Balança tem pior saldo para outubro desde 2000

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Jornal GGN – A balança comercial encerrou o mês de outubro com um déficit de US$ 224 milhões, revertendo o superávit registrado no mesmo período de 2012, quando o total foi de US$ 1,651 bilhões, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Este é o pior resultado para o mês desde 2000.

No período, a corrente de comércio alcançou US$ 45,868 bilhões, valor considerado recorde para meses de outubro. Sobre igual período do ano anterior apresentou aumento de 4,8%, pela média diária.

No mês, a exportação alcançou cifra recorde para meses de outubro de US$ 22,822 bilhões, e segunda maior média diária, US$ 992,3 milhões, superada apenas por outubro/2011 (US$ 1,107 bilhão). Sobre outubro de 2012, as exportações registraram aumento de 0,3%, e retração de 0,8% em relação a setembro de 2013, pela média diária.

As vendas externas de produtos industrializados cresceram 9,1% em comparação a outubro de 2012. Um dos motivos foi a exportação de uma plataforma para extração de petróleo, no valor de US$ 1,9 bilhão. Na prática, o produto foi vendido a uma subsidiária da Petrobras no exterior, em uma operação que visa a reduzir os gastos com impostos. A plataforma não deixou o Brasil. Vendas de tubos flexíveis de ferro e aço, carros de passageiros, veículos de carga e aviões também puxaram o desempenho dos manufaturados.

Contudo, as exportações de semimanufaturados e básicos recuaram respectivamente 21,7% e 0,3%, respectivamente. A queda apresentada pelo grupo dos semimanufaturados foi decorrente da queda nas vendas de alumínio bruto (59,1%), açúcar (48,4%), ouro (45,4%) e ferro fundido (15,6%). Quanto aos produtos básicos, caíram as vendas de algodão bruto (53,1%), café em grão (28,8%), farelo de soja (24,5%), milho (21,8%), carne suína (18,2%), carne de frango (11,5%), minério de cobre (9,9%) e folhas de fumo (5,2%).

As importações totalizaram US$ 23,046 bilhões e média diária de US$ 1,002 bilhão, resultados recordes para meses de outubro. Sobre igual período anterior, as importações registraram crescimento de 9,6%, e de 11,6% sobre setembro de 2013, pela média diária.

Do lado das importações, houve destaque no crescimento das compras de combustíveis e lubrificantes (68,5%). Também aumentaram as aquisições de bens de consumo (5,3%) e de matérias-primas e produtos intermediários (1,8%).

No ano, a balança está negativa em US$ 1,832 bilhão, o maior déficit para o período desde 1998, quando o saldo acumulado de janeiro a outubro ficou no vermelho em US$ 5 bilhões. Em 2012, o saldo apurado estava superavitário em US$ 17,350 bilhões. A corrente de comércio alcançou US$ 402,776 bilhões, representando aumento de 3,5% sobre o mesmo período anterior, quando totalizou US$ 387,368 bilhões, pela média diária.

As exportações registradas em 10 meses atingiram US$ 200,472 bilhões. Sobre igual período de 2012, as exportações registraram retração de 1,4%, pela média diária. As importações somaram recorde de US$ 202,304 bilhões, com aumento de 8,8% sobre o mesmo período anterior, pela média diária.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Balança negativa no ano…

    Quanto tempo vai segurar antes de explodir mais uma vez? Não é à toa que a indústria esta uma lástima nesse país. Os efeitos estão aparecendo com toda clareza na balança comercial, que mesmo negativa está artificialmente inflada por essa “exportação” fictícia da plataforma da Petrobras.

    E não me venham com o argumento de que as reservas hoje estão maiores do que nas crises anteriores. Quando começar o movimento especulativo contra a moeda brasileira, não são os 400 bi de dólares que conseguirão segurar os muitos trilhões do capital financeiro.

    Crônica de uma morte anunciada. Vários já cantaram a bola, o Nassif entre eles.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador