Oi e Portugal Telecom podem rever fusão em caso de calote

Jornal GGN – Em processo de fusão, os sócios de Portugal Telecom e Oi devem voltar a discutir a relação de troca de ações entre as duas operadoras caso a Rioforte – holding do Grupo Espírito Santo que recebeu em abril € 897 milhões da tele portuguesa – não honre os pagamentos à PT.
 
A informação veio de uma fonte próxima às duas empresas e foi publicada no jornal Valor Econômico desta quinta-feira (3).
 
No próximo dia 15 de julho, vence um dos pagamentos à Portugal Telecom, no valor de € 847 milhões. O outro, de € 50 milhões, no dia 17. De acordo com a imprensa portuguesa, a Rioforte concentra grande parte dos problemas do Grupo Espírito Santo e, se não honrar o pagamento da aplicação, como se especula na Europa, a PT deverá perder os recursos aportados, que representam mais de 40% de seu valor de mercado.
 
Uma perda de valor dessa magnitude poderá fazer com que os sócios da Oi pressionem para renegociar a seu favor a relação de troca estabelecida na fusão. Ou seja, os acionistas da PT receberiam menos ações da Oi, em valor proporcional à perda de valor da companhia, do que está previsto nos moldes já divulgados. A Oi já pediu à PT mais informação sobre a operação com a Rioforte, segundo matéria desta semana do “The Wall Street Journal” .

 
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também deverá questionar a empresa sobre os acontecimentos recentes. Em nota, informou que a fusão das empresas está sendo acompanhada. 
 
A compra dos papéis da Rioforte foi feita em abril. Não há no prospecto da fusão entre PT e Oi informação sobre a operação, que só veio à tona semana passada. O Banco Espírito Santo, um dos coordenadores globais da oferta da Oi, deveria ter descrito a operação no capítulo do prospecto que trata do relacionamento das empresas com os coordenadores globais.
 
Um dia depois de a PT detalhar a operação, os dois representantes da Oi no conselho da tele portuguesa, Otavio Azevedo, da Andrade Gutierrez, e Fernando Portella, da Jereissati Participações, renunciaram aos postos. Ao Valor, Azevedo se disse “desconfortável” pelo fato de a operação, de valor muito significativo, não ter sido avaliada pelo conselho da empresa.
 
A notícia de problemas de governança no lado dos portugueses, na reta final da fusão, preocupa investidores. Após concluída a fusão, a Oi será uma empresa sem controlador definido, mas seu conselho será ocupado por portugueses e brasileiros que estão hoje no comando da Portugal Telecom e da Oi.
 
Com informações do Valor Econômico.
Redação

4 Comentários

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  1. Ou seja, fusão de teles virou

    Ou seja, fusão de teles virou negócio bilionário, como sem disse Lula que seria e por isto iria fazer decreto para isso. E mesmo assim, o cara vende sua participação em tele antes do decreto. Não um sujeito desse um péssimo comerciante?

  2. Ambev redux?
    Alguem sabe?
    Que

    Ambev redux?

    Alguem sabe?

    Que tem algum golpe ai, tem.  So nao sei o que ele eh, exceto tirar a compania brasileira da reta.

  3. Curioso, eu leio diariamente criticas

    terríveis do tal “mercado” sobre a falta de governança na Petrobras, mas nunca li nada de mais sobre a tal “governança” da Oi e da Portugal Telecom…

    Por que será?

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