G7 promete agir contra crise na Europa

Da Agência Estado

G7 compromete-se com ações ‘decididas’ para a crise europeia

Participantes concordaram com um texto no qual disseram estar comprometidos com uma reação coordenada aos riscos crescentes da economia global

Renato Martins, da Agência Estado

MARSELHA – O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, disse que os ministros das Finanças e dirigentes dos bancos centrais dos países do G-7 se comprometeram a “lidar decididamente” com a crise na Europa. “Os funcionários europeus entenderam totalmente a gravidade da situação lá”, afirmou Geithner ao fim das reuniões desta sexta-feira.

Os participantes concordaram com um texto de “termos de referência”, menos formal do que um comunicado, no qual disseram estar “comprometidos com uma reação internacional forte e coordenada” aos riscos crescentes diante da economia global. Boa parte da reunião dos ministros das Finanças foi dedicada a discutir as preocupações quanto à dívida soberana europeia e as dificuldades do setor bancário.

Segundo Geithner, o pacote de medidas para criação de empregos e de reformas fiscais apresentado nesta quinta-feira pelo presidente dos EUA, Barack Obama, também foram discutidos e “houve apoio forte de toda a mesa ao plano”.

Japão

O ministro das Finanças do Japão, Jun Azumi, disse ter encontrado um consenso entre os ministros das Finanças e dirigentes de bancos centrais dos países do G-7 de que o persistente vigor do iene é ameaça à recuperação da economia do Japão. “Nenhum país manifestou objeções às minhas explicações. Por isso, acredito que ganhamos a compreensão deles para nossas opiniões atuais sobre o câmbio”, afirmou Azumi.

O ministro também disse ter informado seus colegas do G-7 sobre sua intenção de recorrer a intervenções no mercado de moedas, caso veja que especuladores estão puxando o iene para cima. “Eu lhes disse que vamos a continuar os movimentos do câmbio com cuidado e queremos tomar medidas decididas contra movimentos especulativos”, acrescentou.

Azumi não deixou claro se ele acha que outros países membros do G-7 apoiam não apenas sua análise do impacto econômico do iene forte, mas também sua política de intervenções. As informações são da Dow Jones.

Leia a íntegra do comunicado do G7

“Reunimo-nos numa época de novos desafios à recuperação econômica global, com desafios significativos ao crescimento, déficits fiscais e dívida soberana derivados de desequilíbrios acumulados no passado. Isso se reflete em tensões elevadas nos mercados financeiros. Há agora sinais claros de uma desaceleração no crescimento global. Estamos comprometidos com uma reação internacional forte e coordenada a esses desafios.

“Estamos tomando medidas fortes para manter a estabilidade financeira, restaurar a confiança e apoiar o crescimento. Nos EUA, o presidente Obama apresentou um pacote significativo para fortalecer o crescimento e o emprego por meio de investimentos públicos, incentivos fiscais e medidas focadas no emprego, combinadas com reformas fiscais visando restaurar a sustentabilidade fiscal no médio prazo. Os países da área do euro estão implementando as decisões tomadas em 21 de julho para lidar com tensões fiscais, notavelmente por meio da flexibilização do Programa Europeu de Estabilidade Financeira, reafirmando sua determinação inflexível de honrar totalmente suas próprias assinaturas soberanas individuais e seus compromissos com condições fiscais sustentáveis e reformas estruturais. O Japão está implementando medidas fiscais substanciais para a reconstrução depois do terremoto e ao mesmo tempo assegurando o compromisso com uma consolidação fiscal no médio prazo.

“Preocupações quanto ao ritmo e ao futuro da recuperação destacam a necessidade de um esforço coordenado em nível global em apoio a um crescimento forte, sustentável e equilibrado. Precisamos todos lançar e implementar planos de consolidação fiscal ambiciosos e amigáveis ao crescimento, enraizados em referências fiscais com credibilidade. A política fiscal está diante de uma corda bamba delicada.Tendo em vista a natureza ainda frágil da recuperação, precisamos atravessar o caminho difícil de materializar os planos de ajuste fiscal e, ao mesmo tempo, apoiar a atividade econômica, levando em conta circunstâncias nacionais diferentes.

“Políticas monetárias vão manter a estabilidade dos preços e continuar a apoiar a recuperação econômica. Bancos centrais estão prontos a prover liquidez aos bancos, conforme seja necessário. Vamos tomar todas as medidas necessárias para assegurar a resiliência dos sistemas bancários e dos mercados financeiros. Nesse contexto, reafirmamos nosso compromisso com a implementação total do acordo Basileia III.

“Reafirmamos nosso interesse comum em um sistema financeiro internacional forte e estável e nosso apoio a taxas de câmbio determinadas pelo mercado. A volatilidade excessiva e os movimentos desordenados das taxas de câmbio têm implicações adversas para a estabilidade econômica e financeira. Vamos fazer consultas a respeito de medidas nos mercados de moedas e vamos cooperar quando apropriado.

“Vamos trabalhar com nosso colegas no G-20 e no FMI nas próximas semanas, para reequilibrar a demanda e fortalecer o crescimento global. Como acertado anteriormente, as reformas estruturais vão dar uma contribuição importante nessa área.”

Luis Nassif

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