Copom mantém a taxa Selic em 14,25% ao ano

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Taxa Selic segue sem mudanças pela sexta reunião consecutiva

Jornal GGN – Em decisão já esperada pelo mercado, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu pela manutenção da taxa básica de juros da economia em 14,25% ao ano. A decisão foi tomada de maneira unânime e sem viés (ou seja, sem sinalização de ajustes no curto prazo).

“O Comitê reconhece os avanços na política de combate à inflação, em especial a contenção dos efeitos de segunda ordem dos ajustes de preços relativos. No entanto, considera que o nível elevado da inflação em doze meses e as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para flexibilização da política monetária”, diz a autoridade monetária, em comunicado publicado logo após a reunião. Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso, Sidnei Corrêa Marques e Tony Volpon.

Os juros básicos estão nesse nível desde o fim de julho do ano passado. Com a decisão do Copom, a taxa se mantém no mesmo percentual de outubro de 2006. A Selic é o principal instrumento do banco para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Oficialmente, o Conselho Monetário Nacional estabelece meta de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumulou 9,91% nos 12 meses encerrados em março, depois de atingir o recorde de 11,31% nos 12 meses terminados em janeiro.

Algumas entidades acreditam que a decisão foi conservadora, e incertezas ainda marcam quadro econômico. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o Banco Central “adotou uma postura considerada conservadora por muitos e já prevista pela Entidade ao manter a Selic inalterada diante de um cenário ainda muito instável”.

“As dúvidas em torno dos desdobramentos da crise política são tantas que, para a FecomercioSP, ainda não há espaço para o Banco Central baixar juros. Por isso, não se pode considerar conservadora demais a manutenção da Selic em um momento em que a atividade econômica segue em queda, a inflação ainda está elevada e dá apenas leves sinais de desaceleração”, diz a federação, em comunicado, ressaltando que apenas após o desfecho do impasse político é que o Banco Central poderá contar com ambiente melhor para combater a inflação sem ter de manter os juros nas alturas.

Tal visão é compartilhada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), embora a entidade diga que os juros no patamar atual podem dificultar a recuperação da economia e piorar as condições financeiras das empresas.

“Na avaliação da indústria, a decisão do Banco Central provavelmente reflete o ambiente de incerteza política que domina a economia. Isso porque o aprofundamento da recessão, a valorização do real frente ao dólar e a desaceleração da inflação justificariam o início do processo de queda dos juros”, diz a entidade.  “A CNI alerta que o controle sustentado dos preços e a consequente convergência da inflação para a meta depende da combinação da política monetária com uma política fiscal austera. A concretização do ajuste fiscal efetivo ajudará a controlar a demanda e restabelecer a confiança dos agentes econômicos, afastando o risco de uma trajetória insustentável da dívida pública”.

 

(com Agência Brasil)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

12 Comentários

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  1. Putaiada.  Tinham que manter

    Putaiada.  Tinham que manter essa taxa obscena exatamente no dia que os juros dos EUA foram declarados como “sem modificacao” tambem?

    Uau, que coordenacao incrivel…

  2. Inacreditável

    E eu que achava que tinha visto de tudo. Ainda não, pois ver a Fecomércio e a CNI justificando a Bolsa Juros é o fim da linha mesmo. Os çábios do BC deveriam ir à televisão e dar o endereço da DONA DEMANDA, esse ser adorável tão combatido pelo Copom e há muito ausente da economina brasileira. Talvez assim a encontremos. Pra mim, sua volta ao cenário seria uma alegria imensa. Saudades.

  3. Por isso fica difícil defender a Dilma

    Como podem os caras-de-pau das federações de indústria e de comércio defenderem os juros altos numa economia indo para o buraco? Não defendem interesses da produção ou comércio e sim o ganho financeiro.

     

    1. Eh porque satanaz, digo,

      Eh porque satanaz, digo, empresarios usam os lucros exorbitantes obtidos durante os governos Lula / Dilma para ganhar garantido 14.75% ao ano, ao inves de correr risco investindo em producao e equipamentos que devido a economia indo pro buraco nao tras retorno algum;.

      Eh uma espiral viciosa rumo ao fundo do poco, como um buraco negro, cujo apice sera a total devastacao da economia do Brasil. 

      Eh isso que o mercado que a miriam leitao defende quer. o fim do Brasil.

      1. Além de tambem não gerarem

        Além de tambem não gerarem empregos, e os que ainda empregam querem acabar com a CLT para terem mais lucros, mas eles estão errados? Claro que não, errado estão os bocós que vão na lábia deles e defendem um pato plagiado; agora querem dar “autonomia” para os espertalhões do bc continuarem a tunga no povo sem serem incomodados, isso é “mudérnu”, lá fora é assim (contem outra); se fossemos um país sério, em vez de decidirem taxas de juros, uns tres quatro já estariam na cadeia..

  4. Pela democracia! Contra o golpe!

    Mas defender esse governo, não dá mais. Continuarei defendendo a Democracia. Continuarei sendo contra o golpe (tanto o via “impeachment” quanto o via “eleições presidenciais fora do calendário”. A Dilma tem de concluir o mandato até o último dia. Agora, defender isso aí, não dá. A Dilma – ia dizer dá um tiro no pé atrás do outro, mas ela não merece. Vai no popular, mesmo – faz uma cagada atrás da outra. Como quer que a gente consiga argumentos para defendê-la? E essa cagada específica fode a vida principalmente da classe média remediada, pois é mais uma desculpa usada pelos bancos, para continuarem a agiotagem desenfreada e mafiosa do spread. Parabéns, Dilma! Você vai conseguir um autonocaute!

    A taxa de juros é um dos poucos instrumentos de que dispõe o executivo e que não pode ser obstado nem pelo legislativo nem pelo judiciário. Quer dizer, o executivo determina e ponto final. A economia está uma merda só. Aí, em vez de aproveitar, enquanto ainda tem o poder, para dar um sinal para a população de que está fazendo alguma coisa para combater a recessão… persiste na cagada homérica dos tempos do cagão Levy. Não faz porra nenhuma pra consertar a cagada lá de trás! PQP! Vai esperar ser apeada, para anunciar alguma medida prática? Com todo o respeito, mas vá cagar no mato!! É inacreditável!

    1. Passarinho verde passou e disse…

      “Em decisão já esperada pelo mercado, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu pela manutenção da taxa básica de juros da economia em 14,25% ao ano.”

      Ou seja, com certeza nao foi a Dilma em si que decidiu em nome do “executivo” e o problema que esta tirando o “governo” dela e a propria falta de governabilidade pela traicao dos ex-aliados leia-se o PMDB.

      Nao tem como abaixar a taxa de juros pq quem historicamente manda nas financas do pais sao os bancos e os investidores estrangeiros. Qdo se tenta abaixar os juros o consumidor e as empresas, do mais pobre ate o o mais rico, se endividam demais pois nao sabe lidar com financas.

      Alem disso, a falta de estabilidade no longo prazo por conta da dependencia do pais ao capital externo e as exportacoes de commodities (de pouco valor agregado) agravam mais o problema de estabilidade dos “hipoteticos juros baixos”. Eu pessoalmente acho que a “culpa” pelo valor dos juros nao sera a heranca nem foi fruto desse governo.

      O PT apresentou nesses ultimos anos governos reformadores moderados e nao revolucionarios. Ainda ta tomando uma cuspida dessas na cara da populacao classe media, coisa feia mesmo. Coisa de gente literalmente ignorante (aqueles que tem a informacao mas a ignoram por opcao).

  5. Cortar pela metade

    Podia cortar pela metade e sair por cima, ja que Temer provavelmente iria subir de novo (talvez até mais!) para contentar a banca

    1. Santa igenuidade

      Os estados estão inadimplêntes. Não dá para subir mais, pois já não estão pagando.

      Todos os modelos econométricos do planeta apontam para um final ruinozo do Brasil.

      Mas sem a teta de ouro do Brasil, o mercado financeiro mundial colapsa.

      O dia do acerto de contas chegou.

  6. Ou vai ou racha!

    Não têm jeito, por mais sofisticado e bem elaborado o disfarce que o golpista use, na hora da ação, ou seja furtar o dinheiro do povo, sua mão irá aparecer.

    Nunca foi mais claro do que hoje, que os juros compostos, com taxas usurárias exorbitantes está acabando com o País.

    Todos estão de certa forma obrigados a tomar uma posição sobre isto e ficará exposto ao execramento popular, sem escapatória, talves tenha sido o golpe de mestre final da Dilma, pois ela  antes, corajosamente, abaixou a taxa Selic, mas sem respaldo do Congresso e do STF não resistiu as pressões da agiotagem.

    Agora ela lavou as mãos, jogou a bomba para o STF e para o Congresso.

    Não é à toa que o Temer está sozinho, nenhum partido quer segurar este rojão e a Dilma só permanece com base forte, fora isto é o Caos e a Guerra.

    Chegou a hora, ou vai ou racha!

    1. 14 ministérios e 72 secretarias executivas geram qualidade

      Se a Dilma tivesse feito a reforma que propus desde antes do governo Lula, teria hoje resultados para convencimento e maior apoio com certeza. Sua inação e falta de voluntarismo lhe custaram o cargo.

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