Obama busca reduzir déficit em US$ 2 tri

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Do Valor Econômico

Obama monta plano para reduzir déficit em US$ 2 tri

Por Alex Ribeiro | De Washington

O presidente americano, Barack Obama, apresenta hoje ao Congresso um plano para reduzir o déficit público em cerca de US$ 2 trilhões nos próximos dez anos. Se forem confirmadas as medidas cogitadas nos últimos dias, que incluem aumento de impostos para os mais ricos e corte de benefícios sociais, haverá resistência da oposição republicana e dos democratas mais à esquerda.

O plano fiscal de Obama será encaminhado ao chamado supercomitê formado por parlamentares dos dois partidos que, durante as negociações em agosto para aumentar o teto da dívida pública americana, ficou encarregado de encontrar formas de cortar o déficit público em US$ 1,2 trilhão nos próximos dez anos.

O jornal “New York Times” informou que Obama deverá propor uma alíquota mínima mais alta de imposto para quem ganha mais de US$ 1 milhão. Hoje, parte dos milionários tem uma carga tributária mais baixa do que a da classe média porque a alíquota incidente sobre investimentos é menor do que a sobre salários.

A proposta, segundo o jornal, é conhecida como “regra do Buffet”, numa referência ao investidor Warren Buffet, que recentemente publicou artigo defendendo maior taxação sobre milionários, como ele. O presidente da comissão de orçamento da Câmara, o republicano da ala mais conservadora Paul Ryan, acusou Obama de estimular “uma luta de classes”.

“Pode ser bom para a política, mas é ruim para a economia”, afirmou Ryan, num programa de tevê. Com popularidade em queda devido ao alto desemprego, Obama disputa a reeleição no ano que vem.

Há duas semanas, Obama anunciou um programa de US$ 447 bilhões para estimular a criação de empregos. Na ocasião, ele se comprometeu a cobrir esse gasto extra com um plano fiscal de US$ 2 trilhões, portanto um pouco mais ambicioso do que o US$ 1,2 trilhão negociado pelo supercomitê do Congresso.

Uma parte do plano fiscal já foi anunciada. Na semana passada, Obama enviou ao Congresso, junto com seu plano para criar empregos, propostas para eliminar US$ 467 bilhões em deduções e isenções de impostos que beneficiam a alta renda (indivíduos que ganham mais de US$ 200 mil por ano) e empresas, como petrolíferas e “hedge funds”.

Os republicanos carimbaram a proposta como uma ofensiva de Obama para aumentar impostos. “Aumentos de impostos destroem empregos”, disse o presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner.

Hoje, além de novo dispositivo para taxar os mais ricos, Obama deve apresentar também cortes de gastos. A expectativa é que ele proponha reduzir a despesa de dois dos mais importantes programas sociais do governo, o Medicaid e o Medicare, que fornecem atendimento médico respectivamente à baixa renda e aos idosos.

Os ajustes, porém, tendem a ser menos profundos do que o inicialmente esperado. Durante as negociações para aumentar o teto da dívida pública, Obama havia sinalizado que poderia aceitar o aumento de 65 anos para 67 anos na idade mínima para ser elegível ao Medicare. Agora, as indicações da Casa Branca são de que não haverá mudança na idade mínima.

A fórmula proposta por Obama deverá incluir o aumento dos recolhimentos pagos ao Medicare pelos beneficiários de maior renda e o corte nos pagamentos feitos a provedores de serviços médicos. A Casa Branca descartou incluir no plano fiscal mudanças no sistema público de aposentadoria.

Mesmo com essa versão mais suave, não será fácil conseguir apoio mesmo entre o partido governista. Democratas mais à esquerda, em geral, são contra cortes nesses programas sociais. Para alguns dos democratas, se Obama levar as propostas adiante, perderá um poderoso discurso na sua campanha para a reeleição, já que alguns dos pré-candidatos republicanos mais fortes tem feito críticas aos programas sociais.

Luis Nassif

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