A indústria brasileira encerrou o mês de dezembro com crescimento de 2,9% entre os meses de novembro e dezembro, interrompendo um ciclo de cinco meses de queda, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar do resultado, o segmento encerrou o ano 0,9% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, no cenário pré-pandemia, e 17,7% abaixo do nível recorde, registrado em maio de 2011. No ano, houve ganho acumulado de 3,9%.
“É o primeiro resultado positivo depois de dois anos. Em 2019, o acumulado do ano foi de -1,1% e em 2020, de -4,5%”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo, em nota. “Em 2021, houve uma característica decrescente ao longo do ano, uma vez que houve ganho acumulado de 13% no primeiro semestre e, posteriormente, o setor industrial mostrou redução de fôlego”.
Na comparação com novembro, com a expansão de 2,9% da indústria geral, a maior influência veio de veículos automotores, reboques e carrocerias, segmento que teve alta de 12,2% em dezembro. É o quarto mês consecutivo de crescimento do setor, período em que acumulou ganho de 17,4%.
No acumulado do ano, a indústria teve resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas e em 18 das 26 atividades investigadas pela pesquisa, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (20,3%), máquinas e equipamentos (24,1%) e metalurgia (15,4%).
Macedo destaca ainda que os dados anuais refletiram a perda de ritmo do setor ao longo do ano – enquanto os dados dos primeiros seis meses estavam ligados a uma base comparativa muito depreciada, os números do segundo semestre tinham uma base mais elevada.
O pesquisador também destaca os efeitos da pandemia no processo produtivo, em fatores como o encarecimento dos custos de produção e falta de matérias-primas, inflação em patamares mais elevados e o mercado de trabalho que, embora tenha mostrado algum grau de recuperação, ainda é muito caracterizado pela precarização das condições de emprego, com pagamento de salários menores.
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