OS CÍNICOS ASSASSINOS DO ‘PARQUE DOS HORRORES’ NO RIO

         O trágico episódio das mortes da jovem Alessandra Aguilar, de 17 anos, e Victor Alcântara, de 16 anos,  no último final de semana no Rio, vítimas de acidente (previsível), no parque itinerante Glória Center, onde um carro de um brinquedo, em lastimável estado de conservação, se desprendeu, deixando ainda um rastro de nove feridos, dois em estado grave, é o retrato do da irresponsabilidade, incompetência e descaso com a vida humana, num local que não tinha nada a ver com diversão e sim como  local sinistro de uma tragédia anunciada.
            A indignação de todos nós, como membros da sociedade, e em especial de parentes e amigos de Alessandra, se iniciia  pela nítida irresponsabilidade e incompetência demonstradas por um engenheiro, um “profissional” que assinou o laudo de vistoria técnica. Por certo só assinou o laudo, dando o  aval oficial para a tragédia. Não é possível que tenha fiscalizado os brinquedos daquele “Parque dos Horrores”. Não é preciso estudar engenharia, nem observar in loco tal ambiente, para constatar, pelas imagens e fotografias mostradas pela mídia, a má conservação e o desgate de peças dos brinquedos pela ação do tempo. Só o engenheiro e o dono do parque não viram e a prefeitura não fiscalizou o parque clandestino que funcionava sem permissão do órgão fiscalizador do próprio município. Ou seja teve que acontecer a tragédia para a prefeitura do Rio ter ciência da existência no local de um parque de diversão. Ninguém sabia de nada.
           O cinismo e a tentativa de eximir-se dos homicídios ficam claros no depoimento do engenheiro  ao declarar  que as condições de funcionamento dos brinquedos era tão somente da rersponsabilidade do proprietário do parque. Em entrevista ao Jornal O Globo, na edição de 18/08, o engenheiro mecânico, responsável pela emissão dos laudos de vistoria, disse que apenas pedia ao funcionário do  parque para ligar e desligar os brinquedos. Só isso. Por certo deve se formado em engenheiro eletricista e no dia da coloção pegou o diploma errado. Segundo o Google, Engenharia Mecânica é a área da engenharia que cuida do desenvolvimento, do projeto, da construção e da manutenção de máquinas e equipamentos. Piada de mau gosto.

           Quem serão agora, em sua totalidade, os culpados pelo risco presumível da morte e dos ferimentos causados aos jovens que para ali se dirigiram tão somente para o lazer e o divertimento, não para serem vítimas de uma tragédia anunciada? É ou não é caso característico de homicídio doloso? Será que a Justiça, apesar da benevolência da lei penal brasileira, punirá os homicidas irresponsáveis com o máximo rigor possível? Os parques de diversão, a partir de agora, serão devidamente fiscalizados? São perguntas que o só o tempo poderá responder ou quem sabe será mais um caso a cair no esquecimento até que nova tragédia aconteça  e os infindáveis recursos judiciais deixem em liberdade os assassinos.
           Mais duas preciosas vidas perdidas, a quarta em cinco anos no mesmo ‘Parque dos Horrores’, pela irresponsabilidade, negligência e incompetência, numa tragédia previsível e não evitada. Até quando prosseguirá o descaso pela vida humana? É o que se deseja saber.
                                                            
 
                                                                    Milton Corrêa da Costa  
 
Redação

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