Como Davos avalia os riscos globais

Do World Economic Forum

Davos avalia Os Riscos Globais 2012.

Os cinco riscos mais prováveis e a respectiva probabilidade (numa escala de 1 para muito improvável e 5 para quase certo):

Disparidade de renda grave (4.03)
Desequilíbrios fiscais crônicos (4.03)
Ataques cibernéticos (3.88)
Emissões de gases de efeito estufa crescentes (3.80)
Crises de fornecimento de água (3.79)      

Os cinco de maior impacto e a respectiva probabilidade (numa escala de 1 para baixo impacto e 5 para alto impacto):

Quebra financeira sistêmica significante (4.08)
Crises de fornecimento de água (3.99)      
Crises de escassez alimentar (3.93)
Desequilíbrios fiscais crônicos (3.87)
Extrema volatilidade de preços agrícolas e de energia (3.81)

Como se verifica nesta avaliação de impacto, para turma de Davos, causa mais impacto sua falência financeira do que a fome, a falta de água e a carestia dos alimentos  para enormes contigentes populacionais. As notas altas que eles atribuem a estes últimos impactos estão menos nos sofrimentos causados à população e mais nas revoltas que eles vão enfrentar.

Deve-se notar também que, a maioria dos riscos que deixam a vida “repleta de dificuldades e sem esperança” têm, mais de 60% de probabilidade de ocorrer em 2012.

Leia mais em:

Do Jornal de Negócios

Davos e o futuro distópico

por Octávio Teixeira [*]

Inicia-se hoje o conclave anual do Fórum de Davos, com Merkel a abri-lo, que normalmente reúne alguns dos principais líderes políticos mundiais e a elite do poder capitalista global. Fórum que anualmente traça as orientações a serem seguidas para a economia planetária com o objectivo de preservar a globalização desregulada que lhes garante o poder e os lucros de que beneficiam.

A curiosidade deste ano reside no documento-base para as deliberações do Fórum, “Riscos Globais 2012”.

O diagnóstico das consequências da crise é demolidor: “27 milhões de pessoas perderam o seu posto de trabalho”, “muitas pessoas foram forçadas a aceitar uma redução dos seus salários e dos seus benefícios laborais”, “os jovens foram particularmente afectados pela falta de oportunidades de trabalho”, “muitos países foram confrontados com aumentos das taxas de pobreza, doenças mentais…”, “o descontentamento tem-se agravado como resultado da disparidade na distribuição de rendimentos, pois a metade mais pobre da população possui apenas 1% da riqueza mundial, enquanto 1% possui quase metade dessa riqueza”.

E as expectativas são brutais: “a análise da interacção entre os vários riscos globais revela uma constelação de riscos que apontam no sentido de um futuro distópico para a maioria da humanidade”, definindo-o como um futuro “onde a vida é repleta de dificuldades e sem esperança”… o que poderá “pôr em causa a estabilidade económica e social”.

Os donos do mundo estão assustados. Mas nem isso os leva a retirar a conclusão fundamental de que este é o resultado dramático de 30 anos da selvática globalização neoliberal de que eles são os mentores e de que não querem abrir mão.

As deliberações serão, irresponsavelmente, a manutenção do rumo a esse futuro de desastre.

[*] Economista

Luis Nassif

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