A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta um PIB em torno de 0,6% para o Brasil em 2022, antes de voltar a crescer e atingir 1,2% em 2023. Mesmo assim, os dados são inferiores à recuperação de 5% vista em 2021.
Em relatório, a OCDE diz que tanto a queda do poder de compra da população, como a eleição presidencial programada para outubro, são fatores a serem acompanhados de perto pelos analistas.
“A recuperação do mercado de trabalho tem sido lenta; a taxa de participação e os rendimentos reais do trabalho permanecem abaixo dos níveis pré-pandemia”, diz o texto, ressaltando que as incertezas eleitorais tem mantido o investimento moderado até 2023.
Sobre a retomada brasileira no segundo semestre de 2021, a OCDE diz que isso se deve ao efeito de uma campanha de vacinação bem-sucedida, que ajudou a atividade econômica a se recuperar, puxada pelo setor de serviços.
“No entanto, a inflação mais alta, as condições financeiras mais apertadas e o spread da Omicron, contribuíram para a menor confiança do consumidor e do sentimento empresarial no início de 2022”, diz o relatório da organização.
Em abril, a inflação anual atingiu quase 12%, seu valor mais alto em dezoito anos. O aumento dos preços dos alimentos, combustíveis e energia corroeu significativamente o poder de compra das famílias.
“Como a guerra na Ucrânia levou a um aumento ainda mais acentuado nos preços dos alimentos e da energia, aumentar o apoio por meio de programas de proteção social bem direcionados é fundamental para proteger os mais vulneráveis”, ressalta a OCDE.
“Devido à deterioração do sentimento econômico e ao ambiente doméstico e global desafiador, as perspectivas de crescimento são limitadas em 2022 e 2023. O crescimento do PIB deve desacelerar consideravelmente este ano, para 0,6%, antes de subir para 1,2% em 2023”, diz o documento.
Para reversão desse cenário, a entidade defende a adoção de esforços para a melhora do direcionamento e da eficiência dos gastos públicos, de forma a “permanecer consistente com uma gestão fiscal sólida”.
Além disso, a OCDE recomenda o reforço de políticas ativas do mercado de trabalho para facilitar a realocação de desempregados, a exploração de outras fontes de energia (como eólica e solar) e a manutenção do aperto monetário caso os fatores que impulsionem a inflação sejam persistentes.
Texto da PEC do Estado de Emergência pode ser votado na quinta-feira
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É difícil que possa haver boas perspectivas presentes e futuras quando o Brasil não apresenta um saldo nesse quesito já há muito tempo. O País não sofre nem mais nem menos do que a maioria dos países em relação aos efeitos causados devido à ocorrência da pandemia e do conflito europeu. A falta de decisão em relação ao seu próprio crescimento e desenvolvimento no espaço pretérito, tem muito mais a ver com a realidade atual do que apenas os efeitos de agora. Sem definição de aonde se queira chegar, torna bem mais difícil traçar um caminho adequado. O que quer o Brasil, o que deseja de si mesmo. Um investidor apresenta-se a uma platéia de vários executivos, com todo tipo de variedades e tamanhos de negócios. Olhando aquele público, ele permaneceu em silêncio por alguns minutos, então escolheu alguém entre as primeiras fileiras e perguntou-lhe sobre a função que exercia, proprietário ou dirigente. Depois de ouvir a resposta perguntou-lhe como que esperava estar sua empresa daquele momento a 10 anos à frente; se ele já tinha pensado nisso e em caso afirmativo, o que ele estava fazendo para atingir esse objetivo. Recebeu como resposta um leve constrangimento em forma de silêncio. Assim tem sido o País, muito se comenta sobre temas entusiasmantes como produtividade, inovações, tecnologias, competitividade, sustentabilidade, infraestruturas; sem haver ânimo em discutir o quê concretamente é necessário para realizar esses objetivos. Não há colheita sem plantação. Não existe pulo do gato nessas questões, existem soluções que podem ser alcançadas de forma rápida ou demorada. Isso vai depender do empenho e do esforço dedicado. A OCDE analisa o contexto histórico das iniciativas econômicas dos países, ou seja, qual tem sido a busca nessa relação interna/externa efetuada por cada um para se resolver. Porque ela não dará soluções a ninguém.