Bolsa deve continuar sofrendo com instabilidade em outubro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O movimento de venda de ações nos mercados ao longo de setembro foi generalizado, e as incertezas relacionadas ao quadro macroeconômico ainda devem causar impacto sobre as operações durante o mês de outubro.

Segundo dados preliminares calculados pelos analistas do BB Investimentos, o Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou aos 45.059 pts, com recuo de 3,36% em setembro, acumulando perdas de -9,89% no ano e -16,73% em 12 meses.

Externamente, as bolsas registraram perdas e também pesaram sobre o índice brasileiro: Xangai (-4,78%) – pelo quarto mês consecutivo, Frankfurt (-5,84%) – quarta perda nos últimos cinco meses, e Dow Jones (-1,47%) – em baixa pelo segundo mês seguido. Os temas centrais dos agentes se mantiveram, com a abrupta desaceleração (“hard landing”) da economia chinesa e com o plausível início do ciclo de alta de juros pelo Federal Reserve (o Banco Central norte-americano) em 17 de setembro próximo – ratificados por declarações de membros e da presidente do órgão, Janet Yellen.

Além de dados ainda mais fracos durante setembro, os agentes da Ativa Corretora afirmam que as expectativas para 2016 dos principais indicadores macroeconômicos brasileiros também se deterioraram – ainda mais porque o rebaixamento do rating brasileiro pela Standard & Poor’s (S&P) veio antes das expectativas.

“Na política, o temor é a falta de acordos no congresso para medidas que melhorem as contas públicas e neutralizem o crescimento da dívida pública brasileira. Aliás, este foi um fator chave na avaliação da S&P para o rebaixamento da nota de crédito brasileira, o crescimento do endividamento público”, dizem os analistas. A manutenção do discurso do Banco Central de que manterá a taxa de juros a 14,25% diante de um cenário de depreciação do real colaborou para desancorar as expectativas de inflação.

Além destes fatores, os analistas da Ativa Corretora ressaltam que o mês de Outubro poderá trazer desfechos de questões-chave na política brasileira, o que deve manter a volatilidade internamente. “No front externo, a questão agora é se a elevação dos juros americanos vai ocorrer em 2015 ou não. Portanto, é importante continuar acompanhando os dados de inflação nos Estados Unidos”. Na China, enquanto dados industriais elevam os temores sobre a desaceleração da economia chinesa, as vendas no varejo continuam crescendo a taxa de dois dígitos. Na Europa, as eleições gregas deram vitória a Alexis Tsipras e reduziram o risco de que o país recuasse nas medidas acordadas com a Troika.

Veja as recomendações dos agentes para o mês

Enquanto no exterior predominou as preocupações em relação ao ritmo de crescimento da economia global, no segmento doméstico continuou pesando as preocupações relacionadas à cena política, principalmente após a S&P retirar o selo de grau de investimento da economia.

“Olhando para frente, decidimos continuar adotando estratégia conservadora, com boa parte do portfólio alocada em ativos que nos permitirão continuar surfando a escalada do dólar ante o real e em ações de qualidade (boa geração de caixa, previsibilidade de resultados, bom nível de liquidez e baixa alavancagem), pois acreditamos que somar posições em ativos com beta elevado não é a escolha mais acertada em um ambiente em que a volatilidade elevada marca presença (…)”, pontuam os analistas da Socopa, em um posicionamento que tem sido padrão entre as corretoras.

Confira algumas recomendações para o mês. Antes de fechar seu posicionamento, entre em contato seu corretor ou corretora de valores para traçar uma estratégia de acordo com seu perfil de investimentos:

BB Investimentos: AMBEV ON (ABEV3), Bradesco PN (BBDC4), Cielo ON (CIEL3), Fibria ON (FIBR3), Sul America UNIT (SULA11), Suzano PNA (SUZB5), Taesa UNIT (TAEE11) e Ultrapar ON (UGPA3)

Ativa: RaiaDrogasil ON (RADL3), Equatorial ON (EQTL3), Suzano Papel PNA (SUZB5), ItauUnibanco PN (ITUB4), Valid ON (VLID3), BB Seguridade ON (BBSE3), Ambev S/A ON (ABEV3), BRF SA ON (BRFS3), Cielo ON (CIEL3), Petrobras PN (PETR4)

Socopa: BRF ON (BRFS3), Cielo ON (CIEL3), Pão de Açúcar PN (PCAR4), Itaú Unibanco PN (ITUB4), Suzano PNA (SUZB5) e Ecorodovias ON (ECOR3).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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