Krugman e o crescimento brasileiro

Descobriu a pólvora. Na Folha de hoje.

Da Folha

País pode ter período longo de expansão, diz Krugman

Para economista, educação é empecilho

DE SÃO PAULO

“Os números do Brasil ainda não mostram uma decolagem dramática em termos de crescimento. Mas o “zum-zum-zum” sobre o Brasil é muito positivo. E eu levaria o “zum-zum-zum” a sério.”
A frase é de Paul Krugman, um dos mais respeitados economistas do mundo, e ganhador do Prêmio Nobel.
Em entrevista a jornalistas brasileiros ontem, Krugman demonstrou otimismo em relação ao Brasil e mencionou a redução da desigualdade de renda no país como sinal “muito promissor”.
Krugman afirmou que o Brasil tem chance de entrar em um período prolongado de alto crescimento se melhorar a qualidade de seu sistema educacional.
O economista acredita que, por enquanto, a valorização do real não seja uma ameaça ao crescimento. Questionado sobre declarações dele feitas em 2009 que refletiam preocupação com a trajetória cambial no Brasil, fez uma brincadeira.
“No ano passado, eu estava insuficientemente pessimista sobre as perspectivas dos países da OCDE [organização que reúne em sua maioria países desenvolvidos]”, disse o economista, que deu uma palestra a executivos da IBM ontem.
Essa não foi a única piada sinalizando que seu otimismo em relação ao Brasil se explica ao menos parcialmente por sua visão negativa em relação aos países ricos.
“Sob uma perspectiva dos EUA, o Brasil não enfrenta desafios”, brincou o colunista do “New York Times”.
Para Krugman, a valorização do real é consequência de boas perspectivas para investimentos no Brasil em comparação com as oferecidas pelos países ricos, onde as taxas de juros estão muito baixas, e do cenário econômico positivo brasileiro.
Mas, acrescentou ele, há um limite para a valorização do real e o consequente aumento do deficit em conta-corrente do Brasil. Hoje, esse deficit está acima de 2% do PIB (Produto Interno Bruto).
“O Brasil parece ter suficiente demanda doméstica para sustentar um deficit em conta-corrente de 3%, 4% do PIB. Mas, se isso aumentar para 5%, 6% ou 7%, talvez leve a questionamentos.” (EF) 

Luis Nassif

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