A diferença entre choque e ajuste fiscal

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/08/26/dilma-defende-disciplina-fiscal-sem-cortes-drasticos-917491698.asp

Dilma defende disciplina fiscal sem cortes drásticos

Plantão | Publicada em 26/08/2010 às 23h25m

Reuters/Brasil Online

 

Por Raymond Colitt

SALVADOR (Reuters) – A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse à Reuters nesta quinta-feira que vai priorizar a disciplina fiscal se for eleita, mas descartou cortes drásticos no orçamento e aumento de impostos para manter os gastos públicos em ordem.

“Você tem que ter disciplina fiscal. Disciplina fiscal é algo que você tem que adaptar sistematicamente. Ajuste fiscal é outra coisa no Brasil, é um corte brutal nas despesas e aumento de impostos”, afirmou.

A candidata, que aparece à frente nas pesquisas eleitorais com chances de vitória já no primeiro turno, vem defendendo uma mistura de um Estado forte e políticas favoráveis ao mercado.

Investidores estão à procura de pistas sobre as intenções de cortes no orçamento. No segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, houve um aumento na atuação do governo.

Mas surgiram especulações de que ela possa recorrer a medidas de austeridade, se eleita presidente, com o objetivo de conquistar os investidores.

Em recente entrevista à Reuters, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, disse que ela poderia cortar gastos do governo para cumprir metas fiscais.

Ele disse que o eventual governo de Dilma iria apertar o cinto se necessário para garantir metas ambiciosas e traçou um paralelo com as medidas de austeridade adotadas por Lula durante seu primeiro ano de mandato, em 2003.

Com o gasto público aumentando mais rápido que a receita fiscal federal, o superávit primário, que exclui pagamento de juros sobre as obrigações de dívida, está bem abaixo da meta do governo de 3,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para o fim do ano.

Tal objetivo é mais do que um ponto percentual superior aos 2,03 por cento para o superávit nos 12 meses até julho. O superávit primário é o maior indicador da capacidade do Brasil de honrar sua dívida.

Mas a candidata petista afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva provavelmente alcançará a meta do superávit.

Dilma afirmou que o governo poderá usar os 10 bilhões de dólares de um fundo soberano para ajudar a atingir a meta do superávit primário. Ela não deu mais detalhes sobre a proposta.

Segundo Dilma, não se pode esquecer que o país tem “18 bilhões de reais separados como um fundo soberano”.

Dilma ampliou a vantagem sobre seu principal adversário, José Serra (PSDB), para 20 pontos, segundo pesquisa do instituto Datafolha publicada na quinta-feira.

A candidata aparece com 49 por cento das intenções de voto, dois pontos a mais do que na pesquisa divulgada no último fim de semana, enquanto Serra caiu um ponto e está com 29 por cento, segundo o instituto. A candidata do PV, Marina Silva, manteve-se com 9 por cento.

Luis Nassif

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