De Grauwe diz que BCE tem sido “indevidamente influenciado”

Por Roberto São Paulo-SP 2012

“Medo infundado” da inflação afecta políticas do BCE

Por Luisa, do DN Economia

O economista Paul De Grauwe critica o “medo infundado” de um aumento da inflação, caso o Banco Central Europeu (BCE) se assuma como credor de última instância no mercado de dívida soberana, num documento de trabalho agora divulgado.

“Quando o BCE recentemente decidiu comprar obrigações de Espanha e Itália, anunciou que iria esterilizar o efeito destas compras na base monetária [grosso modo, notas e moedas em circulação], retirando liquidez do mercado”, exemplifica De Grauwe.

No texto, publicado pelo CESifo, um instituto alemão de investigação económica, o professor da Universidade Católica de Lovaina considera que “esta foi uma decisão infeliz”, uma vez que “não havia necessidade absolutamente nenhuma de o fazer.”

Em Agosto, a instituição liderada por Jean-Claude Trichet comprou dívida soberana de Espanha e Itália para conter a escalada de juros da dívida pública destes dois países.

Paul de Grauwe defende, no texto intitulado ‘The European Central Bank: Lender of Last Resort in the Government Bond Markets?’, que o BCE deve assumir-se como credor de última instância nos mercados de dívida soberana, mas constata que são avançadas várias razões para que não o faça.

Para contrariar uma destas razões, a inflação, De Grauwe recorre a Milton Friedman, que considerou que “a Grande Depressão [de 1929] foi tão intensa porque a Reserva Federal falhou no seu papel de credor de última instância e não aumentou suficientemente a base monetária dos Estados Unidos”.

Luis Nassif

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