O déficit público espanhol

Por Henrique

Zapatero determina quem vai pagar a crise na Espanha. Reduzirá salário dos funcionários públicos em 5%, e congelará pensões, extinção do “cheque bebê”. A Espanha tem atualmente mais de 5 milhões de desempregados.

Do UOL

Zapatero anuncia pacote de medidas contra o déficit público

(AFP) – há 35 minutos

MADRI, Espanha — O presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, anunciou nesta quarta-feira, por pressão da União Europeia (UE), um rígido pacote de medidas destinadas a reduzir o déficit público e que provocará uma desaceleração do crescimento em 2011.

Zapatero anunciou um corte dos salários dos funcionários públicos, o congelamento das pensões e a supressão do chamado “cheque bebê” como parte das medidas adicionais que o governo espanhol acrescenta a seu plano de economia, tal como anunciou no domingo, em Bruxelas.

Os salários sofrerão um corte de 5% a partir de junho deste ano e, além disso, serão congelados em 2011, anunciou Zapatero no Congresso dos Deputados.

Os salários dos altos cargos do funcionarismo e do governo sofrerão os maiores cortes e as pensões e aposentadorias serão congeladas, com exceção das mínimas.

Zapatero também anunciou um corte de 600 milhões de euros na ajuda ao desenvolvimento espanhol entre este e o próximo ano e a supressão a partir de 2011 do chamado “cheque bebê”, que desde 2007 concedia 2.500 euros para cada criança nascida.

Estas e outras medidas permitirão economizar até 15 bilhões de euros extras até 2011, ou seja, 5 bilhões de euros este ano e 10 bilhões em 2011.

A Espanha registrou no ano passado um déficit público de 11,2% do PIB, depois de três anos seguidos de superávit crescente antes da crise, e se comprometeu a diminui-lo para abaixo dos 3% fixado pela Eurozona.

Para isso anunciou em janeiro um plano de poupança de 50 bilhões de euros em três anos, mas os temores nos mercados de que as medidas para enfrentar a crise não seriam suficientes levou o governo socialista a anunciar medidas adicionais no domingo, em Bruxelas.

Em janeiro, anunciou um plano que visava à redução de 10% na contratação de funcionários, que somava a um aumento de impostos e um orçamento reduzido para 2010.

No domingo, pressionado por seus sócios da UE, o Executivo de Zapatero se comprometeu em Bruxelas a acelerar em 2010 e 2011 seus planos de redução do déficit público, baixando meio ponto porcentual adicional do déficit públlico em 2010 e um ponto porcentual suplementar em 2011.

Com as novas medidas, o déficit cairá para 9,3% este ano (frente ao 9,8% previsto até agora) e em torno dos 6% em 2011 (frente aos 7,5% previstos).

O plano anunciado nesta quarta fará com que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) previsto para 2011 seja a “alguns décimos inferior ao previsto, de 1,8%”, advertiu Zapatero.

Este plano adicional é anunciado num momento em que a economia espanhola parecia sair timidamente da recessão em que caiu nos final de 2008.

Segundo cifras desta quarta-feira divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), no primeiro trimestre do ano se registrou um crescimento de 0,1% do PIB em relação ao último trimestre de 2009.

As medidas anunciadas epela Espanha estão numa boa direção, segundo afirmou o comissário europeu para Assuntos Econômicos, Olli Rehn.

Luis Nassif

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