkozy tentarão definir a agenda.

O governo francês e o Bank of France desconsideravam até esta semana qualquer necessidade de recapitalizar os bancos franceses e agora estão discutindo como fazê-lo de uma maneira que não coloque o rating do país em risco.

“Ouvi dizer que os franceses estão com medo de que recapitalizações bancárias em excesso possam prejudicar a nota “AAA” francesa, e é por isso que eles querem pressionar pelo uso do EFSF pelos bancos franceses. Eu espero que Merkel se atenha a fundos nacionais de recapitalização”, disse o economista Jacques Delpla, membro do conselho consultor de análise econômica do governo francês.

A França tem a maior relação dívida/PIB de todos os países com nota “AAA” da zona euro, de 86,2 por cento.

Se a França, segunda maior fiadora do fundo de resgate depois da Alemanha, perder sua ótima classificação, todo o apoio financeiro para Grécia, Portugal e Irlanda desmoronaria.

Luis Nassif

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