Arrecadação federal atinge R$ 109,241 bilhões em abril

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O quadro mais fraco apresentado pela economia brasileira e as desonerações tributárias levaram a arrecadação federal ao seu menor resultado para o mês de abril em cinco anos: dados da Receita Federal mostram que o total contabilizado no mês passado chegou a R$ 109,241 bilhões, o que representa uma queda de 4,62% em relação ao total registrado em abril de 2014, descontada a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A arrecadação foi a menor para o mês desde 2010, em valores corrigidos pelo IPCA.

Com o resultado de abril, a arrecadação federal no acumulado do ano soma R$ 418,617 bilhões, com queda de 2,71% também descontada a inflação pelo IPCA. O montante é o menor para o primeiro quadrimestre desde 2011.

Segundo o Fisco, o quadro de estagnação da economia foi a principal causa para a queda das receitas da União. A queda de 5,13% na produção industrial de janeiro a abril em relação ao mesmo período do ano passado contribuiu para a queda real (descontada a inflação) de 7,8% na arrecadação de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre as mercadorias produzidas no país. A queda de 4,36% nas vendas de bens e de serviços fez a receita do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) cair 2,3% em 2015 também considerando o IPCA.

O crescimento de 6,77% na massa salarial, abaixo da inflação acumulada em 12 meses, de 8,17%, fez a arrecadação da Previdência Social cair 2,69% de janeiro a abril em valores corrigidos pelo IPCA. Por causa da queda da lucratividade das empresas, a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPF) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) caiu 5,49% em 2015 descontada a inflação oficial.

As desonerações também contribuíram para a queda das receitas da União, fazendo o governo deixar de arrecadar R$ 38,297 bilhões de janeiro a abril, o que representa um aumento de 20,6% sobre o registrado em igual período do ano passado. As reduções de tributos com mais impacto nos cofres federais são a desoneração da folha de pagamento, com impacto de R$ 7,464 bilhões, a redução a zero da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), com renúncia de 4,362 bilhões e a ampliação dos setores incluídos no Simples Nacional, com impacto de R$ 3,868 bilhões.

Para diminuir os custos das desonerações, a equipe econômica está revertendo parte dos benefícios fiscais concedidos nos últimos anos. A Cide aumentou neste mês, com efeito na arrecadação de junho. O governo também está tentando aumentar, no Congresso Nacional, as alíquotas dos 56 setores da economia contemplados pela desoneração da folha de pagamento.

O menor volume arrecadado aumenta as incertezas quanto ao cumprimento da meta do superávit primário de R$ 66,3 bilhões, o que representa 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto). Em 12 meses encerrados em março, a economia gerada para o pagamento dos juros da dívida pública estava negativa em 0,7% do PIB.

 

 

(Com Agência Brasil).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

3 Comentários

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  1. Ainda falta alguém analisar o estrago feito pelas tais….

    desonerações no primeiro governo Dilma.  Boa parte da atual crise política e econômica decorre disto.  Será que o ex-ministro Guido Mantega errou sozinho?Ou será que houve a insistência da madame?

  2. Ainda falta alguém analisar o estrago feito pelas tais….

    desonerações no primeiro governo Dilma.  Boa parte da atual crise política e econômica decorre disto.  Será que o ex-ministro Guido Mantega errou sozinho?Ou será que houve a insistência da madame?

  3. A culpa é da desoneração ou…

    É da intensa propaganda do governo sobre a crise.

    Na minha opinião, quando um Ministro da Fazenda anunciar uma crise em algum órgão da imprensa, este deveria ser expulso do país por lesa pátria.

    Que tipo de vendedor fala mal do seu produto?

    O problema maior é que a presidenta Dilma o nomeou por causa dela própria aceitar a existência da crise.

    Se existe crise, ela existe para ser aniquilada e não alimentada…

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