Fim da temporada de balanços e “PIB mensal” puxam agenda semanal

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Com a divulgação de dados favoráveis, mas abaixo do inicialmente esperado, o mercado de ações encerrou a segunda-feira em baixa, e a tendência é que a instabilidade continue na bolsa de valores brasileira ao longo do período.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou o dia em baixa de 1,20%, aos 54.447,77 pontos. Na mínima, registrou 54.389 pontos (-1,30%) e, na máxima, 55.106 pontos (estabilidade). No mês, a queda é de 2,62% e, no ano, de 10,67%. O giro financeiro somou R$ 6,956 bilhões.

Segundo o analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, os números de produção industrial e vendas do varejo da China vieram dentro do esperado, mas não chegaram a empolgar os agentes – a produção chinesa avançou 9,3%, pouco abaixo dos 9,5% inicialmente estimados. “Como se vê, saiu do racional. Estados Unidos e Europa subiram bem nas últimas semanas, mas o mercado não se empolgou e não quis continuar o rally”.

Para o superintendente da Fator Corretora, Alfredo Sequeira, outras notícias negativas ajudaram a derrubar a bolsa doméstica, como a queda dos preços das commodities (que afetaram empresas como Petrobras, Vale, Gerdau e Usiminas), e a piora nas expectativas do IPCA (Índice Nacional dos Preços ao Consumidor Amplo) para este ano segundo o relatório Focus – os dados para 2013 foram ampliados de 5,71% para 5,80%, de acordo com o relatório divulgado na manhã desta segunda-feira. A divulgação de resultados financeiros é outro ponto que tem influenciado as negociações.

O discurso do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, na última sexta-feira também não ajudou na formação das perspectivas, mas o que ajudou a segurar os indicadores norte-americanos foram as vendas de varejo, que ficaram um pouco acima do esperado. “Embora isso seja bom, no fundo é ruim porque, se o índice de vendas foi bom, o Fed está certo em reduzir os estímulos monetários, e esse resultado é só mais um gás para reduzir os estímulos”, diz Sequeira. Desta forma, a conclusão dos analistas é que, quando o mercado internacional apresenta bom desempenho, a bolsa doméstica cai pouco; e quando o setor externo vai mal, a bolsa brasileira despenca.

Outro ponto citado pelos analistas envolveu a dança das cadeiras no Ministério da Fazenda, com a oficialização da saída de Nelson Barbosa do cargo de secretário-executivo da pasta. De acordo com o superintendente da Fator Corretora, o mercado gosta do posicionamento de Barbosa por ser mais “pragmático”, enquanto o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin é considerado “mais político”, e a mudança seria considerada ruim “pois daria um sinal claro de que a equipe econômica voltaria seus holofotes para questões políticas ao invés da economia”.

A agenda semanal promete ser movimentada, com a divulgação de uma série de indicadores da indústria, venda do varejo em diversos países e o fim da safra de resultados na bolsa brasileira. Para Galdi, o destaque ficará com a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). “Se a projeção vier a se confirmar, acredita-se que o humor começa a melhorar”. A expectativa é de 1,7% contra fevereiro, e a comparação de março contra março seria de crescimento de 2,3%. E a projeção para o PIB anual é de 3%. “Pelo menos vão começar a vir alguns indicadores mostrando que não tem voo de galinha na economia. Se (o mercado) começar a ver que tem boa perspectiva, pode-se quebrar o paradigma de que o Brasil está andando para trás”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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