A mão-de-obra na cana

Por EdiSilva

Maria Isabel, tive estas outras informações sobre o Etanol do amigo André Duarte, do Coletivo Motirõ – Taguatinga-DF.

Para refletir sobre a questão seguem alguns links. Sempre fico de orelha em pé quando a mídia noticia fatos favoráveis aos trabalhadores. No caso do etanol, 30% da produção já é mecanizada e tende a aumentar. É certo que as condições de trabalho são terríveis, mas na maioria das vezes, é isso ou a fome. Vale lembrar que uma colheitadera de cana faz o trabalho de 80 trabalhadores rurais. Outras perguntas que podemos fazer: Quem ganharia com a redução do consumo de etanol? O que é menos danoso à sociedade, combustíveis fosseis ou renováveis?

A matéria tem um teor bem sensacionalista, usa o trabalhador rural para sensibilizar e manipular a opnião pública. Com o aumento da venda de veículos bicombustível é bem provável que as indústrias petroleiras estejam buscando recuperar a fatia que estão perdendo no mercado.

É possível fabricar etanol em pequenas propriedades com um pequeno investimento, um alambique para produção de cachaça pode produzir etanol, mas infelizmente o governo brasileiro não libera lincença para que o pequeno produtor comercialize etanol. Felizmente muitos tem produzido para consumo próprio ou em pequenas cooperativas que distribui a produção entre os cooperados.

Para aprofundar mais a questão recomendo que assistam o filme “A Vida em Cana” disponível aqui no acervo do Coletivo Motirõ.

“Em 1993, a mecanização da produção dos canaviais não atingia 0,5% do total da produção. Em 2003, aproximadamente 35% da produção brasileira já era mecanizada. A intensa mecanização dos canaviais tem gerado algum atrito político e social. Tem havido grande perda de empregos no setor, que usa mão-de-obra intensiva e que a princípio não requer nenhuma qualificação formal: os chamados bóias-frias. Essa ainda é a única ocupação disponível para populações inteiras no interior do Brasil, mesmo diante dos baixos salários e das péssimas condições de trabalho.”

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cana-de-a%C3%A7%C3%BAcar

“Há uma lei em trâmite na Assembléia Legislativa de São Paulo que prevê uma redução progressiva (25% a cada 5 anos) na área de queimada, em favor da mecanização. No entanto, áreas com mais de 12% de declividade e propriedades com menos de 150 hectares estão excluídas da lei. Atualmente, apenas 30% da área de cultivo da cana é mecanizada.”

“De um ponto de vista social, a colheita mecanizada pode causar grande desemprego, já que uma colhedora é capaz de substituir 80 trabalhadores por dia.”

fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/1382

O presidente Lula afirmou que o governo federal está estudando, em conjunto com os empresários do setor de álcool e açúcar, formas de melhorar a situação dos cortadores, por meio da mecanização da colheita. Com isso, o governo pretende acabar com as acusações de más condições de trabalho nas plantações. Lula revelou ainda que o governo está negociando com os empresários um contrato de trabalho para melhorar a situação dos cortadores de cana-de-açúcar.

fonte: http://opiniaoenoticia.com.br/interna.php?id=16798

http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/1382

Luis Nassif

11 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Pra resolver o problema
    Pra resolver o problema bastaria uma reforma agraria com integracao dos assentados ao setor comercial. A questao e ….. querem ajudar o pessoal?

  2. Sobre este assunto,eu diria o
    Sobre este assunto,eu diria o seguinte: Apesar da imensa boa vontade do Presidente Lula,com relação às condições de trabalho,e a manutenção dos postos de trabalho neste setor,a coisa não “anda”simplesmente porque falta contra-partida dos empresários do setor,que só estão preocupados com o lucro rápido e como a mecanização neste setor é tentadora,”danem-se”os trabalhadores !
    Decretar uma legislação que não prejudique a imensa maioria de trabalhadores é simples,o difícil é faze-la colocar em prática.

  3. Nassif a respeito deste e de
    Nassif a respeito deste e de outros comentários,que mesmo tendo sido recebidos às 14.17,ainda não foi liberado,eu pergunto a você e/ou a quem lida com o sistema: O fato do comentário sair na página visitada pelo leitor,significa que outros leitores a vêem,ou ele só é enxergado por quem o postou ? Isto está ocorreendo com o blog,desde o dia 29.

    Os demais leitores vêem só depois de ser liberado.

  4. Volto a pedir a quem ajudar
    Volto a pedir a quem ajudar possa.
    Os meus comentários estão parados aguardando moderação desde o dia 29,e pergunto: Quem posta,consegue enxergar o comentário no link,e os demais leitores conseguem ver estes comentários,ou só quem escreve?

    Ué, Raí, tenho liberado todos os comentários seus que chegam até aqui.

  5. Tb tive um comentário do dia
    Tb tive um comentário do dia 29 esperando até agora (e nem vale mais, foi em um Fora de Pauta antigo…) e hoje pus um que nao apareceu nem naquele “O seu comentário está aguardando moderação”. E o Blog continua nao “refrescando” automaticamente, só com F5. Acho que alguém já postou aqui que a solução é um comando em HTLM, “no-cache”, acho.

    Já enviei o email para a tecnologia do IG.

  6. EdiSilva, tenho certeza que o
    EdiSilva, tenho certeza que o Lula pensa nestas questões, só que o rolo compressor histórico é forte e poderoso. Então temos que ir do pensamento a ação. Inovação Social é o caminho. Temos que repensar conceitos e pensar coletivamente. O problema é que ficamos muito tempo pensando nas demandas do público e mais ainda do privado e orientados por visões de mundo “externas” ao nosso contexto. Temos gente que conhece bem as questões da cultura da cana e seus aspectos sociais, tecnológicos e ambientais. Ano passado foi inaugurada uma rede de tecnologia social para a PESCA porque não criar uma para o setor sucroalcooleiro e irmos a fundo nestas questões?E temos o Lobby que o Ivan colocou que rema ao contrário, mas se a promessa de Obama em trasnformar sua matriz energética limpa, apostando na tecnologia para libertação do petróleo e de importações de produtos não comprometidos com os critérios de sustentabilidade USA, lê-se desmatamento e outros que acharem conveniente, ainda mais neste momento de crise que irá fomentar mercado e trabalho interno, o recado está dado para o Sul. Não a lobby que resista a um mercado natimorto.

  7. com a queda dos precos do
    com a queda dos precos do petroleo, nao se fala mais tanto nas iniciativas de pequenas cooperativas e pequenos agricultores que pretendem/pretendiam produzir etanos, biodiesel, com o apoio do programa da agricultura familiar e da secretaria da agricultura do parana…
    com o apoio da petrobras…

    seria uma boa opcao para criar empregos ou reter gente no campo…

  8. Ja ouvi falar que os
    Ja ouvi falar que os capatazes dão drogas para manter os empregados dependentes. É um novo tipo de escravidão. Um absurdo. Depois reclamam do bolsa familia. Já pensou se nem isso tivessem?

  9. Eu tenho questões.

    – A
    Eu tenho questões.

    – A pequena propriedade resultante da reforma agrária tem formado uma classe média rural com bom poder aquisitivo e que não se interessa em migrar para as cidades?

    – É economicamente viável controlar a qualidade do produto e a segurança de produção e armazenamento de vários pequenos produtores de álcool?

    – O que fazer com esta população rural miserável e com praticamente nenhuma instrução quando seus empregos sumirem com a mecanização? (A mecanização só não ocorrerá se os custos da mão-de-obra forem absurdamente baixos, como foram no passado e tendem a não ser no futuro).

  10. Luis, em função do meu
    Luis, em função do meu trabalho, moro em Campo Grande e Maracajú, ambas no M.S,em maracajú existem 3 usinas de alcool e açucar,duas do grupo Louis Dreiffus e uma terceira que dizem ,foiadquirida pelo grupo Bertin;não vemos aqui a repetição de fatos relatados no blog, apesar de ja ser mecanizada uma boa parte da colheita da cana.è preciso dizer que por questoes da topografia do terreno, não é possivel fazer a colheita mecanizada,portanto, nunca a colheita será totalmente feita por este sistema.Uma das vantagens do uso do corte mecanizado é que não é preciso atear fogo na palha da cana,que se feito manualmente nao é possivel cortar sem antes queimar a palhada seca que entremeia a cana. Essa queima é feita supervisionada por tecnicos especializados e acompanhadas por um caminhão pipa, que antes da queima molha toda a cana ao redor da area que vai ser queimada.Ao que me consta,os trabalhadores estão satisfeitos com o trabalho.abraços

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador