O problema de governança do FMI

Por Andre Araujo

Do Brasilianas.org

O PROBLEMA DA GOVERNANÇA NO FMI – Os estatutos do FMI vem de sua fundação logo após o fim da Segunda Guerra e pouco foram alterados. O Conselho de Administração (Executive Board) é baseado nas QUOTAS de capital que cada pais naquela ocasião subscreveu. Nos ultimos 65 anos as proporções relativas das economias mudaram significativamente mas isso praticamente não foi refletido no FMI, mantendo os paises hoje quotas DESPROPORCIONAIS à importancia de suas economias.

O Brasil tem hoje 1,72% das cotas do Fundo, com um PIB em 2012 de US$2,394 bilhões, a Italia tem quase o dobro de quotas, 3,10% com um PIB bem menor que o Brasil, US$1,863 bilhões.

Outra discrepancia pior, a Veneuzela tem uma economia com um PIB  nominal de US$382 bilhões, o real é bem menor por causa da taxa de cambio oficial artificial. Mesmo considerando o PIB nominal, o Brasil tem um PIB SEIS VEZES maior que o da Venezuela mas a quota desse Pais no FMI  é de 1,08% contra 1,72% do Brasil, quer dizer a participação da Venezeula é  dois terços da do Brasil mas o PIB do Brasil é 6 vezes maior.

Outra desproporção é a Argentina, com uma quaota de 0,875, mais da metade da brasileira, enquanto seu PIB é menos de um quinto do Brasil.

A India tem uma quota bem maior do que o Brasil 2,34% com um PIB menor.

A pequenina Holanda tem uma quota de 2,08%, maior do que a nossa, um Pais que cabe na Grande São Paulo.

Essas desproporções jogam em desfavor dos paises emergentes MAS  dentro dos emergentes jogam mais ainda contra o Brasil, temos uma participação no Fundo que nem de longe chega perto de nosso peso relativo na economia mundial.

Para piorar, nosso bloco de representação só tem paises pequenos, o que faz com as quotas de nosso bloc sejam de 2,61% do total, um dos menores blocos do Board, enquanto o bloco da Venezuela é de 4,90%, nesse bloco representado pela Venezuela, um pais hoje marginal na economia mundial, com péssimos numeros e cambio distorcido, a Venezuela lidera o Mexico, a Colombia e a Espanha, um bloco peso pesado liderado por um Pais de economia fora dos canones do Fundo em tudo.

Nossa posição no FMI é hoje quase ridicula, um grande Pais, uma grande economia, apresentado-se como anão no Fundo, sem qualquer peso sequer proximo de seu papel e tamanho, de sua importancia geopolitica, de seu status de ECONOMIA LIDER na America Latina.

E o Brasil parece estar conformado com essa situação, o diretor brasileiro tendo chiliques por eventos secundarios, quando a ampliação do papel do Brasil no Fundo deveria ser sua grande tarefa.

Luis Nassif

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