Investidores mantêm cautela, e bolsa fecha em queda de 0,08%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O mercado brasileiro encerrou as negociações de sexta-feira (27) com uma leve queda, com os investidores preferindo adotar uma postura mais cautelosa na reta final do trimestre, esperando também por um acordo envolvendo o projeto de financiamento do governo dos Estados Unidos, que precisa ser fechado até a noite de segunda-feira (30). A queda registrada nos mercados internacionais também não ajudou a bolsa.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou a sexta-feira em queda de 0,08%, aos 53.738 pontos e com um volume negociado de R$ 5,974 bilhões. Apesar da queda, o índice acumula alta mensal de 7,45%, enquanto a desvalorização ao longo de 2013 chega a 11,83%.

As ações do segmento financeiro foram os destaques de alta do dia, ajudando a contrabalançar a queda apresentada pelos papéis da OGX. “Tivemos um dia de predominante alta, com os mercados internacionais em queda. Vimos uma performance forte do segmento financeiro, aliada aos dados do mercado de crédito do Banco Central, demonstrando desaceleração da inadimplência e que o mercado de crédito tem um avanço moderado”, explica Henrique Florentino, analista da Um Investimentos. “O setor elétrico também teve alta, voltando a ter uma característica mais defensiva depois das intervenções governamentais. Tudo indica que o segmento parece ter se estabilizado”.

Por outro lado, no setor internacional, o mercado aguarda um novo drama quanto ao financiamento norte-americano, mas tudo sinaliza um acordo no fim. “Na verdade, as discussões não são só sobre o teto da dívida, mas também sobre uma extensão de seis meses do orçamento. Quando ao endividamento, o principal ponto de referência é o projeto para saúde pública dos Estados Unidos: os republicanos não querem que ele comece agora, e os democratas não aceitam isso. O tema vem sendo um grande ponto para que não aprovem o teto da dívida”, diz Florentino. “Então, o mercado precifica a negociação, mas, no fim, vai atingir acordo e não vai permitir que a economia simplesmente dê um default”.

Teto e orçamento

No câmbio, a cotação da moeda norte-americana à vista no balcão avançou pela terceira sessão consecutiva, afetada pela pressão dos investidores comprados no mercado futuro, às vésperas da formação da Ptax que liquidará os derivativos cambiais no início de outubro, além do viés de alta para a moeda americana. A cotação terminou a sexta-feira negociada a R$ 2,2590, com ganho de 0,58%.

Segundo informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, as incertezas em relação ao teto da dívida e ao orçamento dos Estados Unidos para o próximo ano fiscal influenciavam os negócios com moedas, além da atuação dos investidores comprados (que apostam no avanço da moeda americana) no mercado futuro, com os vendidos (que apostam na baixa) tentando segurar a cotação.

Outro ponto de destaque ficou com os leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) feitos pelo BC (Banco Central). Além da oferta de US$ 1 bilhão, dentro da estratégia de prover liquidez no mercado até o fim do ano, o BC ofereceu mais US$ 701 milhões para rolagem de contratos de linha que venceriam no início de outubro – evitando que esse valor saia do sistema, e reduzindo a pressão de alta sobre o dólar.

A semana começará movimentada no mercado, com o fechamento de mês e do trimestre, o que deve levar a ajustes na carteira. Em termos de agenda, os dados mais relevantes no Brasil serão divulgados na quarta-feira (2), com os números de produção, ao passo que a movimentação será mais forte nos Estados Unidos, com dados de atividade manufaturada e, mais importante, o payroll – os dados consolidados de emprego e mercado de trabalho norte-americano. “Por mais que a agenda fosse ínfima, algumas falas/farpas de autoridades trazem impacto, mesmo que limitado. Temos que ficar atentos a declarações de membros do comitê do Fed e do Fomc sobre estímulo”, ressalta Florentino.

Nesta segunda-feira (30), os agentes vão acompanhar o relatório de inflação do Banco Central, e os dados de orçamento do país, além dos números de atividade de manufatura nos Estados Unidos, vendas do varejo na Alemanha, o PMI (índice dos gerentes de compras) para a manufatura da China, e uma série de indicadores no Japão, como índice de desemprego, perspectiva de grandes fábricas, panorama de pequenas empresas.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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